Days Gone fez sua estreia na conferência da Sony na E3 2016 com um trailer saudosista, um relato das memórias de um mundo extinto, e de como as coisas degringolaram até a realidade presente, decrépita, de cidades arruinadas, população escassa e sobrevivente, com pouco ou nenhum resquício de humanidade. Não se sabe ao certo a razão fatídica que transformou tudo, nem se o jogo terá a preocupação de explicá-la.

A narrativa é de Deacon St. John, protagonista, um homem de persona, à primeira vista, dualista. Vê-se um característico motoqueiro fora da lei, austero e violento quando necessário, mas também um homem castigado pela dolorosa lembrança de um passado feliz e pacífico. Ele se intitula um nômade, um caçador de recompensas e mercenário, alguém sem perspectivas de um futuro melhor. Sua fala evidencia que apesar de toda a circunstância de caos, jamais se esquecerá de como vivera antes.

Após a apresentação dos lançamentos, a conferência foi encerrada com uma demo de Days Gone, entregando um pouco mais a estória do jogo. Nela, Deacon adentra uma pequena comunidade que acaba de ser atacada pelos chamados freakers, o que se entende serem zumbis. Há motos caídas na entrada, insinuando que o vilarejo seja o próprio bando do intérprete. Deacon recolhe materiais disponíveis no cenário, sugerindo alternativas para a confecção de itens, como armas, e modificações para elas. E então entende-se porquê esse pode ser um novo e interessante jogo de ação em mundo aberto que flerta com o Survival Horror.

Days Gone

Explorando o cenário, Deacon se depara com uma horda de freakers, que logo toma consciência de sua presença e passa a persegui-lo. Tem-se, então, três minutos de absoluta apreensão e testemunho de luta pela sobrevivência. A horda age de maneira fluída, como se a soma das criaturas constituísse um único e grande corpo, que se movimenta com agilidade e ânsia por carne fresca – e que acaba atacando e dilacerando um humano no meio do caminho, impossibilitado de se locomover -, algo como o visto em “Guerra Mundial Z”.

Entende-se que exterminá-los é apenas uma medida de defesa paliativa, já que o número de freakers parece ser infinito. Deacon elimina vários com pistolas, rifles, bombas caseiras e explosão de tonéis inflamáveis, e no fim da exibição se vê cercado de inúmeros mais se aproximando para matá-lo. Às escapadas por um triz das garras da horda, a demo adiciona ainda uma trilha instrumental de amplitude crescente, coesa à ansiedade e torcida para que o protagonista escape da situação.

Days Gone

Foi, portanto, com uma apresentação alucinante e sem muitas explicações, que a Bend Studio justificou o que o presidente Shuhei Yoshida declarou na E3 de 2015, sobre os jogadores poderem esperar por “pânico” em lançamentos futuros. A resposta inicial do público foi mista, com grandes expectativas de que as cenas de ação estejam fundamentadas num roteiro que as faça jus.

Days Gone ainda não tem data de lançamento. Especula-se que esteja disponível para o PlayStation 4 até dezembro de 2016, mas ainda é realmente cedo para palpites assertivos. Fica a curiosidade de saber qual será o produto dessa mescla de Survival Horror com ação, aventura, drama e gangue de motoqueiros.

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