Houve um tempo em que não existia guerra de consoles, as pessoas não discutiam se 980p era quase igual a 1080p e se o novo jogo de tirinho é melhor que o outro jogo de tirinho. Houve um tempo em que os games eram apenas riscos coloridos – ou nem sempre – na tela, com bolinhas pulando de um lado para o outro. E todo mundo se divertia com isso. Mas, neste sábado (06), um pedaço dessa história se foi junto com Ralph Baer, que faleceu aos 92 anos de idade.

O engenheiro começou a pensar em levar jogos para casa em 1966, uma época em que o significado de games eram os pinballs mecânicos e fliperamas arcaicos. Suas ideias criaram a “Brown Box”, que mais tarde, se tornou o Magnavox Odyssey, o primeiro console de mesa caseiro. Ele firmou as bases para a indústria e teve grande sucesso com sua criação, que gerou diversas cópias e acabou chamando a atenção de outras empresas para o mercado.

Sem som e com plásticos coloridos que deveriam ser colocados em frente à TV para dar uma sensação maior de imersão, o Odyssey vendeu 100 mil unidades em seu ano de lançamento, 1972. Isso foi cinco anos antes da chegada do Atari 2600, seu filho mais famoso, que chegou para mostrar ao mundo a que veio e firmar de vez a palavra “video game” no imaginário popular.

Baer foi para os Estados Unidos em 1938, fugindo com sua família judia dos horrores da Segunda Guerra Mundial, que estava apenas começando. Em 1940, ele começou a trabalhar como técnico de rádio e, pouco a pouco, foi desenvolvendo esse amor pela engenharia, ficando reconhecido na história da eletrônica por diversas inovações.

O falecimento de Baer foi confirmado pela família ao jornal americano The New York Times. Ironicamente, sua morte aconteceu em um final de semana em que a Sony, uma das grandes expoentes do mercado atual, comemorava seus consoles e uma robusta lista de títulos no evento PlayStation Experience.

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