Desde o anúncio do retorno de Akuma, em dezembro de 2016, a Capcom também prometeu o lançamento de cinco novos personagens para a segunda temporada de Street Fighter V. Mas esses novos não parecem tanto assim, pois. pelo visto eles estrearam, de forma indireta, no modo história geral A Shadow Falls, que não só trazia rostos familiares como Urien, Juri (na época ainda não jogáveis) como Sean mais jovem, Decapre e as outras 11 Dolls.

Junto com todos esses, veio mais uma figura recorrente, que agia para impedir os planos de M. Bison e tentava fazer os World Warriors colaborarem. O que poucos sabiam é que ela era Helen, a secretária de Gill, chefe final da saga Street Fighter III, e qual não foi a surpresa quando ela foi anunciada de forma jogável e com o nome de Kolin?

Deixando revelações nostálgicas de tiozão do fliperama à parte, temos Street Fighter V indo parcialmente na contramão  do que os fãs pediram e trazendo apenas um personagem nostálgico de volta, enquanto os outros seriam estreantes como jogáveis. Se depender do que tem ocorrido, teremos cinco estilos de jogabilidade totalmente diferentes do usual nesta franquia, que chega aos seus 30 anos de existência amargando baixas vendas mas recordes históricos de inscrições em torneios.

Mas falemos da sofrida Kolin e sua sina de guerrilheira, conceito de criação e como (possivelmente) funciona o processo criativo dos designers que cuidam da maior referência em jogos de luta do mundo.

Primeiro vem a idealização, tentar colocar uma forma na personagem que a faça parecer uma Street Fighter de modo convincente, e depois, pensar em seus ataques normais, como ela anda, agacha, pula, todos os socos em pé, abaixado, no ar, ataques únicos, agarrões. Na sequência vêm os super-golpes, e, no caso de Street Fighter V, V-Skill, V-Trigger e Critical Art.

Após criado tudo isso, os envolvidos fazem reuniões e a aparência da personagem muda várias vezes. Os golpes e o resultado final, às vezes, não lembra muito a ideia original, como podem ver acima, Kolin com chutes de dança Cossaca, contra-golpes que não condizem com sua força e que remontam aos definitivos. Abaixo uma versão meio luta-livre e até com um… chicote?

Jogando a versão final da Kolin, vemos que ela possui uma técnica comum de soldados, usandp contra-golpes e um estilo de combate com faca, somados as técnicas de torsão e magia de gelo.  Muitos perceberam a influência de outros jogos e a lutadora saiu como uma mistura de Kula, de The King of Fighter, com Nina Williams, da franquia Tekken. Os mais saudosos de Street Fighter IV dirão que ela se assemelha ao boxeador Dudley, com seus ataques contínuos e esquivas traiçoeiras, mas o maior trunfo dela é congelar o inimigo e sua barra de tontura, que não se recupera até o oponente acertá-la.

Não seria exagero dizer que Street Fighter V pode ser dividido entre A.K. e D.K. (Antes da Kolin e Depois da Kolin), se pensarmos que a personagem rompeu barreiras de jogabilidade padrão da série, uma vez que, na busca por inovação nos já existentes personagens, a Capcom nunca havia ousado tanto ao incluir uma personagem tão parecida com o de outras franquias rivais. A aceitação foi mais do que gratificante e a adição representa o fechamento da (confusa) história de uma personagem sempre presente, que merecia um espaço para brilhar e ganhou vital importância como agente dupla e traidora de Urien, em nome dos Illuminati.

Jogar com Kolin não é simples de começo, pois ela tem muitas variações de ataque e posicionamento normais. São deslizes na passarela de gelo que cria, pulo duplo com a geração de um degrau de gelo no ar e é possível reverter de ofensivo para defensivo rapidamente. Isso sem falar nos “mind games” mais malditos da saga inteira, fazendo cair pedras congeladas que surgem do nada sobre a cabeça dos mais distraídos ou confiantes demais achando que já dominaram os poderes da lutadora. Claro que ela não é invencível nem muito forte, pois não tem nenhum ataque EX invencível para situações de canto, por exemplo, mas é apelona se conseguir colocar o oponente no seu jogo.

Se você é um jogador de Street Fighter antigo, deveria tentar um conceito novo na saga que é a personagem que confunde mais oponentes que o Oro em 3rd Strike, com seus pulos duplos, e a primeira a congelar os adversários, sem falar dos golpes de aparar no melhor estilo Atemi-Nage, de Geese Howard. Kolin foi lançada no dia 28 de fevereiro de 2017 e é mais uma personagem nova a rechear a pobre tela de seleção bimestralmente, já que ela não chega nem a 30 personagens ainda, algo incomum nos jogos atuais.

O seu passado sofrido envolvendo guerras e salvação frente à uma presença divina (ou quase) pode ser um clichê, mas liga de forma decente sua devoção ao chefão peladão que ainda esperamos encontrar em Street Fighter V como o boss final de um possível futuro Arcade Mode. Existem mais segredos sobre Kolin, cabe a você descobrir!

Encontrou um erro?

Envie um email para contato@newgameplus.com.br com a URL do post e o erro encontrado. Obrigado! ;-)