A cortina finalmente foi levantada. Na madrugada desta sexta-feira (13), a Nintendo anunciou os detalhes principais do Switch, seu novo console, que chega às lojas dos EUA, Japão e outros países do mundo em março. Com isso, veio também o anúncio de novos jogos, preços, suporte de empresas parceiras e a resposta sobre o que podemos esperar da plataforma.
Foi uma manhã cheia de informações, anúncios e revelações. Nem tudo foi exibido na apresentação ao vivo, realizada na madrugada, e mesmo enquanto este texto é escrito, mais coisas estão sendo divulgadas. Dar conta de tudo isso é bastante complicado, mas ainda bem que temos o NGP, não é mesmo?
https://www.youtube.com/watch?v=xWNFPD76kBY
Reunimos neste artigo algumas das principais dúvidas, questões e revelações sobre o Nintendo Switch, no que acaba servindo também como um grande apanhado das novidades do dia. Ficou sem entender algo ou quer saber mais detalhes sobre uma questão específica? Utilize a área de comentários e contribua com o artigo!
Data de lançamento, preço e chegada ao Brasil
A informação que abriu a apresentação do Nintendo Switch foi, exatamente, aquela que todos estavam esperando. De acordo com a fabricante, o video game chega no dia 3 de março de 2017 aos Estados Unidos, Japão, Europa e outras regiões, como Austrália e Hong Kong. O aparelho vai custar US$ 299,99, valor semelhante ao cobrado pelo Xbox One e PS4. Isso se traduz em aproximadamente R$ 960, claro, sem contar com os impostos.
Esse não é, claro, o preço que será cobrado quando o Switch chegar ao Brasil. Sem representação em nosso país, mas presente em territórios vizinhos, a empresa se limitou a dizer que os valores para a América Latina serão revelados em breve, juntamente com a data de lançamento, que não deve ser a mesma dos EUA e Europa, por exemplo.
Levando em conta que o Switch, nos Estados Unidos, custa o mesmo que as outras plataformas, é de se esperar que ele também tenha valor equivalente por aqui. É claro, no lançamento, teremos diversos vendedores com unidades superfaturadas, tentando se aproveitar do hype inicial. Depois, entretanto, a tendência é que o custo estacione na faixa dos R$ 1.500 a R$ 2.000, valor médio cobrado hoje pelo PS4 ou Xbox One no mercado.
Um outro fator, entretanto, deve ser levado em conta, e deve levar os preços para o alto – a falta de disponibilidade. Caso as vendas do Switch se provem baixas como as do Wii U, por exemplo, uma queda nos valores se torna mais improvável, pois importadores estarão comprando menos unidades e, sendo assim, tendo um poder de barganha menor. Quanto a isso, entretanto, resta apenas esperar para ver o que vai acontecer.
Lista de jogos no lançamento
O grande destaque da lineup de lançamento do Switch é, sem dúvida, The Legend of Zelda: Breath of the Wild. A força do game, também, resulta em uma lista bastante enxuta, com poucos games anunciados até o momento em que este artigo foi publicado. Confira:
- 1,2, Switch
- The Legend of Zelda: Breath of the Wild
- Skylanders Imaginators
- I Am Setsuna
- Has Been Heroes
- Just Dance 2017
- Snipperclips – Cut it Out, Together!
- Super Bomberman R
No Japão, alguns games adicionais também compõem a lista, mas eles, por enquanto, não têm previsão para chegarem ao Ocidente:
- Nobunaga’s Ambition: Sphere of Influence
- Romance of the Three Kingdoms 13
- Dragon Quest Heroes 1 & 2
- Puyo Puyo Tetris
Isso é algo que, entretanto, pode não ser necessariamente um problema, uma vez que o Switch é o primeiro console da Nintendo a não contar com trava de região. A importação, aqui, mais uma vez, é o caminho, ao lado de uma grande torcida para que mesmo os jogos japoneses tenham opções de idioma, pelo menos, para o inglês.
E o apoio das third parties?
Pelo menos nesse começo de geração, o Switch não parece fadado a repetir o desastre que foi o Wii U, um console que rapidamente perdeu o apoio de desenvolvedoras parceiras. De acordo com o CEO da Nintendo, Tatsumi Kimishima, mais de 80 jogos estão sendo desenvolvidos atualmente para a plataforma, pelas mãos de dezenas de produtoras.
Entre elas, estão grandes nomes como Capcom, Square Enix, Electronic Arts, Atlus, SEGA, Ubisoft e Bethesda, que já mostraram seu apoio ao Switch na forma de títulos anunciados. Outros nomes, também, parecem estar nesse barco, como a Codemasters, Epic Games e, na informação mais surpreendente de todas, a From Software.
É claro, não dá para saber se esse apoio todo não vai minguar após o lançamento, mas pelo menos neste início, a promessa é de grandes títulos multiplataforma ou versões exclusivas para o Switch.
Bateria
Como um híbrido de portátil e console de mesa, o Switch, claro, precisa contar com uma bateria. E, de acordo com a Nintendo, o video game terá uma autonomia de três a seis horas, de acordo com o jogo que está sendo executado – eles rodarão a partir do “tablet”, com a doca servindo apenas para enviar a imagem para a televisão. Games que exigirem mais processamento, por exemplo, drenarão a energia mais rapidamente, da mesma forma que acontece hoje com os smartphones.
Apesar de essa questão variar caso a caso, pelo menos um game já foi confirmado como o grande fominha da bateria do Switch – The Legend of Zelda: Breath of the Wild. O que nos faz pensar que outros títulos de mundo aberto, como Super Mario Odyssey, Steep e The Elder Scrolls V: Skyrim devam seguir a mesma lógica.
