Conversamos na Brasil Game Show 2014 com Benjamin Plich, lead designer de Assassin’s Creed: Unity, título que irá iniciar a franquia na nova geração de consoles, e dentre muitas novidades, aborda ainda a Revolução Francesa. Em uma conversa bem descontraída, Plich nos contou um pouco sobre a concepção do game e as principais novidades que o jogo irá trazer. Dê uma conferida:

NGP: Pode falar um pouco sobre o conceito de criação de Assassin’s Creed: Unity? De onde surgiu a ideia?

Benjamin Plich: Bem… Há quatro anos nós fizemos o game “Assassin’s Creed: Brotherhood”. Lá começamos o conceito onde você apertava um botão e alguns personagens começavam a te ajudar. Foi daí que surgiu a vontade de fazer algo multiplayer. O problema era: a engine que usamos em AC1, AC2, AC3 e Brotherhood foi feita para um jogo single player. Então tivemos que criar algo novo. Não exatamente, mas modificar a mesma engine e incluir novas engenharias no programa para modificar as mecânicas e torná-la compatível com o online, e foi aí que o jogo nasceu. Desde o começo, já havíamos decidido que seria um título para a nova geração, mas desta vez nem sabíamos como seria essa nova geração de consoles.

Consegue imaginar que fizemos o Brotherhood em… 2010? (sim) Então, 2010, e já queríamos algo para a próxima geração. Nem a Sony e nem a Microsoft sabiam o que exatamente trazer para essa nova era. Então iniciamos o projeto com pelo menos alguns recursos já conhecidos e algumas novidades que ainda iríamos decidir. E no Brotherhood já tínhamos uma cidade grande e muitos personagens, mas com o poder da nova geração, queríamos adicionar muitos, muitos, muitos outros lugares e mais personagens. E os fãs sempre nos pediam para mostrar Paris em tempos antigos. Desta forma, a concepção foi basicamente isso: queríamos muitas coisas, dentre elas modo co-op e uma cidade grande e bonita, tal como Paris… Andar por Paris, como se fosse um museu ao ar livre, mas com pessoas por todos os lados. Foi basicamente isso.

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NGP: E muita coisa mudou desde o começo do desenvolvimento do jogo?

Benjamin Plich: Muitas coisas. Aconteceram muitas coisas desde então… Na produção de um jogo é preciso mexer em muitas coisas. Retirar algo, tentar de novo… Há muitos protótipos. Havia muito que não encaixava no contexto, ou na cidade, tinha também o multiplayer competitivo… E o jogo se chama “Unity”, então, basicamente é preciso se unir. Hesitamos um pouco em escolher entre competitivo e cooperativo, mas o cooperativo funcionou bem. Em Brotherhood você era um assassino, então o competitivo era justificável. Em Unity, você irá controlar Arno, um assassino, e que tem uma namorada, que é uma templária. Há bons plot twists na trama. Ele é um assassino que ama uma templária… É uma história bem complicada. Em Unity foi um pouco mais difícil justificar os motivos do assassino. Mas basicamente tudo no jogo é sobre cooperação.

 NGP: Vocês tiveram dificuldades em desenvolver o jogo no PlayStation 4 ou algo parecido?

Benjamin Plich: Na verdade não. Criamos o jogo em um PC. Depois portamos para os consoles. Planejamos tudo no papel e passamos tudo que tínhamos: milhares de personagens, uma cidade enorme, prédios enormes, o interior e o exterior deles, enfim! Tudo! Quando fizemos a conversão para os consoles, percebemos que não tínhamos nada para cortar fora. Parecia algo impossível, mas tivermos liberdade de criar tudo que queríamos, então não foi tão difícil.

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NGP: E quanto ao Wii U? Nenhum plano de trazer o jogo para o console mais tarde?

Benjamin Plich: Não, apenas PlayStation 4, Xbox One e PC. O motivo é porque não queremos. Quando “Assassin’s Creed: Black Flag” foi lançado como multiplataforma, para a nova e velha geração; ele tinha tudo que queríamos, mas não ficou tão polido [na velha geração]. E quando começamos com este projeto, pensamos em algo grande! Queríamos desde o início que fosse uma experiência para a nova geração. O Wii U já havia sido lançado antes dos novos consoles chegarem.

 NGP: E o que temos em Unity que não vimos ainda em outros jogos da série? O quê o difere de Rogue?

Benjamin Plich: Existe a maior cidade que já criamos, os gráficos estão incríveis, não existe loading quando você entra por uma porta ou sai de uma casa… Os novos consoles são muito poderosos, então quando você abrir a porta, tudo já estará pré-carregado. Haverá as catacumbas de Paris, o mapa será o maior que já criamos. Há os prédios, são bem altos! Melhoramos o sistema de batalhas, ele está mais desafiador agora e mais difícil. Há novos golpes, os ataques estão diferentes. Você pode customizar seu personagem inteirinho, mudando os elementos e os parâmetros que quiser, fazendo diversas combinações.

Há um botão para stealth agora, onde o personagem não faz barulho, e que introduzimos no Unity… Bem, basicamente fizemos de tudo no game, então é um novo começo para a franquia, já que lançaremos para os novos consoles. Contamos a história de um modo que os gamers não precisarão ter jogado todos os títulos anteriores, mas é claro que se jogaram, haverá referências que os fãs irão reconhecer. Mas se você não reconhecer, não é preciso jogar os outros games. Isto é importante porque sabemos que alguns jogadores irão iniciar a franquia com os novos consoles, e haverá toda uma nova geração de jogadores a partir de então. Não queremos forçar os jogadores a comprar todos os consoles para jogar os demais games.

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NGP: E sobre os próximos títulos da franquia? Já existem planos? Vocês têm planos de fazer um Assassin’s Creed no nosso país? De repente abordar a Independência do Brasil?

Benjamin Plich: Por enquanto não sabemos, vai depender muito da resposta do público, do quão bem recebido o jogo for, e se vai funcionar… Queremos nos focar apenas neste título por hora, mas eu espero que funcione, eu realmente espero que dê certo. E aí quando todos disserem: “ei, queremos um novo Assassin’s Creed, uma nova cidade”, então aí poderemos falar sobre algo novo. Sobre um Assassin’s Creed no Brasil… (risos) Bem, todos perguntam isso. Assassin’s Creed usa a história como seu playground. Enquanto houver histórias interessantes para explorar e que sejam bem conhecidas por todos, sabe; algo que tenha uma presença forte [na história]…  Então haverá material para produzir um game, mas nada que pareça um documentário. Já tivemos no Assassin’s Creed II o Da Vinci, no Assassin’s Creed III tivemos a Independência Americana, o Black Flag era sobre piratas. Eu não sou um expert na história do Brasil (risos), eu realmente não sei nada, desculpe. Mas claro que quando a equipe encontrar algo interessante para abordar sobre o Brasil, iremos trabalhar nisso no que for possível.

Assassin’s Creed: Unity será lançado em 11 de novembro, para PC, PlayStation 4 e Xbox One. O jogo terá localização totalmente em português e você pode conferir nosso hands-on clicando AQUI!

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