Dentre os mais variados temas que giram em torno do nosso hobby videogamístico, um que hoje se encontra bastante saturado são os que envolvem os zumbis. Tem morto-vivo pra tudo quanto é canto. Já vimos eles no faroeste, no meio da Segunda Guerra e até encrencando com plantas.

Não que isso seja algo ruim, se diz que qualquer coisa fica melhor colocando os dancarinos de Thriller como um problema a ser enfrentado. Porém, um tema também bastante divertido que pouco vimos e quando aparece nos remete, ao menos, a uma boa aventura nas telas, são os jogos de piratas.

Ok, não temos tantos games tão divertidos e inesquecíveis assim. Porém, os que nos marcaram são até hoje dignos de serem lembrados e jogados novamente sempre que aparece uma oportunidade.

Pirataria nos Videogames (não, não é isso que você está pensando)

E, claro, existem exceções, e não posso deixar de citar, para nos livrar logo dele de uma vez, de um dos jogos baseados em filmes mais fiéis que existem. O jogo para SNES e MegaDrive, Cutthroat Island, mais conhecido como “A Ilha da Garganta Cortada”. Fiel ao filme, ou seja, tão ruim quanto.

Mas o que o torna, muito no mal sentido, inesquecível? Começando pela sua dificuldade extremamente ignorante e sem propósito, a ponto de deixar Dragon’s Lair e outros jogos enlouquecedores no chinelo, e seus controles e movimentação travados, pra caprichar mesmo em fomentar o ódio.

E começando com apenas três vidas, passando do primeiro chefe, já bem mala, logo na segunda fase encontramos algo bastante semelhante, obviamente, na sua devida proporção, à fase da moto em Battletoads. Só isso.

Mas, como já disse um velho sábio, vamos falar de coisa boa.

Monkey Island

Pirataria nos Videogames (não, não é isso que você está pensando)

Para os amantes dos jogos point-and-click da LucasArts, Monkey Island, é um dos mais conhecidos envolvendo os ladrões dos mares e um dos mais queridos para quem aprecia o estilo de jogo, famoso nos anos 90.

No primeiro da série, The Secret of Monkey Island, seguimos a história com o novato na Mêlée Island (Ilha Vale-Tudo na tradução do jogo para o português), Guybrush Threepwood, o herói de toda saga de jogos. Ele deseja se tornar um pirata e sai em busca da aprovação dos líderes da ilha, completando missões e conhecendo vários outros excelentes personagens numa história com um humor cheio de piadas e sarcasmo que se tornou característica da série inteira.

A saga de Guybrush tem ao todo cinco jogos, com o primeiro seguido por Monkey Island 2: LeChuck’s Revenge, The Curse of Monkey Island, Escape from Monkey Island e Tales of Monkey Island.

Esse último, uma série de cinco capítulos produzida em parceria com a LucasArts pela Telltale Games, já velha conhecida nossa pela nova safra de jogos adventures que a desenvolvedora produz (Full Throttle, cof cof… alô Telltale!!!).

Pirataria nos Videogames (não, não é isso que você está pensando)

Em 2009, foi lançado o remake de The Secret of Monkey Island em HD para várias plataformas, como iOS, Mac, PC, PSN e Xbox LIVE. A história resistindo ao tempo em que foi lançada, alcançando notas acima da média pela internet afora. E no ano seguinte, devido a boa recepção dos antigos jogadores e dos novos, a LucasArts relança o segundo jogo da série, sendo tão bom quanto.

A série original das aventuras na Ilha dos Macacos, juntos aos novos jogos, extremamente bem produzidos de Tales of Monkey Island, são feitos que para quem gosta do tema e do gênero adventure. Se ainda não jogou, está deixando passar um dos mais divertidos jogos de piratas atuais, e antigos.

Donkey Kong Country 2: Diddy’s Kong Quest

Pirataria nos Videogames (não, não é isso que você está pensando)

Antes de mais nada, ouça essa música.

Pronto, assim dá pra começar bem e falar do Donkey Kong Country favorito de muita gente, me incluindo nisso.

