A franquia Metal Slug é uma daquelas que carrega a alma dos arcades. É o jogo perfeito para dar muitos tiros, assassinar inimigos, enfrentar chefes que tomam conta da tela e, claro, gastar muitas fichas para chegar até o final. Prova disso é que, de todos os games numerados, somente o sétimo não foi lançado primeiro nos fliperamas para, só depois, chegar às plataformas domésticas.

É justamente ele que aparece aqui em versão repaginada e “definitiva”, nas palavras da SNK Playmore. Metal Slug XX traz ao PlayStation 4 o título que foi lançado originalmente para Nintendo DS e, depois, chegou ao PSP e Xbox 360, além do Xbox One por meio da retrocompatibilidade digital. O que temos, porém, não é uma remasterização, apenas o retorno de um título que pode até ter funcionado bem em seu passado portátil, mas passa longe de ser um exemplar digno da saga nos consoles de mesa.

O jogador deve se frustrar ao perceber que os R$ 60 cobrados pelo jogo neste relançamento entrega cerca de uma hora de diversão, um pouco mais, ou menos, de acordo com a habilidade de cada um e a quantidade de mortes no processo. São apenas sete fases pouco variadas entre si e, muitas vezes, com chefes nem tão legais assim sendo repetidos.

São sete personagens para escolher e o caráter “definitivo” deste relançamento se refere à presença de Leona Heidern desde o início, enquanto nas versões anteriores, ela devia ser adquirida separadamente. Eles, claro, têm suas habilidades especiais, mas os atributos modificam muito pouco uma jogabilidade insossa, na qual o jogador acaba apenas seguindo cegamente para a frente, atirando sem parar. A escolha por adotar continues infinitos, uma colher de chá normalmente dada na conversão de games do fliperama para os consoles, esvazia o game e faz com que o usuário nem mesmo se importe com os desafios.

Metal Slug XX acaba se tornando um cego jogo de andar para a frente atirando sem parar, com alguns poucos momentos de destaque, seja pela punição extrema do cenário em que tanques de guerra literalmente chovem na tela, ou por bons momentos como a batalha entre dois robôs gigantes. De extras, apenas um modo que repete as mesmas fases, mas com objetivos especiais como não morrer ou usar apenas a pistola, e alguns filtros e bordas para simular experiências com os monitores do passado.

É pouco para gerar algum fator replay após a primeira vez que se termina. Metal Slug XX traz a ação autêntica de sua franquia e é muito bom em fazer isso, apesar da ausência de elementos clássicos como os personagens gordos ou os zumbis e múmias. Seria ótimo se estivéssemos diante de uma conversão dos arcades, como tantas outras disponíveis na PlayStation Network, mas nada bom quando falamos de um título que custa o dobro, mas não faz mais do que o mínimo necessário para um título da franquia que representa.

Novamente, a ação rápida, as fases curtas e os pequenos desafios caem como uma luva em seu lançamento original para o Nintendo DS. No PS4, entretanto, Metal Slug XX deixa um gosto de “quero mais”, mas no pior sentido possível, com a constatação de que, com o valor da compra, o usuário poderia ter comprado pelo menos dois títulos clássicos da saga no PS4, ou a coletânea Anthology, com sete jogos, caso tenha PSP ou Vita.

O game foi testado em cópia cedida pela SNK Playmore.

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