Quem me conhece sabe: Resident Evil Revelations 2 não poderia deixar de ser o primeiro game que eu jogaria na BGS 2014. A empolgação foi tanta que o título também foi meu primeiro hands on da feira publicado aqui no site, praticamente apenas com elogios. Tirando o sistema de câmera, tudo parece funcionar bem e temos um bom e velho game da série de volta, só que com gráficos de hoje e uma dinâmica totalmente repaginada.
Dias depois de experimentar o título pela primeira vez, tive a chance de jogar a demo de novo, só que agora a portas fechadas e sem a zoeira do evento, dentro do estande da Warner. Ali, com mais tempo e sem uma fila atrás de mim, deu para conhecer Resident Evil Revelations 2 com mais detalhes e reparar em mais algumas coisas. São elas que aparecem aqui, em um artigo que serve muito bem como DLC para meu hands on original.
Moira > Ashley
Você, garoto mimimizento que riu quando veio a informação de que Moira não utiliza armas e seria responsável pela lanterna, não poderia estar mais errado ao afirmar que ela é a equivalente de Ashley em Resident Evil Revelations 2. A filha de Barry não apenas tem seu papel importante na história como é tão capaz em combate quanto sua companheira, só que de maneiras diferentes.
Após a obtenção do pé-de-cabra que, provavelmente, a acompanhará durante toda a aventura, parece ser possível jogar com Moira dali até o final da aventura. Ao melhor estilo Alan Wake, a lanterna da personagem pode ser usada para tontear os inimigos, de forma que Claire, controlada pela inteligência artificial, possa realizar um ataque físico. Novamente com a filha de Barry, é possível finalizar um inimigo caído, enfiando a ferramenta e explodindo sua cabeça.
É uma dinâmica interessante e que pode ajudar bastante durante os momentos de munição em baixa e oponentes em alta. Mais do que isso, é uma mostra de que o companheiro controlado pela inteligência artificial ou em modo coop não serve apenas para iluminar o caminho. Já sabíamos que a luz seria essencial para encontrar itens e ver o que está à frente, mas agora, ela também aparece como um belo componente de combate.
Choose your destiny
Em determinado momento da demo, após coletar uma chave, Claire e Moira são atacadas pela primeira horda de inimigos. Aqui, o glorioso Fabão Santana, que representava a Capcom na BGS, me chamou a atenção para uma coisa: duas portas são abertas na sala, os oponentes vão sair de uma delas. É um dos momentos de escolha do título, que podem não influenciar na história, mas trazem variação.
O que muda, por exemplo, é a arquitetura do local, bem como os itens encontrados. A ideia vem de jogos antigos, no qual determinadas escolhas poderiam causar variações na trama ou na dificuldade do jogo. Não é nada tão profundo aqui, mas algo que deve motivar os jogadores mais hardcore a jogarem o título até o final mais de uma vez, de forma a explorar todas as possibilidades e formar sua própria estratégia.
O game realmente é mais curto
A informação anterior é interessante para quem estava preocupado com um possível fator replay para o game. Afinal de contas, caso o formato episódico de Resident Evil Revelations 2 dê um foco ainda maior na história do que estamos acostumados, jogar pela segunda vez sabendo de tudo pode ser pouco atrativo.
Enquanto a gente só poderá tirar a prova disso depois do lançamento, já temos a noção de mais ou menos quanto tempo levaremos para zerar o game. O trecho de cerca de 15 minutos que jogamos na BGS é um dos momentos iniciais do título, logo no primeiro episódio. Cada capítulo deverá ter duas horas, totalizando então um total de 8h para seguir a trama do início ao fim.
É pouco? Não necessariamente. Se levarmos em conta o mercado atual, em que um jogo de menos de dez horas é considerado curto, pode até ser. Mas vale lembrar também que Resident Evil Revelations 2 nos leva para o passado da série, games que poderiam ser finalizados numa sentada, em pouco menos de três horas. RE4, em nossa maratona recente, foi finalizado em 9h.
Estamos aqui em um meio termo. Resta apenas saber de que forma a trama se desenrola e se essa contagem total será suficiente para contá-la com todos os detalhes que ela parece conter.
“Isso é algo que ainda não anunciamos”
Esse é um assunto que foi até comentado na recente maratona de gameplays de Resident Evil 4: estaria o Mercador de volta em RE Revelations 2? Durante a jogatina, encontramos um Rubi que, ao ser coletado, adicionou 250 BP – provavelmente Battle Points – aos personagens. Estaríamos diante de algum tipo de sistema de compra de armas ou melhorias para as protagonistas?
Inicialmente, pensamos no Raid Mode, que já possui essa dinâmica no primeiro Revelations. Mas ao questionarmos o representante da Capcom presente no local, ouvimos apenas que os tais BPs são “para compra de algo que ainda não anunciamos”. Já sabíamos que o modo extra também estaria presente no game. Será um engano da Capcom ou estamos diante de algo realmente novo aqui?
Controle visual
Originalmente, em meu hands on, citei a sensibilidade exacerbada da câmera nos momentos de exploração como um dos únicos pontos negativos da demonstração que estava na BGS. Resident Evil Revelations 2 assume o sistema de comando de seu antecessor, RE6, com o analógico direito controlando o personagem e o esquerdo, a visão. É esta que parecia dançar pelo cenário e, muitas vezes, fazer com que eu acabasse olhando para o teto quando só queria ajustá-la um pouquinho.
Após finalizar a demo mais uma vez na sessão fechada, porém, decidi analisar com mais calma o menu de opções e, nele, encontrei as opções para ajuste de sensibilidade da câmera não apenas no modo livre, mas também enquanto a arma estiver empunhada. Não deu tempo de estar os efeitos que essa configuração teve sobre a jogabilidade, mas é legal saber que a Capcom se antecipou e vai permitir que cada usuário configure o título como preferir.
O mistério das pulseiras
Inicialmente, acreditava-se que as pulseiras vistas em Claire e Moira, bem como no teaser que serviu de anúncio para o game, indicariam uma possível infecção. Mas não é assim. Na demo, descobrimos que o Big Brother macabro que está sendo jogado com as protagonistas é ainda mais assustador quando os acessórios, na verdade, indicam o medo de seu usuário.
Foi uma constatação que explodiu a minha cabeça, afinal de contas, ao jogar a demo pela primeira vez, notei o bracelete de Claire verde, enquanto o de Moira aparecia laranja. Meudeusdocéu ela está infectada? Não, pelo menos, não aparentemente. Trata-se da medida do medo, um elemento que aparece aqui demonstrando o amadurecimento da veterana após tudo o que ela passou na franquia em relação à novata, que apesar de ser parte de todos os incidentes, se vê pelo que parece ser a primeira vez no centro de tudo aquilo.
Os detalhes sobre a pulseira e como ela se encaixa na trama, saberemos em breve. Mas fica aqui, desde já, um dos grandes mistérios do game. Quem está controlando tudo? Estaríamos diante de alguém conhecido ou um novo personagem? Será que a voz misteriosa é de homem ou de mulher? A voz misteriosa é de uma mulher, e conhecida, como dito pelo produtor Michiteru Okabe, o que só confundiu mais a nossa cabeça.
Não chegamos a nenhuma conclusão durante nosso tempo estendido com a demo de Resident Evil Revelations 2, apenas com a vontade de jogar logo o título completo. O game chega no começo do ano que vem para PC, PlayStation 4, PS3, Xbox One e Xbox 360, inicialmente por meio digital e dividido em quatro capítulos.