Sete imagens que mostram a herança de Resident Evil em The Evil Within

The Evil Within chegou ao mercado há cerca de um mês e, a essa altura do campeonato, boa parte das pessoas já jogou a nova obra de Shinji Mikami. Com a ideia de trazer o Survival Horror de volta ao mundo dos games, o criador de Resident Evil acertou mais do que errou e conseguiu efetivamente assustar aos jogadores, apesar de perder a mão em diversos momentos. Confira mais sobre isso em nossa análise.

Mas, mais do que isso, The Evil Within mostra que é bastante difícil separar criador e criatura. E da mesma maneira que Sweet Home e Goof Troop estavam completamente presentes nos primeiros Resident Evil, os títulos da série da Capcom também fazem presença constante no novo game de horror. Não se trata apenas de pegada e clima, mas também de referências claras que mostram que Mikami, apesar de afastado da obra desde 2005, continua com ela bastante viva em seu coração.

Fizemos um apanhado de sete exemplos claros desse tipo de coisa. Logicamente, existem mais, principalmente quando se faz uma análise profunda quanto a elementos de jogabilidade ou a forma como o horror é construído. Ao mesmo tempo, as coisas aqui são ao mesmo tempo diretas e periféricas o bastante para que muita gente não perceba, ou abra um sorriso no rosto ao notar a ligação entre as coisas.

Eu já passei por aqui…

Da metade pra o final do jogo, o detetive Sebastian Castellanos passa pela casa do vilão Ruvik, revisitanso suas memórias de infância e conhecendo as experiências psiquiátricas que ele fazia em busca de uma maneira de linkar o próprio cérebro ao de outras pessoas. Tudo isso acontece em uma mansão muito parecida com algo que já vimos antes em Resident Evil. Não está reconhecendo? Confira só:

A arquitetura da casa é extremamente parecida, para não dizer idêntica, à mansão de Spencer, residência onde acontece o primeiro game da franquia Resident Evil. Ao chegar no local, inclusive, o protagonista faz uma brincadeira, afirmando que já viu essa casa em algum lugar. Um deja vu que os fãs do horror sabem muito bem de onde veio.

Farol e guarda-chuva

O sanatório é um dos grandes temas de The Evil Within, nada mais justo para um game que aposta no horror psicológico. O Beacon Mental Hospital, cenário de toda a trama, tem um logo bastante reconhecível, que remete ao logo da Umbrella Corporation, a empresa que també é o centro de praticamente todo o enredo de Resident Evil.

E assim como a Umbrella, o logo do Beacon Mental Hospital está em todos os lugares e, algumas vezes, também traz as mesmas cores branca e vermelha da empresa que o originou.

As estrelas da lei

Em The Evil Within, não estamos no controle de policiais de elite ou membros de forças especiais. Os protagonistas são parte da força policial comum de Krimson City, onde tudo se passa. É essa característica “comum” de cada um deles que justifica a jogabilidade travada, um dos principais elementos para a construção do horror.

Mas o símbolo estampado na manga dos oficiais, porém, remete diretamente a uma equipe bastante especializada, que mais tarde, acabou constituindo uma das principais forças globais de combate ao bioterrorismo no mundo de Resident Evil. Estamos falando dos S.T.A.R.S, do qual fazem parte Chris, Jill e Barry. O nome, claro, tem a ver com as estrelas no logo da organização, e são elas que também estão em The Evil Within, quase que na mesma posição, por sinal.

Anotando para não esquecer

Em The Evil Within, saem as máquinas de escrever e entram as canetas. Por mais que utilize largamente o sistema de autosave que é tão peculiar nos jogos de hoje, o título também permite que o jogador grave seu progresso na sala segura, utilizando para isso o próprio punho e as anotações em um papel. Nada melhor do que isso para demonstrar o clima de volta às origens que o título deseja passar.

Infecção

The Evil Within pode não tratar de vírus nem de ameaças biológicas, mas tem sua boa dose de monstros. Em um determinado momento da trama, o próprio protagonista se vê infectado pelo mal que vem de dentro e parece se transformar. A cena é idêntica à vivida por Leon em Resident Evil 4, tanto em direção quanto na maneira com a qual a atividade do vírus é mostrada.

Compare e comprove:

https://www.youtube.com/watch?v=eSb7LHF2Ldo

Lobo da coragem

Aqui não dá nem para dizer que temos uma referência, e sim, uma menção clara. As tão preciosas caixas de munição encontradas pelo cenário são exatamente as mesmas vistas de Resident Evil 2 em diante, trazendo os temas de animais e as cores vermelho ou verde, por exemplo.

Aqui, porém, há uma mistura de elementos. Na caixa de balas de pistola, por exemplo, a águia original é substituída pelo lobo, que é a marca das munições de metralhadora de Resident Evil 4. E esse é apenas um exemplo.

Booooom

Vamos deixar esta imagem linkada, caso você ainda não tenha terminado o game. E nem é preciso dizer nada aqui, ao ver a cena, você automaticamente vai associá-la aos momentos de mais alta tensão de Resident Evil. Suck on this, Ruvik!

Musiquinha tranquila

Sei que o artigo fala em imagens, e é todo baseado nisso. Mas não dá para notar a referência mais clara de The Evil Within a Resident Evil: a musiquinha da sala de save. E durante a aventura assustadora de Castellanos, você com certeza sentiu um alívio enorme ao enxergar aquele espelho, ver a porta iluminada com o símbolo do sanatório e ouvir Clair de Lune, de Claude Debussy.

Baseada em um poema de Paul Verlaine, a música, inclusive, tem mais uma ligação com Resident Evil dentro de si mesma. Além de servir ao mesmo propósito que no game da Capcom, seu título significa “luz do luar” em francês, um elemento que remete à Moonlight Sonata, de Beethoven, também dedicada à luz do luar e um elemento bastante lembrado do primeiro RE.