Está tramitando nos Estados Unidos uma lei que regula o “right to repair”, o nosso direito de ter acesso a ferramentas e serviços para reparos em nossos video games e outros equipamentos eletrônicos. Caminhando por diversos estados americanos, a legislação ainda não foi sancionada, mas se seguir adiante, pode mudar a cara desse segmento.

Hoje, apenas assistências técnicas autorizadas têm acesso a peças de reposição, ferramentas, kits de diagnóstico e outros itens necessários para realizar reparos nos equipamentos. Para obterem tais artigos, precisam pagar uma taxa para as fabricantes, tornando-se, assim, postos oficiais. Os usuários, enquanto isso, ficam restritos a esses estabelecimentos caso precisem de conserto ou auxílio.

É justamente esse o quadro que a lei deseja mudar, obrigando as empresas a venderem peças e ferramentas para todos os interessados, além de liberarem, na internet, softwares, manuais e outros elementos de apoio. A ideia da legislação é dar mais liberdade de escolha aos consumidores, permitindo que eles escolham com quem desejam fazer o serviço, ou então, tomem para si mesmos a possibilidade de reparar seus equipamentos.

É claro que as fabricantes não estão nada felizes com o possível fim desse monopólio. A ESA (Entertainment Software Association), representando Sony, Microsoft, Nintendo e também grandes desenvolvedoras e distribuidoras de jogos, já está trabalhando com lobbystas para tentar convencer senadores a deixarem a legislação de lado. O grande foco dos trabalhos tem sido o estado de Nebraska, onde a legislação se encontra em trâmites mais avançados.

O Brasil tem um mercado de assistência técnica um pouco parecido com o americano. Por aqui, os usuários também estão restritos a postos oficiais, com a diferença de que eles são poucos e, normalmente, se encontram nas grandes capitais, quando existem. Enquanto isso, centros de manutenção “informais” se multiplicam, com um trabalho normalmente confundido com desbloqueios e outras ações relacionadas à pirataria.

Sonhar com uma legislação desse tipo para este lado do mundo é pensar alto demais. Entretanto, caso exista um incentivo maior à venda de ferramentas e componentes nos EUA, é bastante provável que esses efeitos também sejam sentidos por aqui, com uma profissionalização maior das assistências técnicas e um incentivo maior para que os jogadores resolvam seus próprios problemas, não mais dependendo de curiosos ou aproveitadores.

Com informações do Motherboard.

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