É quase como a própria história que a Behold quer retratar em seu novo game. Nesta quinta-feira (17), a desenvolvedora brasileira enviou aos financiadores de Chroma Squad uma nova atualização sobre o andamento do título, informando a todos que a SABAN, detentora dos direitos dos Power Rangers, notificou a empresa sobre o uso dos direitos dos personagens no título.
O game que faz uma homenagem ao universo Super Sentai permite que o jogador controle um estúdio de televisão desse tipo de show. Assim, ele deve selecionar atores, gravar episódios e utilizar efeitos especiais para criar o resultado mais horroroso e sensacional possível, como todos aqueles seriados que víamos quando éramos crianças.
É um projeto que mexe com a infância de qualquer um, e o público gamer tem razões extras para estar empolgado com o game, principalmente após o primeiro game da Behold, o interessante Knights of Pen and Paper. Tanto que os apoiadores do projeto no Kickstarter quase dobraram a meta inicial, de US$ 55 mil. Todo esse destaque, porém, acabou chamando a atenção também da SABAN.
De acordo com Saulo Camarotti, diretor da Behold, o contato começou por meio do advogado brasileiro da companhia, e mais tarde, contou com a participação também de um dos produtores. A detentora dos direitos dos Power Rangers entrou em contato com a desenvolvedora com duas opções: lançar o game com pagamentos de uma parcela de royalties para a SABAN ou, então, seguir vias legais em um processo que poderia acabar impedindo o lançamento do título.
As duas empresas agora conversam na tentativa de encontrar um ponto favorável para ambas as partes. O diretor da desenvolvedora parece confiante, não apenas na finalização saudável do problema, mas também no próprio game, que não deve sofrer alterações.
Ainda assim, o diretor da Behold fala que o game é algo muito maior do que apenas os Power Rangers. “Estamos falando de tokusatsus em geral, super-heróis japoneses, animes, kamen riders e tudo aquilo que nos inspirou tanto na infância e continua assim até hoje”, diz ele no comunicado oficial, que é exclusivo para quem apoiou o projeto.
“Se a gente tem um produto bom, acho que temos como negociar bem, de igual para igual. Mas se [Chroma Squad] fosse fraco, não teríamos chance. Se formos para o tribunal, nem teríamos como competir ou gastar com advogados. Por lá, eles sempre ganhariam”, explicou Camarotti, falando ao New Game Plus. A declaração pode servir até mesmo como resposta a uma série de fãs preocupados com o projeto que, no Kickstarter, oferecem serviços de suporte legal e dão sugestões de atitudes a serem tomadas pelo estúdio.
Seja como for, tudo está correndo bem. A notícia das discussões com a SABAN pode até ter causado alguma ansiedade entre os desenvolvedores, mas todos continuam trabalhando como nunca para entregar o game que todos imaginaram e, com o apoio do público, poderão realizar. Chroma Squad parece estar à salvo e nós só temos a ganhar com isso.