Embora Laura tenha sido a grande atração de Street Fighter V nesta Brasil game Show, ela não foi a única a chamar a atenção do público. É claro que todo mundo que foi à feira quis conferir a nova personagem brasileira e conhecer um pouco mais de seu estilo, mas aproveitou também para dar uma olhada nos demais lutadores que não estavam disponíveis na última Beta.
Com o elenco quase completo — eram 14 dos 16 personagens que estarão disponíveis no lançamento —, quem passou pela BGS pode conhecer um pouco dos novatos na série e ainda ver o que mudou em nomes já conhecidos. E esse apanhado mais geral serviu exatamente para mostrar que o estúdio não está brincando quando diz que quer criar algo bem diferente daquilo que vimos, apostando em estilos únicos e alterações para criar uma experiência bem variada.
E parte disso está exatamente nos estreantes. A própria Laura é uma adição e tanto nesse sentido, já que ela une uma jogabilidade baseada em técnicas de agarrar com ataques de projéteis — algo inédito até então na série. Só que ela vai ainda um pouco além.
O grande destaque da moça é a sua velocidade e o chamado “Jiu-Jitsu Matsuda”, o estilo de combate que ela e seu irmão Sean compartilham. Isso faz com que ela seja ótima na hora de acertar um oponente e se afastar para uma zona de segurança, graças a uns pequenos toques de capoeira em seus movimentos. Além disso, ela conta com vários golpes em Follow-Up, ou seja, que podem ser emendados a partir de um único ataque — mais ou menos como acontecia com Abel em Street Fighter IV.
A partir de uma simples cotovelada, Laura pode aplicar uma potente chave de perna no oponente e causar muito dano e em pouquíssimo tempo. E esse movimento é algo bem traiçoeiro, já que pode ser aplicado tanto paralelo ao chão quanto em um inimigo no ar, uma vez que o ângulo do ataque varia de acordo com a força do botão usado.
Ela não é um personagem tão simples de dominar, mas que causa muito estrago quando você começa a entender esses pequenos detalhes. Além disso, seu V-Trigger deixa as coisas mais complicadas, já que ela fica mais rápida, alguns golpes atingem mais vezes e ainda recebem a propriedade elétrica. Em outras palavras, ela é quase um Blanka ainda mais perigoso.
Os demais estreantes
Mas Laura não foi a única cara nova a aparecer por aqui. Outro novato que estava presente na demonstração de Street Fighter V na BGS foi Rashid, o lutador árabe que domina os ventos. Anunciado no último mês de setembro, o personagem é uma ótima opção para quem ainda está aprendendo a jogar.
O destaque desse personagem é sua agilidade e seu alcance. Ele possui golpes que conseguem alcançar o oponente mesmo a longas distâncias. Um movimento com chute, por exemplo, pode pegar o inimigo com a guarda baixa e abrir espaço para um combo ou mesmo outro golpe. Além disso, seus ataques giratórios são sempre feitos enquanto ele avança, o que faz com que seja mais fácil acertá-los — ainda que isso o deixe vulnerável.
Já Necalli é um pouco mais complexo. Ele mistura praticamente todos os tipos de movimentos, o que faz com que você precise dominar o sistema de combate do jogo para se dar bem por aqui. É uma variedade bem grande que não há margem para a famosa “farofada”. Assim, quem fica esfregando o controle na tentativa de tirar algum golpe vai sofrer na mão do oponente.
Mexendo em time que está ganhando
Mas não é apenas nos novos personagens que Street Fighter V mexe em sua mecânica. Embora eles tragam mecânicas bem variadas, os demais personagens já conhecidos pelos fãs também passaram por reformulações para fazer com que os combates sejam bem mais variados. Ao contrário do que víamos nos jogos anteriores, não há lutadores parecidos.
E o maior exemplo disso é Ryu e Ken, que sempre foram muito parecidos no modo de jogar. Porém, o novo game muda completamente essa dinâmica ao alterar uma série de características e golpes. Enquanto o herói segue quase que inalterado, o rei do Shoryuken de fogo passou por uma repaginada no visual e também em seus movimentos.
Enquanto seu Hadoken e Shoryuken seguem bem parecidos com aqueles que sempre vimos, o Tatsumaki Senpukyaku foi refeito. A partir de Street Fighter V, o golpe ganha um ângulo diferente dependendo da força do chute aplicado. Um golpe fraco, por exemplo, mantém a trajetória clássica, mas usar o chute forte faz com que o lutador desenhe um arco de fogo que acerta o oponente do alto com força e muita velocidade.
O enorme Zangief também mudou bastante, principalmente por conta de sua V-Skill. Ao ativar a habilidade, o lutador russo adquire uma armadura que absorver um hit. Isso significa que ele não vai sofrer dano no seu primeiro golpe e isso abre uma brecha gigantes para que ele contra-ataque.
Já o espanhol Vega teve os comandos de seus golpes simplificados e ainda ganhou dois estilos de combate. Não é algo tão radical quanto Gen em Street Fighter IV, mas traz um impacto bem significativo, já que ele pode tirar e colocar suas garras a qualquer momento e isso faz com que ele ganha uma postura mais ofensiva ou defensiva. Além disso, se a arma for arrancada no meio do combate, você não pode mais recuperá-la.
Por fim, a dupla feminina também traz grandes melhorias. Karin, por exemplo, se transforma em uma personagem muito rápida e perfeita para realizar grandes combos. Seus golpes também são baseados na ideia do Follow-up, então é preciso conhecer esses detalhes para saber emendar os ataques e causar um belo estrago. R. Mika, por outro lado, surpreende pela imprevisibilidade. Como ela pode chamar sua parceira para entrar em cena, é fácil surpreender o oponente e isso cria uma dinâmica diferente de combate — ainda que não seja nada fácil dominar esses pequenos detalhes.
