Nesse mar de apostas que engloba novas franquias, continuações, remasterizações, tecnologias promissoras e tudo mais relacionado a videogames e seu mercado, alguns jogos acabam passando batido sob nossa percepção, não há como negar. E nem dá pra culpar algo ou alguém especifico, pois muitas vezes, esses games menores acabam sendo ofuscados por títulos gigantes já consolidados, os quais quase todo mundo está aguardando saber mais sobre. Todavia, não é por isso que não recebem tanto holofote assim, são menos interessantes ou até mesmo ruins.

Desta forma, eis quatro títulos (dentre tantos outros) que você também deveria dar um pouco mais de atenção.

Bound

Bound foi oficialmente revelado ao público em dezembro de 2015, e está sendo desenvolvido pela Plastic, uma equipe pequena com raízes em demoscenes (uma subcultura voltada à produção de demos), e será distribuído pela Sony. Se vale a curiosidade, este mesmo grupo de desenvolvimento foi responsável por títulos como Linger in Shadows e Datura.

A respeito de Bound, segundo Michał “bonzaj” Staniszewski, o título segue uma linha experimental de produção, e é focado em narrativa com um estilo visual único, mecânicas integradas e storytelling: “é um [título de] plataforma 3D designado para pessoas que desejam se concentrar no lado mais narrativo e experimentar uma história mais madura. Por outro lado, Bound também interessará jogadores que procuram pelo desafio de um grande quebra-cabeça que só pode ser resolvido por uma comunidade de jogadores trabalhando juntos”, disse o produtor em meio ao anúncio do game, para a PlayStatiom Blog.

Interessante né? Além disso, o conceito artístico do título teve muita influência em Arte Moderna. “Se você tem interesse em movimentos de artes como Suprematismo, Concretismo, Neoplasticismo ou Bauhaus, então você vai amar o mundo que criamos”, comentou Staniszewski.

A protagonista de Bound, ainda por cima é uma bailarina, rica em traços de personalidade que são facilmente captados por seus movimentos belos, fluídos, expressivos e emotivos – a dançarina Maria Udod e o coreografo Adam Góral são responsáveis por tal ato, aliás. Por fim, a trilha sonora ficará a cargo de Oleg “Heinali” Shpudeiko, que trará peças dignas de balé e música eletro-acústica.

Fe

Revelado durante a apresentação da EA, Fe é parte do programa EA Originals, uma iniciativa que presta suporte a desenvolvedores independentes e apóia estúdios menores, com intuito de levar experiências inovadoras aos jogadores (obrigada Unravel! <3).

O primeiro game dessa nova empreitada da empresa, está sendo desenvolvido pelo estúdio sueco Zoink, e é focado em uma narrativa intimista, repleta de relações pessoais, conflitos, descobertas e o som da natureza. O protagonista, um filhote abandonado, acorda no meio de uma floresta sem saber como foi parar ali, ou o que lhe aconteceu. A partir daí, cabe ao jogador conduzi-lo em sua jornada pela verdade, criando laços com os seres daquele bosque, com cada animal e planta, através de canções. Sim, música! Fe possui um grande conceito atrelado à música e, a cada vez que se aprende uma nova canção, novas áreas da floresta se abrirão.

Os inimigos encontrados ao longo do game, os Silent Ones, todavia, buscam trazer o silêncio, corrompendo toda a vida que habita os boques, e cabe ao protagonista trazer balanço ao dito ecossistema. Foi revelado também que o jogador não receberá dicas sobre o que fazer: você estará sozinho em meio a uma floresta misteriosa, grande e desafiadora, e precisará se tornar um com a natureza, e entender seus sons, para conseguir avançar.

Severed

Desenvolvido pela DrinkBox Studios (a mesma de Guacamelee), este era um título exclusivo de PS Vita que, agora, desembarca para Wii U e 3DS ainda este ano – detalhe, ele é cross-buy: você compra um e ganha outra cópia. Severed é um elogiado RPG em primeira pessoa, cuja jogabilidade chama atenção por ser feita à base de comandos de toque. No game, o jogador controla Sasha, uma guerreira que desvenda um mundo obscuro em busca de sua família.

Em entrevista à IGN, o produtor Graham Smith contou que a mecânica de combate funciona melhor no Gamepad do Wii U devido à precisão de toque da tela. Todavia, a equipe ficou indecisa se colocava o mapa do game ou a tela de upgrade no Gamepad, então eles deixaram que o próprio jogador escolha isso enquanto joga, conforme sua preferência. Além disso, haverá suporte para jogar Off-TV.

Caso você tenha conferido este título no PS Vita, o estúdio já declarou que os controles permanecem inalterados, e que a grande vantagem de se jogar no WiiU ou no 3DS é por conta do uso da stylus, uma vez que a mão do jogador não ficará mais fazendo sombra sobre a tela.

ABZÛ

E se Journey almoçasse com Ecco The Dolphin e depois encontrasse flOw num café da tarde? Embora bobo, este foi o primeiro pensamento que tive ao ver ABZÛ, novo game da 505 Games e da Giant Squid, cuja direção de arte ficou a cargo de Matt Nava e cuja trilha sonora foi composta por Austin Wintory. Caso não se recorde destes dois nomes, eles estiveram envolvidos no design e na música do consagrado Journey (veja só), respectivamente. E, embora tenha sido mostrado na E3 deste ano, ABZÛ já estava em desenvolvido há cerca de dois anos.

Nesta aventura subaquática em terceira pessoa, o jogador assumirá o papel de um nadador, e poderá explorar cenários debaixo d’água, e usar a vida que ali habita como vantagem para alcançar lugares ainda mais profundos.

Em entrevista à PlayStation Lifestyle, Nava disse que a equipe recriou mais de 100 espécies de peixes – o que chama atenção, já que o time de desenvolvedores possui 10 pessoas responsáveis pelo design, arte e codificação. Em contraste às cores fortes e vivazes na tela e as relações interpessoais que moviam o jogador em Journey, ABZÛ traz um clima mais sereno, colocando o jogador no papel de observador e explorador, e infestando a tela com incontáveis criaturas marinhas, que saltam aos olhos com suas diferentes cores. O game já tem data para sair: 2 de agosto deste ano, para PS4 e PC, via Steam.

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