2020 está sendo um ano complicado. Teve jogo bom? Sim, mas foram tantas decepções e coisas que te fazem questionar “como conseguiram fazer isso?” – estou olhando pra você, dona Capcom. Porém, vamos falar da Bandai Namco, que foi responsável por Captain Tsubasa: Rise of New Champions. Este jogo pode atingir os fãs de Super Campeões em cheio, com inúmeras referências, diálogos (mesmo alguns bem questionáveis), trilha sonora e gráficos, além do endeusamento do protagonista, como no anime. Mas não é apenas isso.
Sempre que falamos em animes dos anos 1980, sempre vem um sentimento nostálgico gostoso, saudades de uma época mais simples, onde a maioria, principalmente quem tem mais de 30 anos de idade, tinha como maior preocupação se o herói venceria o vilão em seu desenho favorito. Assim como Dragon Ball FighterZ, o chamado Episódio Tsubasa é como assistir ao anime, sendo muito fiel ao material original. As jogadas com super poderes espalhafatosos, cenas mirabolantes e a jornada do time juvenil de Nankatsu, rumo ao tricampeonato, porém, são acertos, mas também o começo dos problemas.
Antes de começarmos cada partida, temos um tutorial para dribles, ataques, defesas, roubadas de bola e táticas de passes, além de habilidades especiais. É muito útil e recomendo que dê uma revisada sempre, principalmente nos lances a gol, pois, para marcar, se deve baixar o nível do goleiro ao mínimo e, na maioria das vezes, usar o “chute especial”.
A quantidade de loadings durante as partidas é insuportável, principalmente quando estamos no meio de uma jogada importante ou um contra-ataque, interrompidos para um drible ou efeito especiais.
Quem acompanha futebol sabe que o bom goleiro é um dos pilares principais do time, mas em Captain Tsubasa, esse se torna um dos maiores problemas. Com um jogador sem muita habilidade nas defesas, o nível cai muito rápido e quando defende, pode soltar a bola na pequena área, com os zagueiros parecendo não se importarem com os atacantes – a nossa sorte é que, para o adversário fazer gol, também precisam de um chute especial. As chances de um rebote são raras.
A quantidade de loadings durante a partida é insuportável, principalmente quando estamos no meio de uma jogada importante ou um contra-ataque. A frequência incomoda, pois uma coisa é interromper o lance para mostrar algum elemento importante do enredo, mas outra é fazer isso só para mostrar um drible especial ou aplicar um efeito de anime. Os menus e papos, pelo menos, estão em português brasileiro, o que ajuda.
É complicado falar que, mesmo sendoo game de um anime de futebol, o maior problema de Captain Tsubasa é exatamente esse.
Problemas nos controles e quedas de frames no meio do jogo deixam Captain Tsubasa ainda mais irritante que o endeusamento do protagonista, mesmo ele não fazendo nada ou optando por jogar como volante. Você não pode mudar a estratégia nem substituir os personagens fixos do desenho, assim como pode sofrer um gol bobo apenas porque o enredo decidiu ser assim.
É complicado falar que, mesmo sendoo game de um anime de futebol, o maior problema do título é exatamente esse. Usando o exemplo do FIFA e seu modo campanha, vemos que é possível fazer um bom game do esporte, com trama bacana, sem interromper o jogador a todo momento. Tsubasa chega a irritar com seus diálogos no meio da partida, poluindo ainda mais a tela, que já é uma loucura por si só.
Não existem faltas, pênaltis (na verdade, somente para caso de empate) e cartões. A cada roubada de bola, o atleta é jogado para longe, literalmente, e demora muito para levantar. Com o próprio Tsubasa é ainda pior, já quem além de ser arremessado, sempre tem uma cena para fazer, a maioria delas chatas, cheias de conversas irritantes que deixam a partida ainda mais cansativa.
O modo online é padrão, mesmo com a demora para achar a partida, e até que responde bem se seu console estiver cabeado. O mesmo vale para a modalidade Novo Campeão, onde o jogador cria seu personagem e tenta alcançar o topo. Porém, se em Episódio Tsubasa já temos problemas, imagine aqui, onde além de tudo que já foi citado, ainda temos uma dificuldade elevadíssima e, muitas vezes, injusta. Porém, é possível contar com a ajuda do V-Zone, especial que dá uma melhorada nos atletas por alguns minutos.
Para o fã, Captain Tsubasa: Rise of New Champions não precisa ser um excelente jogo de futebol, mas sim de anime, o que o torna uma boa aquisição. Do contrário, ou se estiver em busca de algo focado no esporte, melhor ficar com FIFA e PES.