Durante a Brasil Game Show 2014, conversamos um pouquinho com o vice-presidente de produção de Terra-Média: Sombras de Mordor. Selecionamos cinco perguntas e batemos um papo bem descontraído com o produtor. Confere só!
NGP: Me fale um pouco sobre a concepção do jogo. O que dizer aos fãs de Tolkien e aos jogadores de primeira viagem?
Peter Wyse: Não é preciso estar por dentro do legado de Tolkien para jogar Sombras de Mordor. A história aqui começa com os jogadores sendo introduzidos a Talion quando algo muito trágico acontece a ele. Mas algo o mantém vivo, o espírito de Celebrimbor; e isto nos envolve na história de como os Anéis foram forjados, mas ao mesmo tempo o jogador continua desvendando [a trama] para descobrir quem é esse espírito, Celebrimbor. Então trouxemos um background em que os jogadores que não conhecem nada sobre O Senhor dos Anéis consigam se localizar, e saibam o porquê eles estão em Mordor, e por que estes Anéis são tão importantes para Sauron. Sendo assim, se você é um fã de O Senhor dos Anéis, esperamos que você goste e aprecie o que fizemos com o jogo… Tentamos respeitar o lore dos livros e dos filmes. E se você não conhece nada e esta é a sua primeira vez no mundo de O Senhor dos Anéis, acredito que seja um bom ponto de partida para conhecer o universo, para que assim você possa procurar mais depois sobre o resto da história. Mas de qualquer forma o jogo por si só é auto-suficiente, então não é obrigatório conhecer a história por trás de tudo.
NGP: Quais foram os desafios de criar um jogo em um universo já estabelecido?
Peter Wyse: Nós quisemos ser respeitosos, sabe? Não queremos quebrar as regras. Tivemos que manter em mente os acontecimentos canônicos. E, portanto, temos que saber onde queremos ir nesse novo território. Mas posicionamos artefatos nesse jogo que podem ser encontrados. Por exemplo, uma roda quebrada de um carro que foi empurrado por um orc; e isso aconteceu durante a guerra contra Isildur. Então instigamos memórias que o jogador pode encontrar e ele pode viver estas lembranças que as relíquias têm. São esses nuances que tentamos trazer ao jogo, como coisas que foram referenciadas em livros e filmes que já vimos, mas também criamos novas histórias e novos aspectos dentro desse universo já conhecido.
NGP: Como foi criar um balanço para uma história ambientada em um universo tão aprofundado e mantê-la ao mesmo tempo acessível para aqueles que não conhecem nada sobre O Senhor dos Anéis?
Peter Wyse: Foi difícil. Tivemos que alcançar esse balanço, e para isso usamos diversos testes com jogadores, para achar o que era demais e descobrir o que poderia ser chato. Não tivemos medo de mexer na construção, de tirar, de acrescentar, e mexer na história, e só assim chegamos ao que é a peça final do jogo. Mas foi também divertido [o processo]. Porque é legal mexer nesse resultado e nessa experiência que você quer que os jogadores levem às suas estantes.
NGP: Será que o Peter Jackson faria um filme sobre Sombras de Mordor?
Peter Wyse: Isso seria ótimo! Agora que as filmagens de O Hobbit terminaram, eu espero que ele consiga descansar, jogar o game e espero que ele goste do jogo! Ele esteve envolvido no projeto, tipo um consultor.
NGP: E você acha que o Sistema Nemesis ainda pode ser utilizado em outros jogos?
Peter Wyse: Certamente. No DLC que estamos fazendo, continuaremos a explorar o Sistema Nemesis. Essa tecnologia foi criada pela Monolith Productions, então com certeza eles vão usar em outros jogos, além de ajudar na criação de demais títulos servindo como inspiração. Eu acho muito lisonjeador.
Nossa análise de Terra-Média: Sombras de Mordor sai em breve, portanto, fique de olho no NGP!