A gente quase nunca fala de jogo móvel por aqui, é verdade. A culpa é da falta de tempo e também porque a plataforma mobile recebe tanta coisa diariamente que a gente ficaria louco tentando acompanhar todos os lançamentos. No entanto, de vez em quando, surge algo que chama a atenção — para o bem ou para o mal. É o caso de Pocket Quest: Liga dos Elfos.
Distribuído por aqui pela Gamebau, o game é um simpático RPG bastante colorido com uma pegada cartunesca bem próxima dos animes. Visualmente, ele lembra muito jogos como Grand Chase e Maple Story, sobretudo por conta do traço. Porém, é na jogabilidade que você vê a enorme quimera que acabou de ser instalada em seu aparelho.
Isso porque Pocket Quest é uma enorme mistura de tudo aquilo que você já viu em outros games. Ele possui elementos retirados de Final Fantasy, Plants vs Zombies, Ragnarök Online e principalmente de Pokémon — e não se preocupa em esconder ou disfarçar isso. Tanto que a linha que separa a referência da pura falta de criatividade é pouco clara por aqui.
Isso fica evidente já nos primeiros minutos de jogo, quando você é apresentado pelo Doutor Oak ao sistema de Qmons, pequenos espíritos élficos que vão ajudá-lo em sua jornada. E a comparação com Pokémon não se resume apenas ao fato de elas também serem baseadas em elementos como planta, fogo e gelo. Até seus nomes são retirados diretamente da franquia da Nintendo: Boobarcel, Chamader e Squirta.
E elas contam com mais duas evoluções — incluindo uma que se chama Chariza. Isso sem falar dos mais de 200 Qmons existentes e que o jogador pode capturar para coloca-los em seu grupo.
Bem, assim fica difícil te defender, né joguinho?
Indo além
Em condições normais, isso seria o suficiente para que Pocket Quest: Liga dos Elfos fosse execrado como sendo mais um plágio de Pokémon como tantos que existem por aí. No entanto, o jogo tem a dignidade de fazer algo diferente. Ao invés de reproduzir a mesma mecânica adotada pela Nintendo, ela pega essa lógica de monstrinhos em batalha e leva para outro contexto.
Assim, o elemento de RPG de Pokémon acaba se misturando à estrutura de Tower Defense de Plants vs Zombies. A partir de um cenário dividido em grades, hordas de inimigos seguem avançando até o lado do jogador e é preciso posicionar os Qmon para que eles eliminem essas ameaças antes que eles cheguem ao outro lado da tela. A diferença aqui é que, ao contrário das plantas da PopCap, seus personagens podem se movimentar pelo mapa, o que dá mais agilidade e variedade aos confrontos.
E, por incrível que pareça, essa mistura de conceitos realmente funciona. É claro que não há dispensar aquela sensação de que você está jogando algo que não se deu ao trabalho de ser original, mas também é impossível negar que a combinação improvável gera algo no mínimo curioso. É divertido, embora ainda cansativo.
Como todo jogo mobile, Pocket Quest não se vê livre dos vícios do gênero. Portanto, espere encontrar muita micro transação, sobretudo com cristais, vigor, moedas e outros itens exclusivos para quem quiser abrir a carteira. Há pacotes que chegam a custar US$ 100. E você aí reclamando da crise.