Os controles Joy-Con também possuem baterias individuais, mas aqui, a Nintendo não falou sobre autonomia. Isso, entretanto, pode ser uma preocupação, pois a empresa revelou uma versão do “Grip”, como é chamada a peça que transforma dois joysticks em um controle único, com bateria integrada, que também serve para recarregar as unidades.
Medidas e outras especificações
Uma grande questão com relação ao novo console da Nintendo recai sobre o tamanho do controle, principalmente quando utilizados de forma separada. Já citados como muito pequenos, os Joy-cons não tiveram o tamanho divulgado oficialmente pela empresa.
Uma análise feita pelo site Ars Technica, antes mesmo das revelações desta madrugada, entretanto, coloca os controles como menores até mesmo que o joystick do NES, que apesar de bastante ergonômico, é o menor acessório do tipo já criado pela Nintendo. As medidas, de acordo com o veículo, são as seguintes:
- Joy-con individual: 10,6 cm x 3,4 cm;
- Joy-cons + Grip: 15,7 cm x 11,5 cm;
- Joy-cons + tela: 10,6 cm x 25,3 cm.
Sempre avessa quanto à divulgação de especificações técnicas, a Nintendo não revelou detalhes quanto ao hardware do sistema, uma informação normalmente descoberta somente após o lançamento, quando especialistas abrem o console para explorar seu interior. Sabemos, entretanto, o tamanho da tela, memória e outras informações. Confira:
- Tela: 6,2 polegadas, multi-touchscreen capacitiva;
- Resolução: 1280 x 720 no “tablet”, 1920 x 1080 na televisão via cabo HDMI;
- Som: saída P2 para fones de ouvido no “tablet”, 5.1 surround a partir da doca;
- Bateria: de 3h a 6h, de acordo com o software utilizado;
- Mídia: cartões de memória proprietários;
- Armazenamento: 32 GB de memória interna, expansível por cartões micro SD de 4 GB e superior;
- Conexão: Wi-Fi, wireless local para conexão de até oito consoles, Ethernet (na doca);
- Processador: NVIDIA Tegra customizado, sem especificações divulgadas.
A Nintendo também revelou o conteúdo da caixa do Switch, garantindo que os jogadores terão todo o necessário, sempre, para jogar qualquer game da plataforma. A diversão, claro, pode ser expandida com acessórios adicionais, mas estes são os essenciais para a experiência:
- Console (o “tablet” com a tela sensível ao toque);
- Doca para carregamento e interface com televisão;
- Joy-cons direito e esquerdo;
- Duas alças para fixação dos Joy-cons no pulso, para uso dos sensores de movimento;
- Grip sem bateria;
- Cabo HDMI;
- Fonte para carregamento (individual ou a partir da doca).
Aplicativos
Durante a apresentação desta madrugada, a Nintendo preferiu focar especificamente nos games, deixando de lado outras informações sobre a utilização de mídia no aparelho. Apesar de não existirem confirmações sobre isso ainda, entretanto, já podemos dar como certa a presença de aplicativos como Netflix, YouTube, Hulu e Amazon Prime no console, para que o entretenimento possa ser carregado por aí tanto quanto os jogos.
Além disso, o Nintendo Switch tem em seu cerne uma grande integração com smartphones e tablets, com aplicativos gratuitos e específicos para certas funcionalidades. Todo o controle parental, por exemplo, será feito por meio de um app para iPhone e Android. O mesmo vale para chats de voz, marcação de partidas e chat com outros jogadores, que deve funcionar como uma segunda tela e nos leva ao próximo tópico.
Como vai funcionar o online?
Pela primeira vez, a Nintendo está aderindo ao pagamento de uma assinatura para utilização dos serviços online do Switch, aos moldes do que a Sony e a Microsoft já vêm fazendo há algum tempo. No lançamento, entretanto, a rede online do Nintendo Switch estará gratuita para todos, tornando-se paga em algum momento do segundo semestre de 2017.
A partir daí, será necessário o pagamento de uma assinatura, de valor ainda não divulgado. Ela dará direito a jogar online, utilizar aplicativos e receber descontos na compra de games e outros conteúdos. Além disso, um título de NES e outro do Super Nintendo (com direito a multiplayer online quando disponível) estarão gratuitos todo mês e poderão ser jogados livremente durante o período.
Sem a assinatura, as funções online do Switch ficam restritas ao acesso ao eShop, a loja online da Nintendo, o compartilhamento de screenshots e vídeos nas redes sociais e o gerenciamento de amigos e contatos. Além disso, será permitido a todos a utilização do software de controle parental.
Chamou a atenção, entretanto, o fato de que o modo online do Switch dependerá de um smartphone para funcionar. Em uma experiência de segunda tela, celulares e tablets serão utilizados para entrar em lobbies de partidas, iniciar o matchmaking e usar recursos como os chats de texto e voz, com a tela do console ou da TV servindo única e exclusivamente para exibir o jogo. A Nintendo ainda não revelou se tais recursos também estarão disponíveis a partir do console, ou se são exclusivos do app.
E Zelda para Wii U, vai ter?
https://www.youtube.com/watch?v=uQhctf2q9Qw
Vai sim. The Legend of Zelda: Breath of the Wild chega no dia 3 de março ao Wii U. No passado, a Nintendo já havia prometido uma experiência idêntica em ambas as plataformas, com diferenças apenas nos gráficos, que serão melhores no novo console. Sempre existe, entretanto, a expectativa de que a versão Switch tenha recursos exclusivos, seja por meio de interações possibilitadas pelos controles ou com conteúdos adicionais – por enquanto, apenas edições especiais do game foram anunciadas como exclusivas do novo video game.