Depois de tantos jogos conceituais, inovadores e obras de arte digitais, merecemos uma pausa, para cair dentro de uma experiência de ação ininterrupta. Quem estava procurando por um jogo muito divertido e com tema clichê, pode se preparar para encarar Aces Wild, game criado por Tyler Doak e distribuído pela Culture Attack Studio. Feito em HD e com muita pancadaria, este indie com cara de caça-niqueis de fliperama vai fazer você lembrar dos antigos títulos de porrada, com um adicional de Dragon Ball e até Muramasa: Demon Blade, além de muita dificuldade, sem deixar de ser divertido e simples de se jogar.
A história não podia ser mais manjada: a cada 15 anos, os ninjas de certa ilha fazem uma disputa de força, e quem sobreviver será o bonzão. Nisso, aparece o irmão do protagonista, Rex, para dar trabalho. Apesar de citarem ninjas, não espere nada furtivo, e sim, muita exposição à luz do dia em um sistema de batalha intenso, com grandes dashes, sequência de golpes, ataques poderosos que fazem os inimigos quicarem na tela e até “sinucarem” uns nos outros. O cenário é destrutível e traz armadilhas no chão como lava e… rodovias!
Nessa situação toda estão os três personagens que controlamos: o rapaz Ace Wilder com seus socos violentos, o ninja rebelde Eagle Morris, com sua espada ninja e bombas, e o descolado Gene Drift com sua espada gigantesca.
O jogo é tão divertido quanto casual, tanto é que você pode escolher a fase que deseja jogar desde o início, pois certamente o foco é você testar sua habilidade diante dos desafios que aparecem. Como dá para apelar muito com seu personagem, a dificuldade parte de mediana para alta em pouco tempo.
Quando falo nisso, me refiro a esquiva livre no chão e ar, dash perseguidor, ataques rápidos que envolvem muitos inimigos ou destruidores que arremessam oponentes uns nos outros, além da habilidade de optar por encher sua energia ou ficar mais forte, usando a barra Wild/Panic. Juntando a isso o fato que é possível destruir as Kunai e mísseis disparados contra você, a dificuldade é até importante para não tornar o game fácil e, por isso, entediante.
Os cenários são muito bem feitos, não existe dificuldade em saber o trajeto a se seguir: direita sempre, às vezes pra cima. Os gráficos são em HD e tem efeitos visuais bem legais, a trilha sonora é empolgante e mistura MIDI com música eletrônica, além dos efeitos sonoros bem escolhidos para tornar o game um filme de ação jogável. Até os cenários remontam aos longas galhofa, como o porto, o armazém, sobre os caminhões na rodovia, na fábrica que serve de base para o vilão e etc. Os inimigos seguem a mesma linha: ninjas, robôs, cães de guarda, soldados e guerreiros gigantes. Só faltou o Steven Seagal aparecer e nos dar uma ajudinha.
O diferencial está em poucos detalhes, como a inexistência de número de vidas, mas com respawn e contador de tempo, o zoom para quando se joga de dois. Para evitar o clássico problema de “morrer pela movimentação da tela” como antigamente, ambos os jogadores podem escolher o mesmo personagem e optar pela inexistência de itens pelo jogo todo. A melhor chance de derrotar os adversários é jogando cooperativamente, mas isso é possível apenas localmente, não há recursos de multiplayer online, o que já faria valer a pena um remake, já que o jogo tem poucos recursos de jogo além do Story e o Boss Rush Mode.
Quem está procurando uma diversão barata recomendo fortemente Aces Wild, disponível, infelizmente, só para PC.