Quando o público encheu os estandes do segundo dia da Brasil Game Cup Rio, realizada no Centro de Convenções SulAmérica, dava a imprensão que uma BGS em menor escala havia se materializado na cidade carioca.
Marcelo Tavares estava na frente dos portões, recebendo o público que chegava. Atencioso, atendeu o New Game Plus, nos concedeu uma entrevista sobre o evento no Rio de Janeiro e nos contou sobre as diferenças entre a BGC da Brasil Game Show. E o que esperar da décima edição do evento que, segundo nossa conversa, será histórica.
Segue abaixo o nosso bate-papo:
New Game Plus: Para o público habituado à BGS, o que houve de novidade aqui na Brasil Game Cup?
Marcelo Tavares: A gente tem atrações principais como os campeonatos, com DotA 2, que é um jogo que voltou pra essa edição da Brasil Game Cup, o Counter Strike, que não é uma novidade, mas é algo que atrai um público bastante grande no Brasil de um modo geral. A gente também teve de novidade, nesse ano, o Overwatch.
Outra coisa que a gente trouxe de bem bacana pra cá foi a Drone Racing, a corrida de drones. É algo que eu destaco, por que tem uma relação muito grande com o videogame, os aplicativos são gamificados e a gente percebeu que é algo que atrai cada vez mais um número maior de competidores e de participantes aqui no Brasil. E a gente pretende, também, no futuro, levar pra a Brasil Game Show em São Paulo. E claro, os dezenas de estandes, a parceria com os clubes de futebol do Rio de Janeiro, que é algo a se destacar, com Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense. Os três últimos, inclusive, com estande, ações e presença de jogadores.
Isso tudo mostra que é outra paixão, que tem um link bastante grande com videogame. São jogadores que no dia a dia estão ali na concentração sempre procurando jogar, se divertir e a gente conseguiu traze-los para cá. E muitos estandes, muitos lançamentos. A área indie que a gente trouxe dessa vez para o auditório, permitindo um conforto maior pra quem vai acompanhar. O Game Jam, que a gente sempre desenvolve, dessa vez também está no auditório e o Rio de Janeiro é o tema do jogo que eles estão desenvolvendo.
E várias novidades que os próprios estandes estão apresentando, desde jogos brasileiros a produtos e acessórios. Muitos produtos à venda, a gente tem também alguns estandes com drones por conta da corrida
também. Isso é algo pra gente bastante concreto. Começar a trabalhar com console é um interesse nosso, além de voltar a mobile eaumentar o leque de jogos para PC também.
Posso adiantar que, pra Brasil Game Show, vamos ter uma edição da Brasil Game Cup ainda maior e com mais novidades. Na própria BGS, nos seus estandes, vamos ter muitos lançamentos e também muitos campeonatos acontecendo.
NGP: A BGS nasceu aqui no Rio de Janeiro e você trouxe a BGC pra cá, qual é a sensação ter novamente um evento de games desse porte aqui no estado? Você tem intenção de levar uma das duas para alguma outra cidade?
MT: A sensação é muito boa, porque é onde moro, tenho família, parentes e amigos. Um local onde a Brasil Game Show, na época, começou em 2009 e é onde a gente tem o nosso escritório até hoje. Tem toda a nossa estrutura e é também o segundo maior público da Brasil Game Show e também do país.
É uma forma de a gente, de certa forma, reviver, ter uma nostalgia em relação ao que rolou lá atrás em 2009, 2010 e 2011, ao longo das quatro primeiras edições que foram no Rio de Janeiro de BGS. E falando de Brasil Game Cup, a gente vai ter uma edição lá em São Paulo na BGS, confirmadíssima para de 11 a 15 de outubro, no Expo Center Norte.
Por outro lado, a gente pode vir sim no futuro, há possibilidade, principalmente uma BGC, ela poderia ser feita em outras regiões. Há estudos nesse sentido. O próximo ciclo que é a Brasil Game Show e a BGC em São Paulo, que nesse ano vai arrebentar, vai ser espetacular e acho que todo mundo vai gostar. O resto, anunciamos depois.
