Sword Legacy: Omen é um jogo de RPG e estratégia com uma história épica, que visita as lendas de Rei Arthur, focando no lado de fantasia de seus contos. O título possui uma arte linda, que complementa essa narrativa maravilhosa, porém, existem alguns problemas de jogabilidade que não estragam o jogo, mas que poderá fazer com que os acostumados com o gênero se batam até pegar a fluidez do combate.
Depois de superar essa dificuldade, pode abraçar esse game porque vale a pena. É importante deixar claro que se trata de um jogo brasileiro. Essa nota é importante pois é possível confundir Sword Legacy: Omen facilmente com um jogo triplo A gringo, mas não, é nosso! O jogo foi feito pelo estúdio Firecast com parceria com a Fableware, responsável pela narrativa.
A história tem Uther como protagonista, que recebe a visita do mago Merlin e a noticia de uma visão: a cidade será atacada. Os dois correm para lá, mas chegam tarde demais: O rei foi morto e a princesa desapareceu. O personagem principal promete que irá a resgatar e parte marchando pela Britânia destruída pelos ataques para cumprir isso.
Sword Legacy: Omen é um grande jogo que é muito bom saber ser brasileiro. Vale a pena superar os obstáculos do título para seguir em frente e descobrir o que reserva sua narrativa.
Nessa jornada, um grupo de aliados acaba se unido no melhor estilo RPG, personagens com habilidades diferentes que abrem novas possibilidades. Isso permite criar novas estratégias de combate, afinal, somente quatro guerreiros podem ser levados para a arena, com aquela velha dificuldade de se desapegar dos velhos para aceitar os novos. Porém, alguns possuem habilidade bem legais e realmente ajudam, contudo, acabam afetando mais a narrativa do que a forma de jogar.
O jogos é dividido em três momentos: exploração, combate e narrativa. No primeiro, você pode controlar os seus personagens livremente, usar alguns tipos de itens e abrir caixas, porém, em algum momento, algo pode fazer uma batalha ou diálogo começar.
Nestes momentos mais livres do jogo, um leve problema aparece. Não existe um personagem principal e o jogador usará aquele que escolher, clicando sobre ele. A ladina Gwen normalmente é a mais útil, afinal, portas e baús trancados aparecem com frequência. No entanto, caso um combate se inicie, seu personagem fica na posição que estava durante a exploração. É algo legal, afinal, você foi pego de surpresa!
Porém, estar com Gwen na frente é um grande problema, já que ela é praticamente um pedaço de papel. Esse é uma das coisas que você precisa ficar atento, lembrando sempre de trocar o personagem na hora de explorar. Quando o combate começa, a brincadeira fica séria.
Sword Legacy: Omen é praticamente um xadrez, que exige movimentos controlados e conquista de terreno, com calma. Neste momento, o jogo é em turnos, num tabuleiro quadriculado, com limites de ações ela quantidade de pontos. Moveu, não tem volta: total gasto e bola para a frente.
Alguns combates são mortais e todo cuidado é pouco. O game não veio para brincar, com inimigos e cenário fazendo toda a diferença. Há batalha em pontes, salas fechadas e campos aberto, tudo ao gosto do cliente. É muito comum ter objetos com os quais se pode interagir, jogar sobre os oponentes, usar como proteção, quebrar e afetar o cenário com liquido, entre outros. Isso realmente torna toda batalha uma situação delicada de se resolver.
Somado a isso, os personagens não recuperam energia instantaneamente, mas sim, com o tempo, e a cura não é um recurso fácil. Existem específicas para todos os tipos de dano, o que cria um momento de decisão sobre quem será atendido e afetando os personagens que serão levados para os combates futuros.
Existem alguns problemas no combate que podem deixar o jogador bastante frustrado. Sword Legacy: Omen funciona pela seleção de quadrados para andar ou atacar. Contudo, para facilitar o clique sobre o personagem, existe um disco colorido que é relativamente maior. Agora, imagine o jogador cercando um inimigo, com diversos discos dos seus aliados sobre o do oponente.
É necessário um movimento cirúrgico para conseguir selecionar o adversário e clicar novamente para atacar. E se, por engano, acabar escolhendo o espaço logo atrás e acabar andando, gastando os pontos e não podendo mais lutar? É de irritar profundamente. Esse ato de errar o clique e acabar levando o personagem a uma ação que você não queria é muito comum. Às vezes, o jogador está bem posicionado e apenas clicando em seus aliados para saber a distância que eles tem para planejar um ataque mais eficiente, mas, por estar relaxado jogado, erra e acaba fazendo aquele seu herói que estava pronto para atacar voltar o mapa todo estragando, todos os seus planos.
O fato do combate ser algo tenso e perigoso faz tais erros serem cruéis. A vontade é cancelar todo o combate na hora e fazer tudo de novo. Mas ao fazer isso, você acaba tendo que voltar ao último checkpoint e, provavelmente, terá de explorar tudo de novo e, só então, entrar na luta de novo. O resultado bem cansativo.
Caso você goste do gênero e seja pescado pela história, vale a pena tentar superar esses problemas e seguir em frente, pois a narrativa de Sword Legacy: Omen é bem legal. O narrador escolhido tem uma voz poderosa e dramática, que dá valor para a jornada. Porém, existem momentos em que os personagens aparecem com uma animação meio boba e apenas texto sobre imagem, em diálogos que contam pouco da personalidade de cada um e o que eles irão fazer a seguir. Ajuda a dar contexto, mas é meio lento. Ainda bem que é possível pular essas partes – na verdade, é possível jogar o game todo sem ver quase nada da história, o que pode ser algo bom para alguns.
Se você conseguir superar esses empecilhos de gameplay, Sword Legacy: Omen é um lindo jogo, com uma boa narrativa. Seria muito legal ver uma sequência ou conteúdos extras, pois as partes que importam foram feitas com muito cuidado, com sons e musicas bem colocadas e que dão um ótimo ambiente para todo o cenário. Um grande jogo, que é muito bom saber ser brasileiro.
O jogo foi testado em cópia cedida pela Team17.