Conan Exiles é um jogo de sobrevivência em mundo aberto. O jogador era um prisioneiro, por qual motivo não se sabe, que é crucificado no meio do deserto. Só que Conan, em pessoa, aparece, chuta sua cruz e diz “sobrevive aí e, se for a vontade dos deuses, a gente se vê”. Você parte, então, somente com sua tanguinha e um bracelete que indica sua condição de preso condenado à morte, e precisa sobreviver no deserto hostil.
Talvez, qualquer conhecedor de Conan se sinta instigando por essa premissa, afinal, o mundo cimério onde acontecem as histórias do bárbaro é muito interessante, repleto de magias e tramas. Já que não irei jogar com o protagonista em pessoa, explorar seu universo parece ser um desafio legal, mas logo entendemos que sobreviver não é tão fácil assim.
A dificuldade está em duas coisas: conseguir os objetos em si para sobreviver e entender como fazer isso com as mecânicas do jogo. O jogador começa no soco, podendo coletar poucas coisas espalhadas pelo cenário e praticamente qualquer criatura é capaz de acabar com você. O clima também, com o calor sendo um dos problemas a serem resolvidos.
É muito difícil não jogar esperando os “momentos Conan”. A ideia parece pronta, mas foi mal executada, pois se preocupa mais com as mecânicas do que em aprofundar seu mundo.
Assim que se entende que tudo quer te matar, é hora de experimentar o que se pode fazer para matar a fome e sede. Uma boa sombra perto de um lago começa a ter valor e, assim, Conan Exiles começa a ficar confortável. Até demais. Afinal, é necessário conflito para seguir em frente, e para isso, existem as missões que te obrigam a explorar os sistemas e também o mundo.
Essa parte, porém, é muito cansativa e chata de se entender, uma vez que o que precisa ser feito nunca é explicado exatamente. É muito comum se colocar em situações de risco acreditando que isso irá ajudar, às vezes é verdade, mas normalmente não. Leva um tempo até começarmos a pegar o jeito, e esse período pode te fazer querer parar de jogar.
Essa dinâmica tem suas qualidades, por outro lado. Quando o jogador coleta uma pedra ou derruba uma árvore, as reações são realistas e com efeitos bem legais. Poder jogar com os amigos é um diferencial legal e torna o game muito mais dinâmico.
As mecânicas de construção são cheias de detalhes que permitem construir uma casinha bonita e funcional, onde é possível cozinhar e fazer roupas. O tempo todo, encontramos materiais diferentes, o que cria situações novas, apesar do fato de que tudo isso é meio difícil de se conseguir, podendo assustar alguns jogadores.
Mas o que realmente move Exiles para a frente são as missões e não uma história ou narrativa interessantes. O título é um ótimo Survival, mas acaba sendo um jogo chato do Conan. Realmente incomoda o fato de este ser o tema, pois há muito pouco dele no título. A ideia de sobreviver e vencer na Ciméria é o grande diferencial, que não poderia existir em qualquer outro game. É um tema e tanto para um jogo desse gênero.
No geral, é um jogo bom, bonito e cheio de recursos. Sem dúvida, ter o nome da franquia no título pode atrair muita gente, mas ao mesmo tempo, são poucos os momentos que eu olhei pro jogo e pensei “isso é muito Conan”. Foram situações legais, sem dúvida, mas espalhadas ao longo de uma dura sobrevivência em um mundo de areia que lembra as sombras da Ciméria. Talvez se o jogo tivesse outro nome, como “A sobrevivência do Exilado”, ficasse melhor.
É muito difícil não jogar esperando os “momentos Conan”. A ideia parece pronta, mas foi mal executada, pois se preocupa mais com as mecânicas do que em aprofundar a temática e seu mundo.
O jogo foi testado no PC, em cópia cedida pela Deep Silver.