Para quem via o Twitch como a salvação dos streaming de jogos após as várias políticas de proteção de direitos autorias do YouTube, eis uma notícia um tanto quanto amarga. O serviço anunciou na tarde desta quarta-feira, 06 de agosto, algumas mudanças em seus termos de uso que vão mudar a forma como os jogadores transmitem seus conteúdos.
A partir desta quarta (6), o Twitch vai procurar nos vídeos enviados ao seus servidores em busca de áudios protegidos, seja dentro do próprio game ou capturado pelo microfone. Caso seja identificada a irregularidade, a empresa irá automaticamente retirar o som de seu gameplay.
A política é bastante semelhante àquela que os usuários do YouTube enfrentam há algum tempo — o que é algo lógico, já que tudo indica que o Google adquiriu o popular serviço de streaming de jogos há menos de um mês — e foi o suficiente para provocar a ira de muita gente. Tanto que já fizeram algumas petições para voltem atrás na decisão. Nada foi confirmado até agora, mas a integração total ao YouTube e a chegada do ContentID dão conta disso sozinhos.
Como funciona
Segundo o Twitch, a medida envolve tanto o conteúdo que será publicado no serviço daqui em diante quanto aqueles que já constam em seus arquivos. A companhia ainda explicou que a remoção do áudio será de 30 minutos a partir do trecho irregular e que, caso isso ocorra, uma notificação será exibida na tela para explicar o porquê daquilo.
Por outro lado, isso só irá afetar o conteúdo armazenado e não as transmissões ao vivo. Tanto que a empresa garantiu que não policiar os streamings e nem interrompê-los, mesmo que ele utilize algum áudio protegido. Ainda assim, ela sugere que os usuários utilizem trilhas alternativas e livres de qualquer tipo de copyright.
Além disso, foi anunciado que, de maneira semelhante ao que temos no YouTube, será possível recorrer a uma notificação caso ela seja considerada injusta ou indevida. Assim, caso o Twitch remova o áudio de seu vídeo, você pode enviar um pedido de reavaliação e uma equipe vai ver se volta atrás ou mantém o martelo surdo da punição.
E a política parece ser tão severa que nem mesmo o próprio canal do Twitch passou impune, uma vez que seu programa ao vivo foi notificado, como pode ser visto na imagem acima.
Armazenamento limitado
Outra mudança que os usuários do serviço vão perceber é que o conteúdo transmitido não será mais armazenado por tempo ilimitado — a não ser, é claro, que você desembolse um pouco mais para isso. A partir deste novo formato, todo o material ficará online por apenas uma semana e, para mantê-lo no ar por mais tempo, será preciso adquirir uma das assinaturas ofertadas.
São três pacotes disponíveis, o Regular Broadcasters, Turbo Subscribers e Partners, que oferecem um período de armazenamento de 14 dias para o primeiro modelo e 60 para os demais. Em outras palavras: nenhum streaming ficará nos servidores do Twitch para toda a eternidade e até mesmo aqueles que já estão no ar serão retirados em até três semanas a partir de hoje.
A razão para isso é simples. Segundo o Twitch, o ciclo de vida de um vídeo nunca é maior do que dois meses, sendo o ápice antes mesmo de sua segunda semana de publicação.
E a solução para manter tudo isso no ar é o novo sistema de “highlights” anunciado pela empresa. Em resumo, trata-se de uma edição dos melhores momentos daquilo que você exibiu — ou uma simples transposição de um formato para o outro — em um vídeo que não deve ultrapassar o tempo de duas horas. E é esse novo conteúdo que passará pelo crivo da política de direitos autorais citada anteriormente.
Para compensar essa surra de decepções, o Twitch garantiu que novas funções serão adicionadas a esse formato de Video on Demand adotado. Entre as promessas, estão uma melhoria na qualidade das transmissões, possibilidade de arquivar o conteúdo em dispositivos móveis e facilidade de exportar tudo isso para o YouTube.