Apesar da história ser aquela em que já sabemos como vai terminar, com o sobrinho do ex-sequestrador de princesas indo resgatar seu tio sequestrado ao lado de sua namorada, Dixie, pelo malvado pirata Capitão K. Rool que em troca exige o estoque de toneladas de bananas dos macacos. Mas o que foi bem surpreendente foi como a Rare, desenvolvedora do jogo, conseguiu espremer ainda mas o SNES e alcançar gráficos tão bonitos, ou até mais, que o primeiro Donkey Kong Country. Isso tudo em meio a navios, mastros, piratas crocodilos e uma das trilhas sonoras mais bonitas dos 16bits.

O jogo foi lançado em 1995, numa época em que os jogos para PCs cresciam e já nos apresentavam coisas como Warcraft 2 e Full Throttle (cof cof… alô Telltale!!!²) e o PlayStation ainda não tinha a força de angariar os jogadores da Nintendo. Dessa forma, Donkey Kong Country 2, ainda com toda atenção voltada para si, ultrapassa as expectativas com um jogo que conseguiu a façanha de superar o insuperável Donkey Kong Country. Dessa vez, explorando os mares.

Rogue Galaxy

Pirataria nos Videogames (não, não é isso que você está pensando)

Fugindo da pirataria tradicional e chegando ao espaço. Rogue Galaxy foi lançado em 2005 para PlayStation 2 no Japão pela Level 5, e após dois anos, no resto do mundo. O RPG de mais de 100 horas talvez possa ser desconhecido do grande público, porém, os que conheciam e o adquiriram por meios, digamos, pouco ortodoxos, lembram da frustração em saber que, antes do fim do jogo, ele travava graças ao tamanho gigante, sendo necessário um DVD Dual Layer para caber todo o game. A ironia ao comprar um jogo de pirata pirata.

Em Rogue Galaxy somos Jaster Rogue, um jovem trabalhador de um planeta desértico e isolado chamado Rosa, que sonha em poder um dia explorar o espaço e mudar os rumos da sua vida pacata. E tudo muda, claro, após tentar deter um ataque repentino de uma criatura gigantesca à sua cidade, Salgin. Ele é ajudado por um homem misterioso que lhe entrega uma incrível espada, e após um longo combate, os dois vencem o monstro. No entanto, à procura do lendário caçador de tesouros chamado Desert Claw, tripulantes do navio espacial Dorgenark, testemunham o combate e reconhecem a lendária espada, uma das sete armas sagradas da galáxia, na mão do nosso herói. Confundindo-o com o caçador, o convidam para ingressar no navio.

Dando início a viagens intergaláticas a bordo do navio do Capitão Dorgengoa viajando a planetas distantes e aventurando-se como todo bom pirata. Uma excelente história com aquela pegada de JRPG e ótimos gráficos em cel-shading, teve boas críticas mas não vendeu muito bem, o que é possivelmente o motivo de não haver uma sequência do jogo na geração seguinte. Uma pena.

Assassin’s Creed IV: Black Flag

Pirataria nos Videogames (não, não é isso que você está pensando)

E por último, talvez o mais relevante jogo de pirata dos últimos anos, lançado em 2013 para plataformas da sétima e oitava geração dos consoles, o quarto título da mina de ouro da Ubisoft e o sexto da sequência, Assassin’s Creed IV: Black Flag atinge o nível máximo em inserir o jogador no mundo dos bucaneiros e outros foras da lei.

Houveram críticas, denominadas pelo Dicionário Universal como mimimi, em relação ao jogo ter se afastado um pouco do tema central da franquia, assassinos versus templários, e focado um tanto mais no tema da pirataria. Porém, foi considerado um ótimo jogo no que se propôs, vendendo mais de 10 milhões de cópias, tendo recebido a alcunha de “Jogo do Ano” pelos sites Kotaku, GameSpot, IGN e por este ser que vos escreve.

Com gráficos incríveis num mundo aberto gigante, com combates dinâmicos entre navios onde o próprio clima afeta o sucesso ou fracasso da abordagem, exploração submarina em busca de baús de tesouros no fundo do mar, caçadas à animais herdados do Assassin’s Creed 3, ou seja, um verdadeiro mundaréu de coisas que Edward Kenway tem que fazer para passar suas horas de ócio. Se de quebra ainda houver pontos onde a história da saga se complementa, pode-se considerar que o jogo atingiu seu objetivo principal: ser divertido.

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