Tenho um PlayStation 3 desde 2009 e, durante estes cinco anos com o console, devo ter acessado a Home menos de uma dezena de vezes. Essa é uma ideia comum entre os usuários do console, que aparentemente não vão sentir falta do serviço que fecha suas portas no dia 31 de março. Mas as desenvolvedoras envolvidas no projeto podem ficar com saudade deles, já que, nas palavras delas, o sistema foi extremamente lucrativo.
É o que conta Patrick O’Luanaigh, diretor da nDream, uma das principais produtoras de conteúdo para o serviço. Segundo ele, não apenas sua companhia, mas também diversas outras, tiveram lucros na casa dos sete dígitos durante seus trabalhos com a plataforma e que, nem de longe, a PlayStation Home foi um fracasso comercial como vem sendo publicado na imprensa.
Entre os trabalhos da empresa estava o Vi, um jogo de realidade aumentada que combinava ações virtuais, dentro da plataforma, com eventos no mundo real. Para O’Luanaigh, foi esse um dos principais motivos para o sucesso da Home, que sempre foi vista pela Sony como uma plataforma de publicidade, mas acabou ganhando contornos sociais e de compartilhamento à medida em que ia sendo utilizada.
Em entrevista ao GamesIndustry, o executivo aponta a saída de Phil Harrison, ex-diretor dos estúdios de desenvolvimento da Sony, como o momento inicial em que a abordagem em relação à Home mudou. Ali, conta ele, a empresa perdeu o maior apoiador do projeto e também um de seus fundadores. Caso ele tivesse permanecido na empresa, a história seria diferente, já que na época, o sistema contava com 19 milhões de usuários registrados e poderia ter se tornado maior e mais forte.
Além disso, ele lembra o caso da queda da PlayStation Network, em abril de 2011, como outro fator que debilitou a plataforma pouco após seu auge. Quando a rede voltou a funcionar, os números de antes jamais voltaram a existir, e foram diminuindo a cada mês, culminando no anúncio do fim da Home.
“Meu sentimento é de tristeza. Não porque a Home está fechando, mas pelo fato da Sony não apreciar o experimento incrível que [ela] foi”, concluiu O’Luanaigh.