A crise na Crytek (o trocadilho não foi intencional), por mais que seja negada veementemente pela própria empresa, já tem pelo menos duas vítimas. De acordo com novas informações ainda não confirmadas oficialmente, o desenvolvimento de uma sequência de Ryse: Son of Rome foi oficialmente cancelado após os problemas na produção do primeiro título da série, bem como os atrasos nos pagamentos de funcionários em pelo menos dois escritórios da desenvolvedora.
De acordo com reportagem do Kotaku, que diz ter conversado com pelo menos uma dezena de funcionários ou ex-empregados da empresa, a situação vai de mal a pior. Não apenas o segundo episódio do game exclusivo para Xbox One, como também uma série de outros projetos ainda não anunciados ao público foram cancelados ou, pelo menos, deixados de lado.
Outro título que estaria com sua produção arriscada é Homefront: The Revolution, a sequência do game de guerra que foi adquirido pela Crytek após o fim da THQ. Foi ele o game que mais sofreu com as recentes saídas de funcionários, incluindo gente de altos postos dos setores de arte, design e desenvolvimento. Ao todo, mais de 30 empregados teriam deixado a companhia nas últimas semanas, e mais da metade deles estaria ligado de alguma maneira ao FPS. As informações são do Eurogamer.
De maneira geral, o ambiente de trabalho na companhia foi descrito como “tenso e instável”, com os funcionários não sabendo até quando a empresa vai existir e com medo de serem demitidos a qualquer momento. Muitos já começaram a ser sondados por outras companhias como a Cloud Imperium Games, que recebeu recentemente um financiamento coletivo recorde para a criação de Star Citizen.
No final de semana, informações vindas da Alemanha davam conta que a empresa estaria prestes a declarar falência, após gastos demasiados com jogos como o próprio Ryse e uma transição conturbada para um modelo de jogos free-to-play. A desenvolvedora estaria em busca de financiamento para se livrar dos problemas e até mesmo aberta a ofertas de compra, tendo a Wargaming como uma das principais interessadas.
Os relatos das fontes ouvidas pelo Kotaku vêm agora para confirmar os atrasos nos pagamentos e a implementação de políticas que evitassem a chegada desse tipo de informação à imprensa, como a proibição de conversas sobre salários e demissões por email ou mensageiros. Foi justamente por isso que os funcionários decidiram vir à público, mesmo que ocultando as próprias identidades, na esperança de que a Crytek dê declarações sobre o assunto e fale mais abertamente com seus empregados sobre a situação da empresa.