Eu ganhei meu Nintendo Sixty FOOOOOOOOOOUR!!! em meados de 1998. Mesmo possuindo um Playstation, meu impulso juvenil me compelia a aporrinhar meus pais para me darem a maquina de fumaça da Nintendo. A essa altura a modesta biblioteca do N64 ja tinha jogos que despertavam meu interesse, como o lendário Super Mario 64, Turok, Shadows of The Empire e Goldeneye 007. Água mole, pedra dura, o resto vocês sabem.
Passado algum tempo, o inevitável aconteceu. Como um vampiro que tem uma insaciável sede por sangue, eu tenho uma sede por jogos de luta e nós sabemos que N64 esta muito longe de ser um bom console para fighting games. Os poucos que tem são muito aquém do ideal, a começar com o lamentável Killer Instinct Gold e o capado Mortal Kombat Trilogy.
Mas das “catatumbas” da locadora do finado Pacheco, ali, perto do quartinho da pornografia, encontrei um tesouro chamado Mace: The Dark Age. Foi amor ao primeiro petardo. Tanto amor que juntei tudo quando era troco, sacudi o sofá, quebrei o porquinho e comprei o jogo.
Vamos à historia do game: a humanidade mais uma vez encontra-se afundada num mar de pestilência, desgraças, fome e guerra. Reinos foram devastados enquanto outros se erguiam, esses fizeram um acordo conhecido como Pacto dos Sete.
Eles se aliaram a Asmodeus, um praticante das artes das trevas que tem em seu poder a Maça de Tanis. A arma oferece a seu portador vida eterna e poder ilimitado. Porém, ele deve se alimentar do desespero, doença e pobreza. Asmodeus concede aos Sete o poder que eles tanto anseiam. Em troca, eles expandem seus reinos com batalhas sangrentas e atormentam camponeses. Em meio a altas confusões, alguns guerreiros surgiram para dar fim a Asmodeus, alguns com objetivos nobres, outros para roubar o poder da maça.
Vamos aos guerreiros:
Al’ Rashid: Um mestre dos assassinos dos ventos do deserto. Ele empunha Cimitarras Gêmeas, que dizem ser forjadas pelos próprios ventos do deserto.
Mordos Kull: Um lendário mercenário que passou a sua juventude órfão, pensando em vingança contra os Sete que mataram sua família.
Koyasha: Uma kunoichi deseja matar Asmodeus para provar suas habilidades como uma mestre da arte do ninjitsu.
Lord Deimos: Um membro da Aliança dos Sete, que busca usurpar o poder para expandir seu reino empunhando uma longa espada de lâmina flamejante.
Namira: Princesa perdida de Tulwara, que virou uma vingativa mulher em um harém. Namira aprendeu o manuseio da cimitarra treinando com eunucos.
Ragnar Bloodaxe: O príncipe de Torsgard, sua aldeia foi destruída por Deimos. Ele busca vingança e espera que a Maça possa restaurar sua terra.
Takeshi Tsunami: Um nobre samurai, filho do imperador japonês, Takeshi foi enviado para impedir que o poder maligno do Sete de se espalhasse pelo o Japão. Ele também procura seu irmão perdido Ichiro.
Taria de Castillo: Uma feiticeira e filha de um dos Governantes dos Sete. Ela aspira tornar-se um demônio e conquistar o próprio inferno.
The Executioner: Um torturador e carrasco que busca o poder supremo para si mesmo, e uma nova arma para infligir dor.
Xiao Long: Desonrado e cegado por seu próprio pai, Xiao foi criado por monges que o ensinaram a dominar o Senso do Espírito. Ele promete destruir o mal em todas as formas, começando com a Maça.
Grendal: O Sub-chefe. Uma alma atormentada presa no corpo de um gárgula, Grendal é forçado a servir Asmodeus. Ele é na verdade o irmão gêmeo de Taria, que seu pai acreditava ser uma oferta demoníaca que ele deveria oferecer para manter seu domínio sobre a Penísula Ibérica.
Asmodeus: O boss final, uma especie de demônio.
Os secretos (sim, naquela época tinhamos personagens escondidos, não DLCs), que podiam ser habilitados ao girar o direcional analógico no sentido anti-horário na primeira tela que aparece quando ligamos o game.
Hell Knight: Demônio enviado para matar Asmodeus e retornar a Maça de volta para o Inferno.
Sir Dregan: Um cruzado morto-vivo e membro da Aliança dos Sete, ele virou as costas para Asmodeus para procurar o paradeiro de sua alma perdida.
Ichiro Tsunami: Um ronin querendo tomar o trono de seu pai no Japão e destruir seu irmão Takeshi.
War Mech: Gar Gudrunson, um elfo artesão, que controla um mech construído com barris e movido a vapor. Ele luta por seu povo contra a tirania de Lord Deimos.
Pojo: Uma galinha lutadora, sim, uma galinha lutadora transformada pela Condessa Taria em algo mais que humano, tem força o suficiente para rasgar o cosmo com seu bico. Pojo trava uma interminável batalha pela verdade e justiça.
Falando da jogabilidade, Mace: The Dark Age flutua entre SoulEdge e SoulCalibur, ele tem uma movimentação livre, porem não tão fluida como o game da Namco. O jogo responde bem aos comandos e diferente dos jogos de luta 3D da época, os golpes seguem a escola de Street Fighter na hora de serem executados. Ainda no hype de Mortal Kombat, quando você vence o adversário, lhe é concedido um tempo para voce executar um movimento especial que culmina numa animação muito bacana, cheia de morte e dor, podemos chamar de Fatality.
Outra parte importante da jogabilidade envolve os cenários. Praticamente todos têm itens interativos e níveis com elementos que drenam sua energia, como lava, ácido, água – que pode causar afogamento -, lâminas e espinhos.
Graficamente o jogo é bonito, dentro do padrão N64, ou seja, muita fumaça e blur. Como conversão do arcade, a queda na qualidade gráfica é visível. Sem contar que a versão arcade tem mais elementos animados nos cenários, mas isso passa longe de estragar a versão caseira.
Mace: The Dark Age passou despercebido à maioria, acho estranho, pois num console pobre em jogos de luta e com títulos tão fracos como Clayfighter 63 1/2, era de se esperar que um titulo tão bom tivesse se destacado mais.
Mace: The Dark Age saiu originalmente para os arcades em 1996 e foi portado para o Nintendo 64 em outubro do ano seguinte.
Ps: Se você passou o texto todo se perguntando o que diabos é uma maça, vou clarear as coisas. Eis aí o modelo mais popular: