No ano de 2004, a Tecmo ressuscitou uma de suas franquias mais classicas, Ninja Gaiden, já que ela dado as caras pela última vez em 1991, no portátil da SEGA, o Game Gear. Aproveitando-se do sucesso que o novo game obteve no primeiro Xbox, a empresa não apenas o relançou para Xbox 360, na forma de Ninja Gaiden Black, em 2005, e PlayStation 3 como Ninja Gaiden Sigma, dois anos depois, mas também preparou para o ano seguinte uma continuação.
Mas não é da retomada da série que falaremos aqui, mas sim de uma das melhores incursões de Ryu Hayabusa nos portáteis. A bola da vez era o bem sucedido Nintendo DS, que em 2008 ja tinha se sagrado o campeão frente a seu rival, o PSP.
Sendo assim, a Tecmo nos trouxe Ninja Gaiden: Dragon Sword, titulo no qual reside um chiste como visto em Resident Evil: Deadly Silence. Em vez de um simples subtítulo com o nome do aparelho, temos uma brincadeira com as iniciais. Ninja Gaiden DS chega usando e abusando dos recurso do console. Da canetinha Stylus ao microfone, inclusive na forma como seguramos o console; na vertical, como se fosse um livro de bolso, o que, de cara, pode causar estranhamento, mas, com o passar do tempo, revela-se muito agradável.
Falemos inicialmente do enredo, que serve de elo de ligação entre Ninja Gaiden Black / Sigma e Ninja Gaiden II/Sigma 2. Seis meses após os eventos do primeiro jogo, Ryu esta de volta a seu vilarejo, reconstruído após a batalha contra o Imperio Vigoor. Momoji, uma aprendiz e protegida dele, é sequestrada pelo clã ninja Black Spider. O protagonista se vê forçado a salvar a pequena konoichi, e, para isso, deve encontrar oito dragonstones, pedras que possuem grande poder.
Agora que estamos por dentro da história do jogo, vamos entender como funciona a “nova” jogabilidade. Com o console na vertical, como se fosse um livro, em uma tela temos o mapa, na outra, a de toque, a ação. Segurando no display, direcionamos o herói para o local selecionado. Um toque simples na tela faz Ryu atirar as clássicas shurikens, as estrelas ninja, ou qualquer outro item que esteja a disposição no inventario, usando de uma mira semiautomática.
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Deslizando a stylus sobre os inimigos, Ryu desfere golpes na horizontal ou vertical, dependendo do sentido que “riscamos” a tela. De baixo para cima, também, fazemos o personagem pular, e se durante o pulo fizermos o movimento no sentido oposto, Ryu desce empunhado a espada causando danos aos oponentes.
Os únicos movimentos que não dependem exclusivamente da tela são a defesa e a esquiva – a primeira utiliza o direcional ou os botões A, B, X e Y. Isso acontece porque o jogo oferece opções de controles para destros e canhotos. Para desviar de ataques inimigos, deslize a canetinha para o lado esquivar enquanto segura a defesa.
Tudo isso rola de forma muito simples e orgânica, ainda bem, pois frequentemente você se verá cercado de muito inimigos. Apesar de esse Ninja Gaiden não ser tão difícil quanto o restante, ainda assim, pode trazer momentos de frustração sadia.
Graficamente, o jogo é competente. Para não sobrecarregar o hardware, optou-se por uma construção semelhante à dos primeiros Resident Evil; cenários pré-renderizados com personagens tridimensionais em tempo real. Isso garante um desempenho bacana mesmo quando a tela está cheia de inimigos, mas em contrapartida, acaba limitando o elemento de exploração. Na parte sonora, nada demais. O jogo não conta com dublagem, apenas alguns efeitos sonoros e uma trilha oriental ok.
Segundo o diretor da série, Tomonobu Itagaki, a decisão de fazer Ninja Gaiden: Dragon Sword no Nintendo DS veio por causa da originalidade que a plataforma permitia. O principal objetivo era criar um jogo para ser jogado por todos em qualquer lugar. Ele, sem dúvida, atingiu suas metas.
Ninja Gaiden: Dragon Sword entrega um experiência inovadora, divertida e que se encaixa perfeitamente na proposta de um jogo portátil. O título figura facilmente no meu top 5 de jogos de Nintendo DS, e graças aos modos mais difíceis que são liberados quanto se termina o game, continuo jogando ainda hoje, mesmo tendo me desfeito do meu console há anos e graças a retrompatibilidade do Nintendo 3DS.