Há mais de 20 anos na estrada, The King of Fighters está de volta em sua edição XIV, dando continuidade a um movimento da japonesa SNK de transformação mais acentuada dos gráficos, iniciado no volume XII, de 2009. O jogo, que será exclusivo do PlayStation 4, chega ao mercado em um mês, no dia 23 de agosto, e traz significativo número de novos personagens, além do retorno de Tung Fu Rue, de KoF XI. O objetivo é abranger ao máximo o público de interesse, com uma jogabilidade que se assemelha às edições clássicas, ao mesmo tempo que novos lutadores trazem uma atmosfera de renovação e envolvimento de pessoas que não cresceram fãs da série.
A versão demo, disponibilizada durante a E3 e posteriormente na PSN, juntamente ao EVO 2016 Championship Series, torneio que envolveu cerca de 50 competidores no último final de semana, despertou reações das mais variadas. É preciso considerar, a princípio, as difíceis premissas sob as quais o jogo está sendo lançado: a inevitável comparação com o bem sucedido Street Fighter V e, principalmente, o nível de cobrança dos fãs, já que a promessa é de um jogo tão icônico quanto o aclamado The King of Fighters ’98.
Pela primeira vez na história da franquia, o aspecto visual abarca tecnologia 3D, embora os designers tenham optado por manter uma projeção 2D, com a qual já estamos acostumados, e um esquema de combates 3-contra-3. Os gráficos não são excepcionais, mas a mecânica é fluída, com uma muito bem-vinda volta do MAX Mode, um sistema de acesso a todos os especiais por tempo determinado. Em termos gerais, The King of Fighters XIV agradou sem impressionar.
Pontos positivos são somados à ainda não-publicamente testada “Party Battle”, um esquema em que seis jogadores poderão se juntar num embate de três lutas, e torcerem por sua equipe enquanto desafiam os adversários, num ambiente que simula o arcade. Resta saber se a plataforma online comportará a estrutura eficientemente, e se haverá quorum para esse tipo de partida. A proposta é interessante, com a intenção de despertar não só a experiência competitiva, mas de diversão ao se juntar meia dúzia de pessoas em uma única partida.
Ainda não está claro se a SNK acertou o tom em valorizar a comunidade de King of Fighters, fã dos primórdios de ’94, e atrair uma nova geração de jogadores, que por vezes passou longe do radar da desenvolvedora. Mas o EVO pode ter sido um bom termômetro da receptividade incerta, que só se fará clara em um mês. Muitos competidores foram vistos com a camiseta “KoF is here again” ou KoF está de volta, em inglês, o que sugere, ao menos, entusiasmo entre os saudosistas da década de 1990.