Apesar de, oficialmente, a Nintendo não ter realizado uma conferência tradicional de imprensa na E3 2014, ela não deixou de apresentar suas novidades. Na realidade, a única diferença entre a apresentação da “Big N” e as de Sony e Microsoft foi o fato de, enquanto uma foi gravada, as outras foram realizadas ao vivo. Em estrutura, foi basicamente a mesma coisa, com palavras rápidas de produtores e diversos trailers de jogos novos ou já conhecidos.

De acordo com Reggie Fils-Aime, presidente americano da Nintendo, a realização de uma conferência pré-gravada tem a ver com a mudança do estado atual da indústria de games. Com mais e mais pessoas se conectando ao evento por meio da internet e procurando conhecer todas as novidades, é preciso que apresentações desse tipo sejam o mais perto possível da perfeição.

E é aqui que entra o segundo grande fator para a escolha: o fato da maioria dos desenvolvedores da “Big N” serem japoneses. Como a E3 acontece nos Estados Unidos, esse pessoal teria que falar em uma língua não-nativa ou, então, apelar para intérpretes. Para Fils-Aime, tais aspectos poderiam interferir na mensagem a ser passada e dificultar um pouco as explicações sobre as novidades.

Uma apresentação gravada também tem seus benefícios, que se traduzem em momentos que o executivo afirmou possuírem a “mágica da Nintendo”. Foi o caso, por exemplo, da luta entre Fils-Aime e o presidente global da empresa, Satoru Iwata, para introduzir a presença dos Miis customizáveis em Super Smash Bros, ou então as sequências de humor criadas pela mesma equipe do seriado “Frango Robô”.

Por outro lado, não estar ao vivo implica em não receber as reações da plateia em tempo real. Fils-Aime, porém, minimiza a importância disso, afirmando que foi possível obter um feedback muito maior por meio da redes sociais após o evento gravado, já que todo o pessoal da Nintendo estava focado nisso e não na realização de um grande show, já que ele estava pronto e apenas sendo transmitido pela internet.

O único efeito realmente negativo da apresentação da Nintendo ter sido ao vivo foi o momento um pouco constrangedor quando, na gravação, Shigeru Miyamoto provocou os jogadores com a produção de um novo Star Fox. Quando isso aconteceu, a imprensa internacional já havia publicado sobre a existência do título após o vazamento de uma matéria da revista americana Time. A falta de alguém ao vivo, que poderia confirmar o game no último minuto, seria providencial para minimizar o efeito da liberação precoce.

Mas, de maneira geral, a decisão da “Big N” foi bastante acertada. Em vez de fazer uma conferência ao vivo e competir por atenção com Sony, Microsoft, EA e Ubisoft, a empresa preferiu dar outro foco e, efetivamente, transformou o primeiro dia de E3 em uma grande conferência própria. O Nintendo Digital Event foi seguido por apresentações ao vivo com desenvolvedores e culminou em um campeonato de Super Smash Bros., fazendo com que toda a atenção do público fosse voltada para a empresa.

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