NGP: Então, em teoria, vão ser duas BGCs por ano, daqui pra frente?
MT: Então, o que eu posso anunciar é que a próxima BGC é na BGS. E aí, na Brasil Game Show, a gente vai anunciar os projetos e planos para 2018. A gente tem novidades, tem algumas coisas aí bem engatilhadas, mas antes disso tudo, o que eu posso te falar é que tem muita coisa boa, espetacular, pra outubro, tanto de BGC como de BGS. Muita coisa realmente muito boa, aqui foi um aperitivo. O prato principal tá vindo por aí.
NGP: Já possuem um feedback do dia da sexta-feira, com a Blizzard aqui em peso?
MT: Foi bem bacana, a gente teve os jogadores e o staff todo da Blizzard e os principais times aqui no Brasil. Eu acho que tanto o público que assistiu de casa como quem estava presente aqui ficou bastante feliz e satisfeito com o que viu.
A gente espera que seja uma primeira iniciativa, que possa ter continuidade no futuro. Estamos conversando para isso e garantindo um destaque muito grande pra quem é fã da Blizzard, que é uma empresa que, não tem dúvida, quando a gente pensa em jogos online, de um modo geral, não só Overwatch e o Hearthstone, mas também seus outros títulos, ela ganha um destaque muito grande.
NGP: Além do Nolan Bushnell, temos quais novidades sobre a BGS na sua décima edição?
MT: Além do Nolan e do Hector Sanchez, que foi produtor do Injustice e do Mortal Kombat, a gente vai trazer mais oito nomes. Esses oito nomes vão ser anunciados ao longo dos próximos seis meses e a gente também está trazendo empresas que já participaram da Brasil Game Show e vão voltar esse ano. Companhias que não estavam no Brasil, estão vindo para o seu lançamento com a gente. Então, eu posso te dizer que a BGS 10 realmente vai se uma edição histórica.
A gente está com uma procura de ingressos que hoje é 49% superior ao ano passado. A data também é algo que favoreceu bastante, de 11 a 15 de outubro. É um feriadão. A gente nunca em nossa história pegou um feriado onde a feira acontecesse exatamente na quinta-feira e fosse até o domingo. Posso te dizer que é uma edição que a gente está saindo da Brasil Game Cup agora, e, já na segunda-feira tem reunião de manhã falando de Brasil Game Show, e, nas próximas duas semanas, a gente vai ter umas novidades já pra começar a esquentar o público. Novidades boas.
NGP: Sobre os oito nomes, além do Nolan Bushnell e do Hector Sanchez, tem algum que você possa dar com exclusividade pra gente?
MT: Todos os grandes nomes da indústria de games mundial interessam pra gente. E nomes que o público pede também. A gente tem batalhado ao longo do tempo pra traze-los. No passado, a gente pode relembrar, que conseguimos trazer Yoshinori Ono (Capcom) duas vezes e Katsuhiro Harada (Tekken) uma vez. Conseguimos trazer a Kiki Wolfkill, de Halo e Ed Boon, criador de Mortal Kombat. Nós conseguimos trazer o Phil Spencer. Para esse ano, eu posso te dar de dica: tem nomes que já vieram e tem nomes novos. Vamos aguardar. A gente tem anúncios bons aí para as próximas semanas.
NGP: Alguma empresa que lançou um console novo recentemente?
MT: Essa a gente está tentando, mas essa não está ainda entre as novidades. Eu espero, quem sabe, que eles mudem a visão em relação ao Brasil. A Nintendo é uma empresa que a gente gostaria muito de ter aqui, e eu digo para você que, mensalmente, a gente faz contato com eles. Eles têm que acreditar, encarar o mercado brasileiro de forma séria, algo que eles ainda não fizeram, infelizmente. Sony e Microsoft já fazem. Várias publishers também. Falta a Nintendo.
NGP: A BGS está fazendo esse trabalho pra mostrar a importância do Brasil no mercado.
MT: Estamos tentando. Contamos com a ajuda de vocês e de todos para que a gente consiga realmente fazer isso acontecer.