Age of Wonders Planetfall

Age of Wonders: Planetfall

por Ana Cruz

Confuso, mas muito divertido

Só de ouvir a ideia de montar uma colônia, sair explorando, fazer missões e ficar nessa mesma coisa durante horas, alguns já sentem urticária. Entretanto, há um nicho que gosta desse tipo de aventura e que, provavelmente, vai ficar feliz com o lançamento de Age of Wonders: Planetfall.

O conceito do game parece simples: você descobre um planeta, faz uma colônia, tenta sobreviver e prosperar. Essa é apenas a superfície, já que o jogo em si é bem complexo, com tantos detalhes que, posso garantir, vão fazer você investir horas nas colônias, em seu exército, comandante e planeta escolhido.

A variedade de opções aparece não só na base e na exploração, mas para o seu comandante também. Escolher entre Amazonas, Sindicatos, Assembleia, Vanguarda, KirKo e outros tantos alteram não só a aparência, mas também garantem habilidades específicas, com foco em força, inteligência, diplomacia e tantas outras. A quantidade de possibilidades é de encher os olhos para quem gosta desse tipo de game.

A exploração é outro ponto alto do jogo, pois a cada missão completada, você ganha itens para sua colônia ou melhorias para seu exército, além de ganhar novos aliados e liberar construções para fabricar ou ampliar sua base.

Colônias perdidas podem ser recuperadas, mas quanto mais se explora e expande o território, mais fácil é reaver uma base dominada. Não existem só perigos naturais nos mapas, mas também nos NPCs, que poderão ser aliados ou inimigos. Isso vai das suas escolhas e do resultado das batalhas.

Tudo o que citei aqui se aplica em todas as modalidades do jogo, seja o multiplayer, Novo Planeta ou Campanha. A única diferença, no caso da história principal, é a presença de alguns NPCs para interagir e se unir à sua equipe nas investigações e missões. O restante é igual, inclusive no online: o foco sempre será sua colônia, só que, no multiplayer, você lidará com outros jogadores.

Além disso, esse é o modo que exigirá sua maior dedicação, pois a colônia chama cada vez mais a atenção na medida em que cresce. Quem ficar muito tempo sem cuidar de seu exército ou território poderá chegar tarde demais, na parte mais desafiadora do game. No restante, é possível escolher o nível de dificuldade para uma experiência mais tranquila.

Age of Wonders: Planetfall traz variedade de opções, mas uma localização para o português faz falta devido à complexidade de seus sistemas.

Por mais chato que seja, é ideal começar pelo Tutorial, pois há muitos detalhes como o estilo de batalha, missões, construção e evolução das colônias, itens para personalizar e fortalecer seu pelotão e várias outras situações corriqueiras no game que são explicadas ali. O objetivo final, porém, será sempre o mesmo, independente do modo escolhido, mas entender o caminho até ele exige tempo.

As batalhas são complexas, pois não é preciso apenas atacar, também existem os “golpes especiais”, que podem acabar com o exército inimigo rapidamente ou curar sua equipe. Muitas vezes, é possível se perder nesse aspecto, sendo necessário colocar todo mundo na defesa, o que acaba não adiantando nada, já que no turno inimigo, você acaba completamente vulnerável.

Infelizmente, Age of Wonders: Planetfall não está legendado em português, o que causa dificuldades para quem não fala inglês, principalmente nos detalhes. Existem muitas barrinhas e menus para exploração, movimento e ações durante os turnos e, com isso, há o risco de o jogador abandonar o título antes de o compreender.

Age of Wonders: Planetfall é um título que alguns poderão olhar de cara feia pelo fato de não ser o estilo favorito deles ou por causa de seus diferentes elementos. Aos fãs do gênero, porém, pode ser uma boa e completa pedida, com boas horas de diversão enquanto se cria bases, exploramos planetas e mantemos nossa colônia feliz e crescendo.

O jogo foi testado no PS4, em cópia cedida pela Paradox Interactive.