Se trailers nem sempre refletem a realidade, Rainbow Six: Siege leva isso à máxima potência. Como um dos próximos grandes títulos da Ubisoft, o game vem não apenas na sequência de uma polêmica que ainda está vem fresca na cabeça dos fãs quando o assunto são os blockbusters da empresa, mas também traz uma proposta que depende única e exclusivamente dos jogadores para funcionar. Cabe a eles, somente, trabalhar taticamente, como o game deseja que façam.

Mais do que testar servidores e dar aos fãs um gostinho do que está por vir, então, a Beta de Rainbow Siege vem com uma primordial pergunta, que poderia significar a diferença entre sucesso e fracasso a ideia: será que rola? E, ao contrário do que muita gente esperava quando se fala em jogatina online, a resposta é “sim”. Só que nem sempre.

Feito para ser calmo

Em sua estrutura, Rainbow Six: Siege não foi feito para ser um tiroteio maluco. Os visuais mais próximos da realidade, por exemplo, acompanham uma jogabilidade também firmada no realismo. Recarregar armas, por exemplo, demora, então é melhor que você segure o dedo. Explosões causam surdez momentânea e desorientação, então nada de sair jogando granada por aí. Poucos tiros são capazes de matar seu personagem, e os rounds não contam com respawn. Sua vida é precisa e é tudo o que você tem para impedir a vitória dos bandidos ou da polícia.

E é a partir de mecânicas desse tipo que Rainbow Six: Siege incentiva seus jogadores a serem estratégicos. Toda fase começa com uma etapa de preparação – os terroristas têm alguns segundos para pensarem em suas posições e fortificarem o local, colocando barricadas, escudos e obstáculos para os policiais. Enquanto isso, os agentes da lei utilizam carrinhos que podem andar pelo cenário e localizar o objetivo, seja ele uma bomba ou um refém, e marcar o posicionamento dos inimigos, de forma a possibilitar a incursão.

E, então, começa a ação. Com um headset e um conjunto de companheiros conhecidos, ou que levam o jogo a sério, dá para organizar a infiltração ou trabalhar da melhor forma para impedir o avanço das autoridades. O posicionamento é tudo, principalmente quando não se sabe exatamente onde os oponentes estão, algo que é mais comum do que se imagina.

Rainbow Six Siege

Correr para cima dos oponentes ou jogar como se estivesse em um campo de paintball não apenas não funciona como é a pior solução para resolver um confronto. Rainbow Six: Siege, mais do que um game de tiro, é um jogo de objetivo. Se afastar do alvo é a pior decisão que você poderia tomar, não apenas por fazer com que você se afaste dos companheiros, mas também por facilitar a vitória do adversário.

Mesmo assim, não é raro encontrar parceiros que simplesmente não entendem esse conceito, principalmente quando se está jogando na pele dos bandidos. Para eles, Rainbow Six: Siege é um tenso jogo de espera – você deve fortificar sua base, escolher um ponto para ficar e, então, esperar que os oponentes caiam na sua estratégia, chegando por onde você espera de arma na mão.

E é também nesse papel que muitos dos apressadinhos estão. Ao perceber a aproximação da polícia, muitos começam a quebrar as próprias barricadas para partirem para cima ou simplesmente jogarem uma granada, revelando a posição de todo o time nesse processo e levando um tiro no meio da testa. Aí, amigo, vira passeio e toda a partida foi colocada a perder por um único idiota que quis andar fora da linha.

Além de suas próprias mecânicas, Rainbow Six: Siege também tem um sistema de automoderação. Dá para colocar em votação para a equipe a exclusão de um determinado membro do time, que é substituído de forma aleatória por outro que estiver procurando partidas naquele momento. Isso, claro, pode ser usado como uma forma de punir os noobs, e não dá para saber ao certo se diversas exclusões seguidas também influenciarão na frequência de partidas localizadas, em um sistema como o que vemos na série FIFA, por exemplo.

Surpreendentemente bom, mas com ressalvas

Rainbow Six Siege

Com tudo isso em mente, Rainbow Six: Siege pode até parecer um game meio restritivo, mas não é. Muito pelo contrário, existem diversas formas possíveis de atuações ou de realizar incursões, o que torna mesmo a Beta, com poucos mapas e estilos de personagem, bastante variada.

Mais do que isso, o título vai contra as próprias percepções que foram colocadas contra ele desde o anúncio, funcionando bem em sua proposta e fazendo com que ela seja cumprida por meio de um sistema de perda e recompensa. Aqui, temos um jogo que não é indicado para quem gosta do tiroteio de Call of Duty, mas sim, para quem leva a sério a possibilidade estratégica levantada por Battlefield.

Fica apenas uma dúvida quanto à variação. Para a versão final, a Ubisoft promete diversos modos de jogo e mapas, além de um bom bocado de DLCs para manter a experiência viva. E é justamente aqui que reside o maior desafio de Rainbow Six: Siege. Agora que ele já provou funcionar da forma devida, resta apenas garantir que essa ação tática não se torne manjada e envelheça rapidamente.

Rainbow Six: Siege chega em 1º de dezembro para PC, PlayStation 4 e Xbox One. O game deve ser uma das atrações do estande da Ubisoft na BGS, que começa em São Paulo (SP) no dia 8 de outubro.

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