Destinado a abraçar o mundo!

US$ 500 milhões e quase sete anos em desenvolvimento depois, finalmente temos em mãos o tão alardeado novo shooter da Bungie, Destiny. Entre muitas semelhanças com Halo, um jeito MMO de ser, poucas inovações e uma historia sem muita profundidade, vamos ver se o game esta realmente destinado ao sucesso, como a própria empresa espera.

“No sétimo dia… descansou de todo o trabalho realizado.”

A historia conta que a exploração espacial humana chegou ao planeta Marte, e lá encontrou o denominado “Viajante”, uma entidade alienígena representada por uma gigantesca espaçonave esférica, como uma pequena lua, e que proporcionou à humanidade um avanço tecnológico sem precedentes. Planetas foram colonizados por todo o Sistema Solar, a expectativa de vida humana foi triplicada e uma era dourada e pacífica se instaurou na humanidade, e foi bom enquanto durou.

O Viajante possuía um poderoso inimigo, a “Treva”, que o caçou pelo universo até o encontrar na Terra. E então esse foi o fim da era dourada, quando a lua, em um último ato para salvar a humanidade, partilhou seu poder, a “Luz”, para que fosse criada uma cidade fortificada e servisse como ultimo refúgio aos sobreviventes da guerra contra a Treva.

Muitas explicações nem mesmo estão no game e sim no site da Bungie ou no app para celular, que vão liberando mais informações à medida que se progride no game.

Você, no papel de um dos chamados Guardiões, guerreiros capazes de manipular a Luz do Viajante, é guiado por um pequeno droid chamado “Ghost” para se tornar a principal arma da Terra contra as forças da Treva, pois a lua entrou em um estado de dormência e só se comunica através de um porta voz.

Toda essa trama pode ser muita mais profunda ou não, dependendo do quanto o jogador esta disposto a buscar pelas informações, algo parecido com o visto na serie Demon/Dark Souls. Muitas explicações nem mesmo estão no game e sim no site da Bungie ou no app para celular, que vão liberando mais informações a medida que se progride no game.

Um FPS elegante, em uma época pouco civilizada…

A jogabilidade de Destiny é soberba, herança clara de todo o “know-how” da Bungie, com uma fluência de combate e sentido de recompensa ao se pressionar o gatilho que agrada em muito os veteranos em FPS e arrisco dizer, principalmente aos novatos no gênero. Destiny é claramente desenvolvido tendo o jogador de console em mente, onde o controle e não o teclado/mouse é sua principal arma.

Desde o menu inicial, passando pelas telas de seleção de destino ou de itens, até o controle de seu personagem em si, seja em primeira pessoa ou em terceira pessoa na “Torre” que serve como hub do mundo, tudo é extremamente fácil e prazeroso de se controlar. A jogabilidade aqui tem seus momentos frenéticos em meio aos tiroteios, mas, diferente dos FPS mais famosos, tudo parece muito mais fluido, deixando o jogador completamente ciente do ambiente ao seu redor, com todos os comandos respondendo com precisão as necessidades do jogador.

São três as raças disponíveis em Destiny, entre masculinos e femininos: Humanos, que são os habitantes da Terra (!), Despertos que são humanos que viveram por muitas gerações nos limites do sistema e próximos à Treva, e Exos que são uma raça de inteligências artificiais criadas a muito tempo para ajudar na luta contra a Treva.

Alem disso, todas as raças, independentemente do gênero, podem optar entre três classes: Titan, focado em força e armas pesadas; Caçadores, furtivos e especialistas em armas mais leves ou brancas; ou Arcanos, que são basicamente os magos de Destiny, com habilidades focadas no uso da Luz do Viajante alem das armas comuns.

A jogabilidade de Destiny é soberba, herança clara de todo o “know-how” da Bungie, com uma fluência de combate e sentido de recompensa ao se pressionar o gatilho que agrada em muito aos veteranos e novatos em FPS.

Os armamentos e equipamentos variam pouco entre as classes, e até mesmo o visual é bem simplório. Dificilmente se pode distinguir um personagem level 20 de um outro level 3 só de olhar para o mesmo, o que não é algo de todo mal pois eu particularmente não gosto do visual espalhafatoso muito comum em MMOs.

Os inimigos não são muito variados nos primeiros mapas, mas isso muda conforme se avança pelo modo história, principalmente do planeta Vênus em diante. Todos possuem uma inteligência artificial bastante refinada, sendo possível notar muitas e variadas reações à forma como o jogador se comporta.

Os mapas são belíssimos, seja na geração passada ou na atual, e bem vastos. Mas a forma como as missões são estruturadas pode gerar um certo incômodo, pois nos força a repetir muitos trechos de um mapa várias e várias vezes, e mesmo com a moto flutuante ao melhor estilo Star Wars, chega uma hora que se tornam cansativos.

Destinado ao sucesso

Destiny teve uma publicidade massiva, sendo vendido como o maior e melhor FPS de todos os tempos, e não existe nada de errado nesse tipo de publicidade, exceto pela ansiedade e “hype” que só faz crescer entre os consumidores.

Das promessas que foram feitas, a maioria não conseguiu atender a tal expectativa. Por exemplo, a tal “space opera” que se esperava da história. O que foi mostrado da trama no pouco mais de 12 horas que se leva para terminar o game não faz com que nos importemos com nenhum dos personagens, seu passado ou suas motivações.

No que diz respeito ao formato MMO/FPS, alguns aspectos estão sendo lapidados. O jogo lançado duas semanas atrás já não é o mesmo que se joga hoje, tanto no coop quanto no PvP, e o equilíbrio entre jogadores vem sendo constantemente melhorado.

Entre tantos altos e baixos, evoluções e promessas de melhora, Destiny é um game complicado de avaliar. Eu diria que, atualmente, ele se sustenta unicamente pelo excelente FPS que é, relegando o fator história, exploração dos mundos e interação multiplayer a um segundo plano. Dito isso, uma coisa a se ter em mente é que a promessa é de um jogo para no mínimo 10 anos de vida, mudando e expandindo como tantos outros MMOs que já vimos se reinventarem.

Ter a oportunidade de acompanhar essa evolução estando dentro do game é algo único, e por isso eu recomendo Destiny a todos, mesmo sabendo de seus problemas.

Este jogo foi analisado no Xbox 360.