O quarto personagem a ser apresentado para esta terceira temporada de Street Fighter V, Cody Travers retorna para limpar as ruas em duas frentes: no âmbito burocrático e na pancadaria, mas o passado como lutador de rua e ex-presidiário sempre volta para assombrar o atual prefeito de Metro City.
O lutador entediado também se apresenta para fãs que o elegeram como um dos mais hypados para 2018. Inclusive, falamos disso por aqui, em nossas especulações de novidades esperadas para este ano, quando teorizamos sobre o retorno da Sakura, Cody e o modo Arcade.
Antes de abordarmos o personagem, devemos salientar que o título continua recebendo as novidades usuais como novas roupas via compra direita, desafios em batalhas extras e, agora, foi a vez do modo sobrevivência ganhar um aditivo, sendo possível usar itens para aumentar as chances de se manter em batalha, por itens que podem ser comprados ou ganhos e até por adivinhação, por meio da bola de cristal de Menat.
Terminar este extra dá Fight Money e cores extras para os personagens em cada nível de dificuldade, o que faz com que essas novidades sejam bem-vindas para aumentar a diversão e o fator replay.
Junto da nova roupa para Cammy no estilo Cannon Spike, antigo game de tiro da Capcom, crossover de trajes com Devil May Cry para Ken e Ed, a estreia de Cody abre espaço para a discussão sobre o esforço seletivo da Capcom em relação a certos personagens. Falke, lançada há dois meses, não teve metade dos cuidados dispensados ao protagonista de Final Fight, tanto em animação de ataques quanto criatividade, com cada V-Trigger mudando sua abordagem na luta contra o adversário.
Considerado um retorno emocionante para os fãs de Street Fighter IV, Cody volta reformulado, como de costume, para caber dentro dos padrões de SFV. Não foram só seus golpes que mudaram em relação ao passado, ele se tornou uma pessoa mais violenta e obscura.
Não é à toa que ele se parece tanto com Geese Howard, o magnata violento de South Town que governa das sombras em Fatal Fury. Cody tenta manter a pose de prefeito responsável mas não consegue resistir à emoção da briga de rua e transforma todos que conseguir em adversários para tentar sentir o gostinho dos velhos tempos.
Com o sumiço de Haggar dos arredores e sem a namorada Jéssica, Cody parece ter sucumbido ao lado negro certamente por causa da solidão, pois só mencionam que o ex-prefeito sumiu de cena, enquanto seu parceiro de lutas, Guy, desapareceu pelo mundo. Sem essa base e somente com a responsabilidade de gerir uma cidade , com um tédio ainda presente, só coube ao jovem cair na pancadaria, mesmo tendo uma secretária linha-dura em sua cola o tempo todo.
Como ocorreu com os outros personagens clássicos, o lutador tem golpes normais quase todos novos e será preciso reaprender a jogar com ele, além de se acostumar com as novidades nos supers antigos que foram alterados. A coisa mais chocante para uma ex-viúva de Cody será perceber que este personagem é uma versão do Final Fight de 1989, adaptado para o SFV com pouca coisa da versão anterior, que só reaparece quando se ativam os V-Triggers.
Assim como Abigail, todos os ataques do primeiro Final Fight estão presentes, e dada a empolgação sobre o “maridão”, estão muito eficientes, não tendo muita brecha para reclamarem do personagem.
A primeira grande mudança será no projétil de Cody, que trocou o paredão de vento das versões anteriores por um pequeno tornado que move-se lentamente e não alcança o fim da tela em suas versões normais, mas serve para botar pressão e ajuda a se aproximar do adversário. O Ruffian Kick continua igual em suas versões normais e com chute adicional, que manda pra cima na versão EX.
Já o Zonk Knuckle deixou de ser um ataque surpresa que atravessa projéteis, se tornando mais lento, para aproximação e abertura para acionamento de V-Trigger na versão EX. Esses são os três super golpes de Cody na versão neutro, mas quase tudo muda qaundo os V-Triggers são ativados.
V-SKILL: Double Kick
O golpe mais icônico de Cody retorna como V-Skill e, assim como no jogo original, uma pequena porção de energia se perde na execução do ataque, acertando ou não. Em contrapartida, uma pequena porção da barra de V-Trigger preenche se o ataque não conecta, e além de servir como anti-aéreo, permite passar por cima de projéteis.
