Num sábado moroso e quente feito o inferno, pelo menos nesse lado do Hell de Janeiro, pulando de link em link de notícias sobre joguinhos, a Bandai Namco joga no nosso colo uma data para o lançamento do primeiro jogo mobile inspirado na sua franquia Dark Souls. Pro dia seguinte. Pegando todo mundo de surpresa e nos fazendo olhar o calendário para nos certificar que não se tratava de uma piada do primeiro de Abril.
Mesmo sendo cedo, dá para conjecturar o surgimento uma nova forma de impulsionar o nosso tão amado trem do hype, unindo mobile e jogos Triple A, de forma similar à algo que a Bethesda fez com Fallout Shelter poucos meses antes do lançamento do seu novo produto principal, de fato. Tanto para iOS quanto para o Android, Slashy Souls chega aos smartphones.
Numa parceria com a varejista americana GameStop, encontramos dentro do game links para a pre-order, onde somos direcionados para o site da empresa nos mostrando o caminho das pedras para adquirir Dark Souls 3 para PlayStation 4, Xbox One ou PC agora e ganhar chaveirinhos da bonfire (QUERO). Além da promoção, onde o jogador compartilhando sua pontuação no jogo com a hashtag #slashsouls concorre a uma cópia do Dark Souls 3, no entanto, sem muitas informações sobre regulamento ou se é limitado apenas aos Estados Unidos.
Nem tão do nada assim
De forma sorrateira, em setembro de 2015, a Bandai Namco registrou o nome Slashy Souls, deixando os fãs da franquia se perguntando se o terceiro Dark Souls viria com algum aplicativo como segunda tela, sendo algo estranho, levando em conta que a primeira tela já causa desespero o suficiente, ou alguma outra franquia levando “Souls” no nome, pegando carona no próprio sucesso. Algo que já se confirmou ser um chamariz eficiente.
Já em um spin-off da franquia, porém, há sempre a dúvida ele traria fidelidade ao material anteriormente apresentado nos jogos, especificamente para qual plataforma seria lançado e, enfim, como seria o seu gameplay.
E o Slashy Souls, é bom?
Numa primeira visão, o aspecto endless runner de Slashy Souls causa um estranhamento imediato mais por ver a franquia onde se inspira, que é apreciada por jogadores mais hardcore, estar inserida numa visão mais “casual”, do que por qualquer outro fator.
Outro ponto, deixando de lado o pré conceito já definido para jogos de celular (herp derp, mobile não presta), nota-se que dentre os inúmeros jogos do gênero, Slashy Souls consegue agradar quem aprecia esse tipo de jogabilidade, e, me colocando no papel, chama a atenção de quem é BIATCH da série da From Software, justamente por trazer dentro dos comandos do jogo elementos que remete bem ao Triple A.
https://www.youtube.com/watch?v=PSRQwRTNiwM
Algo curioso, não há nenhum tutorial ou dica de como Slashy Souls funciona. Ou seja, você vai morrer incontáveis vezes e de formas que não esperava, nada muito incomum para o jogador de Dark Souls. No modo tentativa e erro, descobrimos que possuímos a tradicional esquiva, ao deslizar o dedo na direção desejada. Atacamos tocando na tela, nos defendemos pressionando-a e ao deslizar o dedo pra cima, pulamos.
Dessa forma, o jogo prossegue nos jogando monstros, armadilhas e fossos com espinhos, Estus Flasks, magias e batalhas rápidas contra bosses, tudo isso dentro de um invólucro de 16 bits bastante bonito e com uma trilha sonora misturando as características das duas distintas e distantes gerações de consoles.
Entretanto, deve-se constatar que, sendo Dark Souls um tipo de jogo para um nicho especifico de gamers, Slashy Souls, consegue ser ainda mais restritivo, devido a sua jogabilidade disfarçada como casual, propositalmente não explicada, e para os jogadores mais hardcore que não verá um jogo da série Souls rodando no celular tão cedo.
Não há comparações, a nível de jogo isolado, com o já citado Fallout Shelter, por exemplo. Quem nunca jogou nenhum Fallout consegue se divertir sem problemas administrando a Vault e curtindo o jeito do game em si. Algo que não acontece em Slashy Souls. Onde acredito que não seja a intenção.
Ele acaba servindo mais para aquecer os motores do trem do hype até 24 de Março de 2015. Serve, também, para não nos deixar esquecer a frase abaixo que iremos voltar a observar com frequência.