O Rio de Janeiro é carente de eventos voltados para games. Por várias razões, sua maioria é voltada para São Paulo (maior público, melhor estrutura, etc), porém, para o alívio do gamer carioca, nesse abril as coisas foram um pouco diferentes.
Em junho de 2016, foi anunciado o Geek & Game Rio Festival, reunindo o melhor da cultura nerd, com quadrinhos, cinema, livros, jogos e uma Arena Gamer, transmitindo disputas de e-sports. E no encerramento da BGS do mesmo ano, Marcelo Tavares anunciou que o campeonato de e-sports que ocorre todo ano dentro da feira, a Brasil Game Cup, seria realizada no Rio de Janeiro.
Assim, quem aprecia o gênero, poderia torcer pela equipe favorita diretamente nos locais, conhecer novidades do meio de entretenimento que gosta, encontrandopessoalmente nomes que admiram e aproveitando as feiras sem sair do estado. Tudo isso, junto de amigos. Enfim, foram novidades muito bem vindas.
Brasil Game Cup Rio
No início da tarde de 7 de abril, no Centro de Convenções SulAmérica, começou a Brasil Game Cup Rio, lembrando o jeitão da feira de São Paulo. Com um peso diferente, mas o mesmo espírito, a organização trouxe a experiência para quem nunca havia ido em um evento daquele porte. E o frequentador das edições da BGS iria se sentir em casa.
O foco era nos e-sports, com a presença firme da Blizzard no primeiro dia, competições de Overwatch e apresentação da expansão de Hearthstone. Dota 2 e Counter-Strike: Global Offensive, fizeram parte do segundo e terceiro dia, respectivamente. Todos bem cheios e ovacionados em cada headshot ou triple kill.
A novidade bem vinda à feira foi o Drone Racing. Uma área com 200 metros quadrados com obstáculos para os competidores percorrerem o percurso com seus próprios drones no menor tempo. O único problema foi a sua localização, bem ao lado do palco principal, sendo bastante eclipsado por qualquer chamada no telão.
Apesar do espaço menor, os estandes característicos deixaram a feira com uma aparência forte de BGS. Com apresentações já conhecidas como a exposição da Evolução do Videogame, o Cosplay Zone, Área Indie e pequenas estações com o PlayStation 4 e Xbox One livres para serem jogados. O evento contou também com parceiras já conhecidas como a TNT, que rendeu latas do energético para todos que estavam na BGC. Durante os dias de evento, duvido que alguém tenha ficado com sede ou cansado. Que se repita em São Paulo.
Conforme informado pelo Marcelo Tavares, que recebia quem chegava direto na catraca, a edição da BGC não passará a ser exclusiva no Rio de Janeiro, o que não é ruim. Existem estudos para levar o evento para outras cidades, que também sentem falta de feiras desse porte voltadas para jogos. Porém, pela raridade de um evento desses no Rio, esperei que a BGC pudesse ficar intransitável, mas não foi o caso. Ainda que não estivesse vazio – pelo contrário –, parecia que a falta de divulgação no centro da cidade ou mesmo no local da feira, tenha ajudado em não lotar o espaço.
Ou, então, um outro evento, marcado para duas semanas depois tenha sido o responsável, no momento da escolha do público na compra do ingresso.
Geek & Game Rio Festival
Ocorrido no Riocentro, na Barra da Tijuca, o primeiro GGRF já começou gigantesco. A pegada do evento foi unir toda a cultura pop, misturar e transformar em uma grande feira. Nos três dias de evento o público compareceu mesmo com a teimosa chuva que não ia embora. Os vários estandes de editoras e lojas vendendo seus produtos com um desconto bastante tentador têm uma parcela de culpa nisso.
Entretanto, o maior chamariz para a feira eram seus convidados ilustres. Tim Schafer, criador de Full Throttle e amigo do NGP, David Lloyd, co-criador de “V de Vingança” ao lado de Alan Moore e Iain Smith, produtor do último e incrível “Mad Max: Estrada da Fúria” e de mais uma penca de bons filmes eram os maiores nomes da feira. E a melhor parte é que eles eram, na medida do possível, acessíveis aos presentes. Dentro da área de Meet and Greet ou na Artway aberta aos fãs, os convidados eram sempre atenciosos e receptivos. Foi certamente uma boa escolha de nomes para o primeiro evento.
RIO DE JANEIRO / BRASIL – (22/04/2017) GGRF – Geek & Game Rio Festival, no Riocentro, no Rio de Janeiro-RJ. © Mourão Panda/Light Press
Fãs de e-sports contavam com competições de Tom Clancy’s Raibow Six: Siege, CS: Go e League of Legends, na arena Gamer Stadium. Durante as disputas, tanto a arena quanto o acesso à ela ficavam bem cheias. Empresas como Sony e Microsoft, em suas mini estações, como avatares dos estandes principais dos eventos maiores, também estavam presentes e bem servida de jogos. A Bandai Namco, inclusive, levou o seu Tekken 7 para ser testado pelos jogadores antes do lançamento. E a Ubisoft trouxe Just Dance, sendo um dos estandes mais populares da feira, com um palco menor que o habitual, mas que estava sempre cheio com pessoas dançando enquanto jogava e dançando enquanto esperava para jogar.
No domingo e último dia da feira, o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella foi prestigiar a Geek & Game Rio Festival ao lado da secretária municipal de Desenvolvimento, Emprego e Inovação, Clarissa Garotinho. Um dos estandes tratava da apresentação do programa da prefeitura em levar à lugares carentes a prática de desenvolvimento de jogos, numa competição chamada Copa Nave Games. A final do torneio foi durante o evento, com a entrega do prêmio pelo prefeito.
Foto: Ricardo Cassiano / Prefeitura do Rio
“Os games são uma febre, e estão tomando esta juventude que traz em seu DNA o desejo de criar novos jogos. Por isso nós estamos oferecendo nas Naves do Conhecimento os cursos direcionados a esta atividade econômica.”, disse Marcelo Crivella, conforme o site da prefeitura do Rio.
Concluindo, toda movimentação que esses dois eventos trouxeram em abril é um bom sinal. Talvez novos e bons ventos possam trazer novamente esse tipo de atração para a cidade, restando ao público comparecer e que todas as iniciativas sejam tão bem recebidas quanto a BGC e a GGRF foram.