Star Horizon

Star Horizon

por Diogo Fernandes

PEW PEW PEW de extrema qualidade

Estamos no ano 4300 DC, no qual a Inter Galactic Corporation, também conhecida como a Federação, e os Rebeldes, lutam um contra o outro numa guerra espacial na qual ambos os lados sequer lembra do motivo. Porém, algo os impulsionam a continuar guerreando sem cessar, num quase extermínio dos humanos. Mas, para que? Ou quem?

Essa poderia ser uma sinopse simples de um filme de ficção cientifica mas é o plot de Star Horizon, jogo da desenvolvedora indie polonesa Tabasco Interactive para iOS e Android. Diferente dos bullet hells característicos de jogos de “navinha”, Star Horizon consegue inovar num gênero já batido e fixado por Galaxy on Fire, além de acrescentar elementos de história um pouco mais aprofundada, com diferentes caminhos a se seguir e dois lados para escolher. Essa mistura o transforma em um dos melhores jogos dessa categoria para dispositivos móveis.

Básico, não simplório

O jogo começa apresentando John, piloto da Federação, e a inteligência artificial da nave, Ellie, que auxilia o protagonista passando informações acerca de protocolos e dados da nave. De começo, ela nos mostra os controles, como navegar, executar manobras evasivas e os três tipos de tiros que serão fixos pelo resto do jogo. Parece pouco, mas assim que os combates se iniciam, cada ataque tem um papel no abate das naves inimigas.

Não serão raros os momentos em que você só queria mover a nave um pouquinho para a esquerda, mas vez disso, a verá fazendo um giro espetacular em direção ao fogo inimigo.

O tiro básico, excelente gerador dos pew pew pew que preenchem os jogos do gênero, estão disponíveis sem nenhuma espécie de countdown. Há o tiro é único, mais forte, capaz de reduzir a vida dos adversários à próximos do fim. E há ainda um disparo dividido em três, um pouco mais fraco, porém, é a verdade, a luz e a vida nas batalhas contra os chefes. Os dois últimos contam com um pequeno tempo de recarga entre um disparo e outro e devem ser usados com precisão milimétrica nos níveis mais difíceis.

Quanto à movimentação, o jogo peca um pouco nisso. Os controles para manobrar a nave e executar as manobras evasivas são quase o mesmo gesto na tela, e não serão raros os momentos em que você só queria mover a nave um pouquinho para a esquerda, mas vez disso, a verá fazendo um giro espetacular em direção ao fogo inimigo.

Entretanto, as poucas opções que Star Horizon nos dá para administrar o voo e o combate são extremamente eficazes no que se propõem. Você não ficará perdido entre atirar e mover-se. Pelo contrário, realizará manobras conscientes em que irá querer ver novamente àquela cena espetacular em que se safou do tiro alheio, retribuiu o carinho ofertado e ainda sumiu entre os destroços e a nuvem de fumaça gerada pela peleja. E o jogo te proporciona EXATAMENTE isso.

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On-rails bifurcados e mais inovações

Se fossem apenas os combates e manobras no espaço, Star Horizon se igualaria a qualquer um outro desse gênero. O que o diferencia são os detalhes inseridos, que são a cereja do bolo.

A primeira boa surpresa do game foram as dez opções de idioma. A dublagem está toda em inglês, porém, o jogo tem as seguintes opções de legenda: alemão, inglês, espanhol, francês, polaca, português brasileiro, russo, coreano, japonês e chinês, faltando apenas Klingon e outras línguas alienígenas. A legenda do nosso idioma está muito bem feita e localizada. Um ponto extremamente positivo.

A trilha sonora é muito competente e os efeitos sonoros das lutas, unidos com os gráficos e explosões dignas de filmes, dão ao jogo o clima épico que ele precisa.

Apesar do jogo ser todo on-rails, a segunda boa surpresa foi ele nos permitir decidir as direções para as quais o trilho nos leva. Um exemplo, a Ellie te dará as possíveis opções: você vai permanecer na missão ou salvará seus amigos da Federação? Ficará de qual lado, da Federação ou dos Rebeldes? Isso com apenas cinco segundos para seguir um caminho sem saber se ele será a mais correto. E manda mais novidade que ainda é pouco.

No canto superior direito da tela, existe um ícone de uma câmera onde você pode pressionar e deixar gravando sua partida, podendo compartilhar no Twitter, Facebook, YouTube, enviar por email ou apenas para rever como você conseguiu, sem querer, reproduzir a cena do Luke invadindo a Estrela da Morte.

Quanto a trilha sonora, ela é muito competente. E os efeitos sonoros das lutas, unidas com os gráficos e explosões dignas de filmes, formam o jogo dando o clima épico que ele precisa.

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Pouco tempo para muita coisa

O relacionamento entre John e Ellie é interessante de se acompanhar e, misturado ao conflito, dá margem para a história se estender um pouco mais sem ficar cansativa. Mas não é isso o que acontece. Star Horizon têm apenas dez capítulos, divididos entre sete fases, dois combates com chefes e um luta estimulantemente difícil – no Normal – contra o final boss.

Ao terminar, ele nos deixa com vontade de que o jogo durasse mais. Consegue-se finalizá-lo em pouco mais de uma hora, e esse foi o pior problema que encontrei em Star Horizon. As fases normais são curtinhas, o que dá pra supor desde o começo, ao ver a qualidade do jogo e o download nada pesado, não chegando nem aos 400 MB.

Assim, aprecie o combate espacial com moderação ou joguem em todos os três níveis possíveis. No Difícil, o chefe final certamente fará você perder algumas horas até passar por todas as suas três transformações.

O game foi analisado no iOS e em cópia cedida pela Tabasco Interactive.