Quando você vai testar um jogo de Shinji Mikami, já vai esperando algo bom, com terror de qualidade, afinal estamos falando do produtor considerado o pai do Survival Horror, criador de Resident Evil e que revolucionou o gênero com o quarto jogo numerado da franquia da Capcom. Isso pode ser uma faca de dois gumes, afinal, quando o hype é muito alto, a possibilidade de uma decepção é tão grande quanto, mas isso não acontece com The Evil Within, que acima de tudo traz uma trama madura, visualmente deslumbrante e que pode te fazer ter que trocar de calças várias vezes durante o jogo.

Combinando elementos de vários jogos consagrados, como Silent Hill, Resident Evil 4 e até mesmo Alan Wake, o que jogamos de The Evil Within não traz nenhuma grande inovação em sua mecânica ou jogabilidade, e a história pode ser considerada até um tanto quanto clichê, mas anda assim, combina elementos com maestria e apresenta um resultado que mesmo na demo, já traz calafrios, apreensão e, principalmente, medo de avançar pela próxima porta sem saber se está preparado para o que te espera.

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Na demo, a mansão adentrada por Sebastian Castellanos – o detetive que protagonista do jogo -, já é, desde a porta, sombria, tétrica e hostil. A escuridão dentro do local, só reforça a sensação de insegurança, que a cada passo fica mais evidente. Já de cara, Sebastian tenta perseguir um grupo de pessoas entrando em uma sala com forte luz, mas é ignorado e a porta trancada força o jogador a explorar outros lugares da mansão. Ao lado, chama a atenção um espelho que, ao ser observado, leva o jogador a um outro ponto da mansão, em uma espécie de portal que será importante durante o jogo e promete complicar a vida dos usuários, constituindo-se como um puzzle.

De volta ao outro lado do espelho, a escadaria se apresenta convidativa para exploração até o momento em que, ao tentar entrar em uma das portas do segundo andar, um fantasma encapuzado chamado Ruvik, que persegue Sebastian o tempo quase todo, aparece na porta oposta e vai em direção a ele, atacando-o e sumindo logo em seguida. A sanidade é colocada a prova quase que constantemente, afinal, como ter certeza da saúde mental do protagonista em um lugar onde fantasmas e demônios aparecem sem mais nem menos, e onde espelhos são portais que levam para outro lugar completamente diferente?

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Os perigos entretanto, não são apenas de origem sobrenatural ou psicológica, e, acima de tudo, confundem o jogador: afinal, ao entrar em uma das salas, é possível observar um objeto brilhante que de cara qualquer jogador desconfiaria ser um item, mas na verdade trata-se de uma bomba que é acionada assim que o jogador chega perto, e faz de Sebastian, um verdadeiro purê de carne, ossos e sangue. Pura e simplesmente sádico e perturbador.

O visual do jogo é deslumbrante, cenários muito bem construídos e cheios de elementos para confundir o jogador se misturam a uma atmosfera visivelmente densa e pesada, graças a uma cortina de névoa que parece nunca se dissipar. Contribuindo ainda mais para o clima de constante tensão em meio ao desconhecido, os efeitos sonoros parecem vivos e perturbam o jogador, tirando a atenção do que pode significar um real perigo… ou não, afinal em The Evil Within, as coisas podem não ser bem o que parecem, ou então, são exatamente aquilo que parecem. E mesmo assim causam calafrios.

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Entretanto, conforme o jogo vai avançando e os perigos aumentando, Sebastian vai adquirindo novas habilidades para lidar com o que o espera a seguir. Sinda assim, muitas mortes ocorrerão, muitos sustos serão tomados e o medo/apreensão serão as únicas reais companhias do jogador nessa jornada proposta por Shinji Mikami, que pode definitivamente trazer o terror e o Survival Horror de volta aos áureos tempos do final da década de 1990.

Embora também chegue para PS3 e Xbox 360, é altamente recomendável que, se possível, você jogue-o na nova geração, o que garante ao jogador uma maior imersão graças ao poder de processamento oferecido pelos novos consoles. Em um jogo como esse, onde cada elemento parece ter sido cuidadosamente pensado, qualquer downgrade por conta de limitações de hardware pode significar uma sensível diferença na experiência proposta.

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