GTA V foi algo difícil de se evitar na época do lançamento, com toda a antecipação em cima da próxima entrada na franquia. Só se falava nas possibilidades dentro daquele playground virtual que é Los Santos. Com as versões de PlayStation 4, Xbox One e PC, essa será uma tarefa mais difícil ainda.
Joguei Grand Theft Auto V pela primeira vez logo na semana do lançamento para a geração passada, e mergulhei na versão online quando os servidores se estabilizaram. Fiquei por uns bons meses sem jogar, e ao ter contato com a versão de PS4, logo pude ver as mudanças.
A versão para a geração passada já era muito bonita, forçando os limites de um hardware com mais de sete anos nas costas. Para as novas plataformas, muitas texturas foram refeitas, não só as focadas para o modo em primeira pessoa, mas ambientes também puderam ganhar novos detalhes com o poder de processamento superior das máquinas atuais. Efeitos climáticos como chuva e ventania também ganharam um ar mais realista – recordo-me de sair da garagem em um dia chuvoso, onde as gotas caiam numa poça com um realismo que muitos jogos atuais não atingiram.
O modo em primeira pessoa, falando nele, foi anunciado como um diferencial das versões antigas, onde você poderia jogar o jogo inteiro sob uma perspectiva inédita na série. Jogando a campanha principal inteira e um pouco do multiplayer, a sensação é de se estar em outro jogo.
Se você espera por muito conteúdo exclusivo, porém, pode sair um pouco desapontado, pois as versões de todas as plataformas se equiparam. O que não é o fim do mundo.
Não foi uma simples mudança de câmera – a atenção aos detalhes foi das texturas novas das armas e o interior dos veículos até novas animações. Porém, não é o ideal para todas as situações, como por exemplo, dentro de veículos aéreos, onde o jogador não consegue enxergar o que está fazendo. Ainda assim, é um modo recomendado principalmente para quem jogou sob a perspectiva tradicional, pois algumas missões ficam ainda mais emocionantes.
É possível exportar seu personagem do modo online para a nova geração, desde que ambos os aparelhos sejam da mesma “família” de consoles (do Xbox 360 para o One, por exemplo). Online, o modo em primeira pessoa oferece uma leve desvantagem em relação à quem joga na câmera tradicional, mas por outro lado, o jogador adquire mais dinheiro e XP se fizer as missões dessa maneira.
Desde que a Rockstar liberou a criação de níveis de corrida e deathmatch, os jogadores não perderam tempo para criar algumas das mais insanas pistas e arenas. Basta procurar no YouTube para encontrar algumas monstruosidades como competições de moto sobre prédios e partidas de mata-mata onde se pode usar apenas garrafas e granadas. Isso dá uma sobrevida para quem já se cansou dos conteúdos criados pela Rockstar, pois os próprios jogadores renovam o leque de opções disponíveis.
Em primeira pessoa, a sensação é de se estar em outro jogo, apesar de a perspectiva não ser a ideal em todas as situações.
O jogo ainda conta com alguns bugs e um multiplayer com servidores problemáticos, mesmo se você estiver com uma boa conexão. Ao finalizar missões online, o usuário pode ter que esperar dois minutos ou mais antes de ser levado de volta ao modo livre.
É compreensível que um jogo do escopo de Grand Theft Auto V tenha alguns bugs e momentos de lentidão, mas eles não deixam de afetar sua experiência como um todo, especialmente fora do single player. Com o tempo, é de se esperar que a Rockstar lance atualizações para amenizar esses problemas, como faz com frequência.
Se você espera por muito conteúdo exclusivo, porém, pode sair um pouco desapontado. Além de alguns carros, armas e uma missão nova para Michael, as versões de todas as plataformas se equiparam, por enquanto. O que não é o fim do mundo, pois a Rockstar frequentemente lança updates para resolver questões que a comunidade de jogadores levanta, além de trazer pequenos gracejos como veículos, armas (tanto para o single player e multiplayer) e modos de jogo novos (como os Heists da versão online).