Desde que comecei a jogar, lá em 1988, quando tinha meus seis anos, eu sempre pensei como seria bom jogar videogame cagando. Sim, cagando, obrando, cortando o rabo do macaco, desmontando a prateleira, enfim…
Naquela época já existia o Game & Watch, da Nintendo, porém, na minha realidade, criança de família pobre, que insistiu muito até seus pais comprar um Dactar, um dos muitos clones de Atari 2600, um Game & Watch era impossível.
Anos se passaram até que um dia meu irmão, um grande “roleiro”, que fazia rolos mirabolantes, como trocar um 3DO por uma mobilete, apareceu com um Game Boy tijolão em casa. Foi mágico, depois de anos com a ideia de jogar cagando na mente, finalmente poder realizar esse sonho. Digo para vocês, é a melhor coisa do mundo. De lá pra cá, me apaixonei pelos portáteis – foram Game Boy, Game Boy Advance, Game Boy Advance SP, Nintendo DS, PSP, vários mini games genéricos, brick games, emuladores portáteis (Dingoo, Gemei, etc.), atualmente um Nintendo 3DS e um Playstation Vita. Mas não é esse o foco desse post, como diz o título, falarei sobre as melhores conversões de jogos para portáteis.
Apesar de curtir os jogos portáteis, o que eu sempre quis mesmo é jogar os games que eu jogava no sofá, em qualquer lugar e isso não era fácil de conseguir. Inclusive, tive de espremer minha memória para lembrar de pelo menos três excelentes (na minha opinião) conversões, e elas são:
Street Fighter Alpha: Warrior’s Dream
Plataforma: Game Boy Color (GBC)
Ano: 2000
Produtora: Crawfish Interactive
Publisher: Capcom
À primeira vista, pode parecer uma conversão pobre, mas depois de algumas partidas, você fica impressionado como tudo, absolutamente tudo que tinha na versão arcade está lá, incluindo o personagem secreto Akuma e o chefe M. Bison. Com uma simplificação visual muito competente para um jogo de Game Boy Color, destaco o fato de terem optado por personagens com proporções iguais às do arcade, já que normalmente jogos de luta portáteis tem o visual SD, com personagens nanicos e cabeçudos.
Max Payne
Plataforma: Game Boy Advance (GBA)
Ano: 2003
Produtora: Mobius Entertainment
Publisher: Rockstar Games
Logo de cara, uma introdução com o famoso monólogo de Max, todo falado, com direito à canastrice característica da série e intercalado com imagens estilizadas como uma historia em quadrinhos, exatamente como na versão de consoles e PC. Na época, o potente hardware do GBA conseguiu operar alguns milagres. No seu lançamento, muitos se referiam ao GBA como “o SNES de bolso”, mal sabiam eles do potencial do console.
Max Payne para GBA trás personagens 3D construídos totalmente com polígonos, sobre cenários isométricos pré renderizados, que juntamente com o efeito bullet “Matrix” time, conferia a sensação de que estávamos jogando a mesma versão do PC, porem com uma câmera fixa. Bem, pelo menos era o que eu sentia, mas posso estar cagando regra.
Tony Hawk’s Pro Skater 2
Plataforma: Game Boy Advance (GBA)
Ano: 2000
Produtora: Neversoft Entertainment
Publisher: Activision
Tony Hawk’s Pro Skater 2, assim como Max Payne, é um excelente exemplo de conversão de um jogo 3D para um portátil que não foi desenhado para tal propósito.
Utilizando a mesma fórmula de personagens poligonais sobre um cenário isométrico, o primeiro jogo da série de skate para o GBA não trazia a fantástica trilha sonora das versões para consoles de mesa, mas tem excelentes faixas instrumentais, com músicas que empolgam e caem como uma luva para a ação rápida e divertida do jogo.
O jogo mantém a excelente jogabilidade da franquia, com uma variação enorme de manobras, todas de fácil execução e visualmente bem representadas. A série ainda ganhou mais quatro jogos no GBA, Tony Hawk’s Pro Skater 3 e 4, Tony Hawk’s Underground e Underground 2.
Bem, essas foram, para mim, as mais emblemáticas conversões de jogos para portáteis. Hoje em dia, com aparelhos tão poderosos como o PS Vita, a experiência portátil está bem próxima da dos consoles de mesa, partilhando inclusive dos mesmos títulos, como Ninja Gaiden Sigma 1 e 2, Ultimate Marvel vs Capcom, Mortal Kombat 9, Rayman, Injustice, Metal Gear Solid e muitos outros. Alguns jogadores criticam duramente essa tendência, mas eu pessoalmente gosto muito. E para você, quais foram as melhores adaptações para consoles portáteis, diz aí nos comentários.