The Blackout Club chegou para somar a uma lista de jogos de horror multiplayer para reunir os amigos, um público que já tem seus favoritos como Dead by Daylight e Dead Island. O game da Question, porém, é diferente o bastante para se tornar interessante e fazer de The Blackout Club bem merecedor de uma chance.
Tudo começa quando Isabella, ou Bell, recebe uma ligação dos pais, avisando que iam demorar para chegar em casa. Ao desligar o telefone, ela fecha os olhos e vê uma forma estranha em sua janela, mas não era somente isso, mas também passos no chão, mensagens nas paredes e alguma coisa estranha nas fotos da família. Resumindo, algo de errado não está certo. E sim, ela só vê essas bizarrices quando está de olhos fechados.
O que sabemos, por cima, é que há uma seita que captura pessoas e cujos membros andam como se fossem hipnotizadas, quase lembrando um zumbi. Eles mexem as mãos, como se estivessem procurando por alguma coisa ou alguém. Apesar da cegueira, eles ouvem muito bem, por isso, é melhor ficar longe dos locais com um símbolo de olho semi-aberto, como portas e bueiros, pois é lá que eles estão e não vão demorar para te notar.
Com a conclusão do prólogo e da saga de Bell, um grupo de adolescentes se reúne para descobrir o que está acontecendo com os adultos. Então, chegou a hora de criarmos nosso personagem, escolher uma habilidade, se equipar e partir em busca de respostas, não só para saber o que aconteceu com a garota, mas também sobre o que está rolando na cidade e seus habitantes.
Em um momento em que o terror coop tem seus figurões, The Blackout Club apresenta diferenciais o bastante para merecer uma chance.
A introdução nada mais é do que um tutorial e a apresentação do que está acontecendo na cidade durante às noites. Essa parte é bem importante, pois apresentará os controles e tudo o que você poderá fazer durante a jogatina para pegar itens, usar kit de cura, tirar fotos de evidências e como perceber se o tal “Shape” está perto de você, por exemplo.
Essa é uma forma misteriosa e assustadora que vai te perseguir toda a noite, principalmente quando estiver perto de alguma pista importante ou durante uma missão. E você só vai saber se ele está perto ou não quando fechar os olhos você e ver a silhueta dele em laranja. Passos, frases, imagens e outros elementos também ficam oculto durante a luz do dia, e assim como o “Shape”, só podem ser vistos dessa maneira.
A trilha sonora deixa a aventura ainda mais tensa, principalmente quando o jogador é avistado e capturado pelos Sleepers, adultos sonâmbulos que ficam vagando pela cidade com o rosto coberto. Quando se está com a vida cheia, fica mais fácil se livrar deles, mas na medida em que sua vida vai diminuindo, a situação se torna desesperadora. A dica aqui é usar os entulhos espalhados pelo mapa e jogar nos inimigos enquanto eles te arrastam para o submundo. Torça para que seus amigos estejam por perto para te ajudar, e os ajude também, pois parceria é tudo nesse game!
Há muita coisa para ler, cada jornal, relato, frase na parede, tudo conta um pedaço da história da seita e do que está acontecendo na cidade. Algumas das informações são perturbadoras, mas vale a pena dar um tempinho no local seguro e analisar as pistas que encontrou na cidade para montar o enredo.
Os controles incomodam bastante, com certa dificuldade para movimentar a câmera principalmente em locais que exigem códigos ou rapidez na execução de puzzles. Sempre existem Sleepers prontos para te arrastar feito um saco de batata e a movimentação acaba complicando um pouco as coisas, com o jogador podendo se acostumar com o peso dela.
Apesar do mapa expansivo, há piuca variedade nas missões e customização de personagens, o que faz com que The Blackout Club se torne repetitivo e enjoativo rapidamente.
Nos dias de semana, durante o processo de análise, houve certa dificuldade em achar jogadores online, algo essencial em um título dessa categoria. Quanto mais gente conectada, melhor, pois conforme o local de exploração é mais amplo, a ajuda dos colegas é fundamental, principalmente quando formos atacados pelo “Shape”, que também nos transforma em zumbi, um processo que pode ser revertido pelos amigos.
O mapa não se limita apenas às ruas da cidade mas também nos leva para dentro das casas, além de nos indicar portas secretas para o subsolo e esgotos. Entretanto, há pouca variedade nas missões, que consistem em basicamente achar um item, tirar fotos para arquivos e voltar para o esconderijo, o que faz com que The Blackout Club se torne repetitivo e enjoativo rapidamente.
Infelizmente essa limitação não aparece apenas nas missões, mas também na personalização do seu protagonista. Se você gosta de variedade ou sempre tenta criar alguém parecido com você, talvez fique decepcionado. Até dá para mudar uma coisa ali e outra lá, conforme for jogando e desbloqueando itens, mas não muito.
The Blackout Club pode divertir, principalmente se jogado com amigos. Há bastante terreno para correr e muita coisa para ler, até porque a história está ligada aos arquivos e jornais que vamos encontrando pelo caminho. Porém, fazer as mesmas missões o tempo todo pode deixar o jogo monótono, mesmo quando você for arrastado pelos Sleepers. DLCs podem o deixar mais atrativo, mas ainda assim, vale dar uma chance aos jovens do título.
O game foi analisado no PS4, em cópia cedida pela Question.