O que acontece quando um filme é lançado com base no hype em algo que não é tão bom assim? A resposta para essa pergunta é “Slender Man: Pesadelo sem Rosto”, que chega nesta semana às telas brasileiras para fazer parte de um mito que foi bastante popular, principalmente, entre o público gamer lá em 2012 ou 2013. Ou seja, temos um longa que chega com alguns anos de atraso nesse sentido.

Dirigido por Sylvain White (de “The Americans”, “Hawaii Five-0” e do vindouro filme de Castlevania), o longa adiciona um caráter digital à maldição do Homem Esguio. Seu chamado, agora, vem por um vídeo distribuído pela internet e assistido por um grupo de quatro amigas, em uma espécie de disputa de poder com colegas de escola do gênero masculino.

O que começa bobo, então, segue assim até o final, em um longa cheio de clichês e que abusa do CGI para criar tensão, conseguindo exatamente o contrário. “Slender Man: Pesadelo sem Rosto” tem uma repetição de conceitos que só pode ser explicada por falta de criatividade – conte quantas vezes alguém vai acordar de um pesadelo com o monstro, por exemplo – enquanto abusa de tomadas rápidas e cenas cheias de efeitos especiais para tentar compor um clima de insanidade. Mas o resultado só é chato mesmo.

As tomadas mais interessantes, no final das contas, são as mais sutis, como o momento em que a protagonista Hallie (Julia Goldani Telles, de “The Affair”), é observada por todos em um hospital, durante uma alucinação, ou um bom uso do contraste nas cenas iniciais do longa. São os momentos que mostram a ameaça do Homem Esguio e o fato de as quatro amigas estarem enfrentando algo além da compreensão, cuja influência está em todos os lugares e da qual não dá para fugir.

No restante do tempo, porém, “Slender Man: Pesadelo sem Rosto” é só chato mesmo e ecoa a sequências não muito legais como “O Chamado 2”, por exemplo. O apoio maior no CGI e menos em um roteiro interessante falha em seu principal propósito, que é assustar, mesmo com o péssimo uso dos jump scares que você, sempre, verá vindo. Caso esteja com saudade do Homem Esguio, baixe Slender: The Eight Pages, e fique em casa jogando em vez de ir ao cinema.

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