Darksiders Genesis

Darksiders Genesis

por Ana Cruz

Repensando a estratégia

Uma coisa que poucos entendem, ou tentam, é como uma empresa pode fazer um marketing monstro para um jogo e ignorar categoricamente outro, a ponto de o lançar para outras plataformas sem que ninguém ligue. É o caso de Darksiders Genesis, que saiu para PC e, pasmem, Stadia em 2019, e só agora chega aos consoles para deixar os fãs da franquia mais felizes.

Isso se deve ao fato de o terceiro game da série ser o principal, o que fez com que esse spin-off acabasse esquecido rapidamente. Muitos nem mesmo sabem de sua existência, o que é uma situação lamentável, pois temos um game divertido nas mãos.

Começamos a história com Conflito indo investigar uma situação que Satã está tramando junto com Samael, personagem já conhecido na franquia, para tocar o terror e ameaçar o equilíbrio do mundo. Eis que ele recebe a grata presença de Guerra nessa empreitada, e ambos são personagens jogáveis, com o usuário podendo escolher entre um e outro, caso esteja jogando sozinho. No multiplayer, cada um controla seu preferido, seja no encontro com amigos ou qualquer pessoa online.

Dá vontade de continuar jogando e interagir com tudo o que possa gerar algum tipo de cena entre Guerra e Conflito. O primeiro, mais conhecido pelos fãs, é mais reservado, enquanto o outro tem um espírito leve e está sempre pronto para uma piadinha ou sacada inteligente; para ele a zoeira não tem fim e nem limites. O carisma dos personagens é altíssimo, com química entre os dois e diálogos excelentes, apesar da trilha sonora ser apenas ok.

O carisma dos personagens Guerra e Conflito é altíssimo, com química e diálogos excelentes. Dá vontade de interagir com tudo o que possa gerar algum tipo de cena entre eles.

Poucas cenas são em CG, e o que temos são desenhos dos personagens e diálogos em balão no melhor estilo dos quadrinhos. Os traços são ótimos e chama a atenção a qualidade das dublagens, mesmo com o caráter de spin-off de Darksiders Genesis, com uma preocupação em encontrar vozes parecidas tanto para os protagonistas quanto inimigos conhecidos.

Vulgrin, por exemplo, está lá para nos ajudar em tudo que precisarmos, e o jogo está localizado em português, o que é uma mão na roda para tutoriais, menus e habilidades. As legendas, porém, nem sempre estão sincronizadas, o que pode causar estranheza. Vendo a proposta de Genesis, não podemos pedir o mesmo investimento de Darksiders 3, por exemplo, mas o resultado é positivo.

Encontrar um parceiro online não é difícil, mas pela estratégia, muitos devem preferir jogar sozinhos, principalmente durante os combates difíceis contra chefes.

Encontrar um parceiro para uma partida não é difícil, mas pela questão estratégica, muitos devem preferir jogar sozinhos. E isso, inclusive, pode fazer de Darksiders Genesis o jogo da vez, já que o foco é justamente em bolar táticas usando os atributos dos personagens, com Guerra sendo mais forte e Conflito, mais rápido, por exemplo.

As batalhas durante a jornada não são tão difíceis, mas nos chefões, é aí que a “criança chora e a mãe não vê”. Quanto mais avança, mais apelões eles ficam, beirando o injusto e exigindo uma boa estratégia ou altos riscos. Sempre que puder, explore o ambiente e derrote os inimigos para conseguir níveis e os cristais para aumentar vida e fúria.

Mesmo não sendo um jogo numerado, Darksiders: Genesis é divertido, com personagens carismáticos, jogabilidade leve e um enredo interessante. Mesmo com um relançamento que demorou a chegar, podemos dizer aquele velho ditado, que também é um quadro aqui do NGP: antes tarde do que nunca.

O jogo foi testado no PS4, em cópia cedida pela THQ Nordic.