Com o alcance, se torna tanto um recurso para impedir uma pressão muito constante sobre o personagem como para finalizar combos. Muito usado para fazer uma apelação básica de magia + anti-aéreo pra quem pular, já nasceu uma das melhores V-Skills do jogo, mas não a use em demasia pois os riscos também são altos: além de perder a porção de energia, se pode levar um Counter Crítico caso não acerte.
V-TRIGGER I: Side Arm
A clássica faquinha está de volta como o V-Trigger mais simples para quem está começando ou decidiu que prefere velocidade e golpes seguros à grande dano e maior alcance. Transformando todos os ataques normais com soco em facada, permite aumentar um pouco o alcance e faz Cody ganhar um novo super golpe, chamado Rapid Fire, uma sequência de facadas que serve como ótimo finalizador de combos, podendo ser cancelado em Critical Art.
Esta nova versão da faquinha pode ser arremessada para a frente ou para cima, sendo reequipada enquanto durar o tempo de ativação. Como se já não fosse eficiente o bastante, o personagem ganha um novo Target Combo.
V-TRIGGER II: Dirty Coach
O retorno do cano mais temido dos jogos da Capcom agora está nas mãos do herdeiro legítimo do prefeito de Metro City. Permitindo maior alcance no soco forte e sendo o único ataque de Counter Crítico que não o Chute forte em pé, Cody usa a arma como um taco de beisebol e as pedras, que não são mais arremessáveis pra frente, como bola. A quantidade de variações para um ataque é impressionante.
Como o cano pode ser usado para rebater para frente ou para cima, após o arremesso da pedra pode-se mandá-la pro alto em três distâncias diferentes, e mesmo não acertando ninguém diretamente na queda, podem acertar quando quicarem no chão. Já não bastando tantas opções, caso mandada para a frente, será necessário o timing perfeito para lançar a bola retinha, acertando várias vezes, ou sairão bolas curvas por cima ou baixo. Caso não esteja satisfeito, é possível jogar a pedra pro alto e deixá-la cair, pra surpreender os mais traumatizados. E como se não fosse o suficiente, o bastão pode ser usado após super golpes e Cody ganha um agarrão com comando, que transforma o adversário em bola de baseball. Pra finalizar, o bastão rebate as magias do oponente.
CRITICAL ART: Criminal Punisher
Na versão definitiva do antigo super golpe Criminal Upper, Cody usa todo seu potencial de criar vento em um único e furioso tornado que varre do caminho qualquer tipo de oponente, inclusive muitos Critical Arts dos adversários que são engolidos pela gigantesca torrente. Podendo ser acionado após variados tipos de ataques e com um bom alcance, é uma ótima pedida para finalizar um combo destruidor, mesmo não causando tanto dano como parece.
Parecendo muito com o Screw Upper do personagem Joe Higashi em Fatal Fury e The King of Fighters, vale a pena economizar as barras de super para se valer desta grande ferramenta, que só não é aconselhada após o Ruffian Kick fraco, que derruba o oponente.
Olhando mais de perto o personagem, veremos que seu combo Final Fight é mais simples que o de Zeku, mas muito mais útil, pois pode-se cancelar em V-Trigger ou Critical Art e conectar após um combo curto. Os danos de zonzura também são altos e causam um dano mediano. Tem Target Combo no chão, no ar, com a faca em mãos e muitas possibilidades em qualquer um dos três modos de combate.
Sem falar das quatro roupas adicionais que já vieram no lançamento, de Haggar, Gala, Clássico de Street Fighter Zero 3 e do Final Fight original. Cody chegou para devolver a empolgação que a Capcom vinha minando de seus fãs recentemente.
Com um cronograma de lançamento confuso, mas adiantado, Cody e os outros dois restantes, G e Sagat, devem ser lançados, segundo rumores, até agosto ou, com sorte, antes da EVO. Esperamos que o mesmo esmero em desenvolver este novo prefeito esteja presente na hora de entregarem esses dois últimos personagens via DLC e que o episódio de Falke fique no passado, mesmo achando que ela deveria receber um re-design neste intervalo de mais de quatro meses que teremos caso os boatos se cumpram.
O lançamento aconteceu em dia 25 de junho. O personagem ficou de graça por dois dias para todos, o que causou uma infinidade de Cody Travers nas partidas online, com o trem do hype parecendo ter retornado à estação Street Fighter V. Agora, dá licença, que vou enfrentar mais personagens iguais usando o cano da justiça na cabeça do eleitorado de Metro City.
