E está chegando a hora. No dia 24 de janeiro, finalmente, a Capcom lança Resident Evil 7 (ou VII, ou até VII biohazard, aquela nomenclatura à qual quase ninguém aderiu). O game que promete operar mais uma revolução na franquia, ao mesmo tempo em que olha para o passado, dividiu os fãs, e a hora de cimentar esse abismo, ou acabar com ele, finalmente está próxima.

Seja para aplacar a ansiedade ou conhecer um pouco mais desse universo antes da chegada do game, confira aqui recomendações de filmes e jogos que pavimentaram o caminho para Resident Evil 7. A maioria, inclusive, já foi recomendada aqui, seja nesta coluna ou em forma de gameplays ao vivo, e agora, aparecem reunidas aqui. Faltam cinco dias para o lançamento, então, dá tempo de conhecer uma dessas dicas por dia.

O Massacre da Serra Elétrica

https://www.youtube.com/watch?v=d2EKnGhxehE

Se o Leatherface já foi a grande inspiração para Dr. Salvador, um dos inimigos mais clássicos de Resident Evil 4, a Capcom agora decidiu abraçar a influência de vez. Tudo, em Resident Evil 7, cheira ao clássico do terror de 1974, inclusive literalmente, já que, assim como no filme, quase podemos sentir o odor de carne podre e em decomposição pelo lugar.

A história segue um grupo de jovens que segue para uma região desolada do Texas, para verificar se um túmulo pertencente à família não foi vandalizado. Pelo caminho, eles se veem sem gasolina e diante do assassino da motosserra, principalmente depois de invadirem a casa dele em busca de ajuda em gasolina.

O conceito de uma família de maníacos, por exemplo, vem diretamente do longa, assim como toda a estética “podre” de Resident Evil 7 e a ideia de situar o game em uma fazenda isolada. Falta, apenas, o inimigo com a serra elétrica, que ainda não sabemos se estará no título mesmo. Jack Baker, porém, já parece se prestar ao papel de perseguidor que deixará os jogadores desesperados.

Evil Dead

https://www.youtube.com/watch?v=72nlQp9xe5o

Já falei sobre estes filmes aqui, e a franquia de terror criada por Sam Raimi é uma de minhas preferidas. Marco no horror e um dos grandes exemplos de que basta uma boa ideia para que um filme bom seja feito, mesmo que com baixo orçamento, o primeiro “Evil Dead” (lançado como “A Morte do Demônio” no Brasil) já foi até citado pelo produtor Masachika Kawata como uma das grandes influências de Resident Evil 7.

Um grupo de jovens viaja de férias para uma cabana isolada no meio da floresta, e lá, sem querer, acabam libertando forças malignas a partir do Necronomicon, um livro de maldições escrito com sangue humano. Um a um, os amigos de Ash, o protagonista, acabam sucumbindo, até que ele se vê, sozinho, obrigado a lutar ou “se juntar a eles”.

A sensação de desolação e perda é perene durante todo o longa, e sempre foi assim com Resident Evil. Sabemos, na maioria das vezes, que estamos em uma situação além de qualquer expectativa, mas não temos opção a não ser seguir em frente, enfrentando as ameaças, ou morrer. Espere, também, por referências extremamente diretas a “Evil Dead” ao longo do pesadelo de Ethan Winters.

A Bruxa de Blair

Feito em uma época na qual o marketing viral ainda nem era um termo existente, o mockumentary conta a história supostamente real de um grupo de adolescentes que desaparece durante uma investigação sobre a bruxa do título. Mais tarde, apenas fitas com as gravações feitas por eles são encontradas, revelando o que aconteceu e mostrando que, em meio às árvores, algo muito sinistro está escondido.

A demo “Begining Hour” já trazia uma referência claríssima à “Bruxa de Blair”, no momento em que Clancy encontra Andre no porão. O clima deve se transferir também para o game final, com uma câmera que nos coloca nos olhos do protagonista, e ao mesmo tempo em que permite uma visão em 360 graus dos arredores, se torna incrivelmente limitada.

Um dos grandes clássicos do terror, “A Bruxa de Blair” merece ser visto, ao contrário de suas sequências. Isso inclui, por sinal, até mesmo o longa lançado no ano passado, que até carrega influências do original e tenta entregar uma sequência, mas se perde no exato avesso do que foi dito sobre “Evil Dead” – se não é preciso ter um grande orçamento para criar um bom filme, possuir o dinheiro pode fazer com que o criador ultrapasse as barreiras e crie nada mais do que uma galhofa.

Outlast

Um dos grandes expoentes recentes do “terror em primeira pessoa”, Outlast pode ser uma boa opção para quem quer acomodar os sentidos à sensação de perseguição e brutalidade que Resident Evil 7 deve nos trazer. Portando apenas uma câmera, o objetivo do game é, simplesmente, sobreviver, enquanto descobrimos a verdade sobre um hospital psiquiátrico.

A trama deixa a desejar, uma vez que o foco do game está, justamente, na urgência. Extremamente escuro e cheio de cenas violentas, Outlast continua assustando muita gente até hoje, anos depois de seu lançamento. Sendo assim, o game acaba sendo também uma influência para a mudança na visão de Resident Evil 7, uma vez que, segundo os produtores, a ideia é, justamente, fazer com que o jogador se sinta oprimido de novo.

Resident Evil 1

E falando em opressão, não existe game na franquia que cause mais essa sensação do que o primeiro Resident Evil. Lançado em 1996, o game que iniciou a saga pode até ter envelhecido mal em termos de controle, mas ainda se mantém muito forte no quesito “terror”, obrigando o jogador a contar até a última bala para sobreviver.

Não sabemos exatamente como a trama de Resident Evil 7 se ligará ao primeiro ou qualquer outro título da franquia, mas de acordo com a Capcom, esse elo existe. Mas, mais do que uma conexão no enredo, a ideia da empresa é trazer de volta o clima do passado, e nesse sentido, o primeiro título acabou se tornando o grande norte a ser seguido.

Vale a pena passar um pouco de perrengue e se acostumar com os controles tanque e jogabilidade um pouco travada, pois além delas, temos um dos melhores títulos da saga. A trama que, 20 anos atrás, inicou tudo aquilo a que estamos acostumados hoje, e nos trouxe até aqui.

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