Com seu novo game, a Zynga quer que você deixe o passado para trás e olhe para o futuro – para um mundo mobile, com jogos instigantes para celular e, claro, altamente rentáveis. Apesar de o faturamento não ser a primeira grande proposta de Empires & Allies, pelo menos de maneira descarada, é justamente esse o efeito do que, para a empresa, é uma reinvenção completa de sua postura em relação ao mercado e, acima de tudo, um bem-vindo desligamento dos tempos em que o Facebook ainda era visto como uma plataforma predominante para jogos.

Já disponível para Android e iOS, o título quer trazer a boa e velha jogabilidade dos tempos de Command & Conquer para os dispositivos atuais. Apesar do rótulo de RTS, a estratégia tem um papel fundamental também nos momentos em que o jogador não está conectado – inimigos podem invadir sua base e roubar seus recursos enquanto você dorme, e esse é um fator importante a ser levado em conta.

Esse quesito também é importante na administração de dinheiro e elementos. A não ser que você invista grana real em Empires & Allies, as construções e farming possuem um tempo pré-determinado para acontecerem. Por isso, é importante saber lidar não apenas com o tempo que as coisas levam para acontecer dentro do jogo, mas também com a própria disponibilidade para jogar, de forma a otimizar ambos os aspectos para fazer com que a própria base cresça e prospere.

Ao mesmo tempo, porém, existe todo um esforço para garantir que a experiência seja simples o suficiente para atrair os novatos. Unidades podem lutar por conta própria e um sistema de inteligência artificial é capaz de detectar ameaças e se posicionar de maneira estratégica. Além disso, se estiver presente, o próprio jogador pode concentrar os ataques, ordenar bombardeios ou lançar flashbangs no cenário para confundir as tropas inimigas.

Para quem é avesso a esse componente online, a boa notícia é que temos também um modo campanha, que conta com 250 missões que envolvem os mais diferentes objetivos, desde simples reconhecimento até ataques contra inimigos. Elas também valem recursos que podem ser bastante importantes para proteger a base dos inimigos.

E é aí que está o grande trunfo de Empires & Allies. A Zynga faz questão que os usuários não confundam o título com o de mesmo nome, lançado há alguns anos para Facebook com um sucesso questionável. Ambos envolvem guerra e possuem elementos futuristas, mas em sua essência, são bem diferentes. O ideal, aqui, é pensar em evolução, e não em continuação.

Os tempos de Ville ficaram para trás

O RTS é obra de Mark Skaggs, um veterano do mundo da estratégia, com passagens por empresas como a Electronic Arts e papel ativo no desenvolvimento da maior inspiração de Empires & Allies – a série Command & Conquer. Ele foi contratado pela Zynga em 2008 com a ideia de tornar os títulos do tipo mais populares com a ajuda do Facebook, que bombava na época.

Empires & Allies é aposta da Zynga para se reinventar

O problema é que essa popularidade não durou muito tempo e, enquanto a desenvolvedora lutava para se manter relevante, concentrou todos os seus esforços em títulos consagrados como CityVille, Mafia Wars e a tão copiada fazendinha de FarmVille. Empires & Allies acabou ficando para depois, e só voltou à vida quando a Zynga percebeu que o mais inteligente era se posicionar no mercado mobile e deixar a rede social para lá.

A pira de popularizar o RTS, porém, continua viva, e foi ela que motivou Skaggs durante todas as etapas do desenvolvimento do título, segundo o que falou em entrevista ao The Verge. Mais do que isso, foi justamente esse aspecto que o manteve ativo enquanto ele trabalhava em algo que não era necessariamente aquilo para o que ele havia sido contratado. Agora, o designer acredita que os elementos visuais apurados do título – com animações completas para soldados e veículos de forma a passar uma sensação de mundo vivo – e variedade de missões e unidades possam fazer exatamente isso.

É um momento crítico para a Zynga, que em 2014, apresentou um prejuízo de US$ 226 milhões após uma série de aquisições que, no lugar de melhorarem as coisas, acabaram não dando em nada. A empresa também passa por um vazio de lançamentos e, neste ano, deu as caras com um único game, FarmVille: Harvest Swap, voltado a se aproveitar do sucesso de Candy Crush, mas que ainda passa longe de ser o que a companhia esperava.

Por isso, Empires & Allies não apenas representa uma aposta alta, mas também chega ao mercado com grande responsabilidade. É o primeiro título de um novo momento para a Zynga e, acima de tudo, uma aposta naquilo que, agora sim, parece a verdadeira tendência no mundo dos jogos casuais.

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