Se existe um gênero que a indústria dos games tem dado pouco valor nas últimas duas gerações de consoles é o de plataforma 2D. É de se imaginar onde os jogos do tipo estariam se os desenvolvedores tivessem se aplicado a desenvolver o gênero tanto quanto nos games 3D. Child of Light nos lança uma luz sobre essa questão de forma artisticamente majestosa!
Publicado pela Ubisoft e desenvolvido pelo seu estúdio em Montreal, Child of Light é um obra de arte em forma de título plataforma 2D com alguns detalhes de animação em 3D, proporcionados pela engine UbiArt Framework. Já a vimos fazendo maravilhas nos dois últimos games da série Rayman: Origens e Legends.
Você está no papel da carismática princesa “Aurora”, filha unica do Duque de uma região longínqua na Áustria do ano de 1985. Ainda criança, ela perde sua mãe, sendo criada somente pelo pai que, anos mais tarde, se casa com uma mulher bela, mas cheia de mistérios. Em uma certa noite, após uma peça de teatro apresentada para a família real, a menina, já em sua cama prestes a dormir é tomada por um mal inexplicável que acaba por levá-la a morte, para a tristeza de seu pai e de todo o reino.
Naquela mesma noite, Aurora desperta em um lugar encantado como nos contos de fada. Lá, descobre que deve restaurar a seus devidos lugares o Sol, a Lua e as estrelas se quiser voltar para casa e para os braços de sua família. E é com esse plot que tem início um conto de fadas moderno.
Um ótimo diferencial é que, apesar de todo o aspecto de jogo de plataforma que vemos, além de explorar os ambientes tanto andando como voando com asas de fada, na hora dos combates somos transportados para uma tela de batalha ao melhor estilo dos clássicos RPGs de turno. Nela, escolhemos entre ataques, magias, defesa ou itens de acordo com uma barra de tempo que indica qual personagem está atacando.
Um detalhe muito interessante do sistema de combate é que você pode retardar a barra de tempo que define o turno do inimigo, e o oponente a sua, o que acrescenta e muito à estrategia das batalhas. Além disso, durante a aventura, encontramos itens que melhoram seus atributos e dos aliados que também entram para seu grupo com o andamento do jogo. Isso incentiva a exploração dos cenários
Uma das definições de obra de arte nos diz que ela “inspira emoções, lembranças e sentimentos únicos e subjetivos”, e aqui estou colocando minha opinião totalmente pessoal ao dizer que pouquíssimos jogos transmitem tal impressão. Child of Light é assim, desde os gráficos belíssimos traduzidos em forma de pinturas vivas até a poesia por trás da trama e os diálogos cuidadosamente criados de forma envolvente.
Child of Light é um obra de arte em forma de game plataforma 2D.
O jogo talvez não ganhe todo o destaque que merece da indústria, mas com todo mérito, entra para a galeria de obras de arte interativas ao lado de games como Okami, Braid e Journey.
Muitos elogios devem ser prestados ao trabalho de localização feito pela Ubisoft. A tradução respeitou a concepção original e criou rimas e poesias que fazem sentido em português.
A trilha sonora primorosa vai encantar a todos, principalmente aos amantes de música orquestrada. Cada faixa está muito bem aplicada, dando o clima certo para cada ambiente, situação e em destaque especial às batalhas contra chefes. Simplesmente épico!
Muitos elogios devem ser prestados ao trabalho de localização feito pela Ubisoft, tanto nos textos quanto na dublagem. A tradução respeitou a concepção original e criou rimas e poesias que fazem sentido em português. A narração inicial lembra muito as animações de contos de fadas famosos, que quase sempre se iniciam com a frase “Era uma vez…”, com um tom de voz doce e suave.
Este jogo foi testado no PlayStation 3.