Depois de uma longa espera, a Nintendo, finalmente, lança, tanto para o iOS quanto para o Android, o seu primeiro jogo para os smartphones. Lançado primeiramente no Japão, em 17 de março, o título alcançou quase um milhão e meio de downloads nos primeiros três dias, e atualmente registra a marca de três milhões de usuários no mundo todo. Tudo isso em menos de um mês de lançamento.
Com essa dupla invejável da palavra “milhões” sendo creditada em um produto em tão pouco tempo, podemos conjecturar o sucesso estratosférico da empresa japonesa, restando, apenas, considerar que o game é algo tão inovador quanto o Wii foi e já está chegando de braçada no mercado mobile? Não.
Esse é um terreno desconhecido, até então, pela Big “N”. Assim, antes de vir – com um caprichado e espinhento, “se” nisso tudo – com as franquias mais clássicas dos videogames, era melhor começar jogando esse novo jogo mercadológico mandando um peão ganhar porrada no campo de batalha e ver como funciona esse rolê do freemium.
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Um pouco de jogo e muito de rede social
É um tanto complicado não conseguir vincular o Miitomo com Tomodachi Life, para o Nintendo 3DS (e também, um pouco, com o finado, porém, saudoso, BuddyPoke). Ambos remetem à esse aspecto de jogo social, onde nos recriamos, o mais fielmente possível, na estética Mii da Nintendo. E nesse ponto, o game possui um nível de customização considerável onde, junto ao acesso à câmera, conseguimos chegar num retrato de nós mesmos.
Devido a isso, no que o jogo se propõe, ele cumpre o que promete e te entrega uma rede social numa casca de jogo mobile, com a possibilidade de gerar posts, inclusive. Na interação diária, respondendo às perguntas sobre gostos pessoais e ao adicionar amigos, o jogador ganha cupons para acessar mini-games e o maior expoente dos jogos freemiuns, as benditas moedas.
O mini-game Miitomo Drop é, como o próprio aplicativo, simples e sem muita diversão. Trata-se de mirar e largar o seu Mii numa queda, passando por uma série de obstáculos e torcendo para cair numa plataforma que contenha um prêmio. Bastante descartável. E as moedas estão presentes na mecânica do jogo para custear as customizações do seu personagem.
Todas opções de compra são bastante caras e as moedas recebidas de forma gratuita são mínimas. Ou seja, é o dever de casa para um jogo freemium feito de forma correta. Entretanto, houve coerência, já que a aversão à essa parte do game também existe. Sem erros.
Onde mora o problema?
A Nintendo é reconhecida pela sincronia excelente entre seus jogos first party e seus consoles. Sua jogabilidade nos controles fora do padrão simplesmente funcionam com suas franquias, e que se virem as desenvolvedoras third party para adaptarem seus jogos. Mas parece que o jogo virou.
Algo que é curioso, agora limitada ao que o smartphone, a empresa se dispõe a sair de sua zona de conforto às avessas, onde a cada mudança de geração, tudo muda – notando seus últimos consoles, o N64, GameCube, Wii e Wii U. Com Miitomo, ela precisa permanecer na mesmice mecânica e ainda assim tentar inovar.
Um aplicativo tão simples como Miitomo ter tal alcance em tão pouco tempo, deve-se, principalmente, pelo nome da Nintendo. Cria-se, agora, uma grande expectativa em torno do lançamento de grandes jogos, baseando-se em sua longa história divertido à todos.
Porém, até observamos com clareza a estratégia de mercado da Nintendo com o NX e seus rumores de integração do videogame com os smartphones, só podemos especular a intenção da empresa lançando uma rede social, propriamente dita. Talvez seja até um protótipo de algo maior. Nos resta aguardar o segundo semestre de 2016 e ver a posição que a gigante japonesa tomará nisso tudo. E torcer, ao menos, por um Wario Land surgindo nas lojas de aplicativos nesse meio tempo.