A obra-prima da Telltale Games chega a seu terceiro episódio da segunda temporada tentando repetir o sucesso dos capítulos originais da primeira. Mas, diferente do que vimos anteriormente, nem tudo são flores…
A tentativa de criar um mistério em torno dos novos personagens tem se mostrado muito frustrante por nos apresentar apenas perguntas, mas, nenhuma resposta.
Até o momento, nenhum dos episódios anteriores conseguiu firmar os novos personagens pelo carisma. Aqui, alguns dos sobreviventes que apareceram pela primeira vez no episodio isolado “400 Days” retornam à trama ao lado de outros que foram introduzidos nos dois primeiros ecídios desta temporada.
Infelizmente a história aparenta ter um medo latente de avançar, se prendendo a fatos irrelevantes e desinteressantes. Isso se deve, talvez, à falta de um objetivo concreto como o da primeira temporada, na qual Lee deveria guiar Clementine ao encontro de seus pais e todos os relacionamentos posteriores cresciam ao redor deste objetivo.
A tentativa de criar um mistério em torno dos novos personagens tem se mostrado muito frustrante por nos apresentar apenas perguntas, mas, nenhuma resposta. Dificilmente a temporada teria alguma relevância se não trouxesse algumas caras conhecidas e queridas dos jogadores, como a pequena Clementine no papel de protagonista.
As áreas e desafios apresentados pelo game são muito simplórios e sem criatividade, não lembrando em nada as grandes áreas interativas e com diversos puzzles que já vimos em outros jogos da Telltale, principalmente nos que vieram depois da temporada original de The Walking Dead.
Diálogos curtos e sem intensidade dramática tornam tudo muito mais desinteressante e linear nos pouco mais de duas horas do capitulo.
A jogabilidade faz o básico para um point and click e nada mais, sem nenhuma inovação ou forma diferente de se interagir. Difícil não levar em conta as novidades que os últimos capítulos de The Wolf Among Us, outra série recente da Telltale, trouxeram para o gênero tanto na interação como na forma narrativa.
Diálogos curtos e sem intensidade dramática tornam tudo ainda mais desinteressante e linear nos pouco mais de duas horas do capítulo.
Nada. Nenhum momento marcante, nenhuma música, nenhuma interpretação. Por diversas vezes, é possível que o jogador venha a cair no sono com a monotonia nas cenas e interações entre os personagens. A falta de momentos de ação ou de tensão também colaboram para que a parte sonora do episódio passe completamente despercebida.
“In Harm’s Way” pode ser um indício preocupante de que a empresa e seus roteiristas não estejam dando conta de criar e dar vida a tantos games simultâneos.
Estamos falando de um game de zumbis, então, tripas e vísceras tem um motivo claro para estarem em cena. Mas aqui, elas servem somente para chocar, surgindo sem que façam parte do desenvolvimento de um personagem ou como consequência de alguma série de atos.
Claramente, o episódio foi concebido com forte inspiração no “arco do Governador” dos quadrinhos e da série de TV, onde um líder tirano impõe sua vontade através do medo e da violência extrema. A diferença é que estamos falando de algo muito bem construído e elaborado, diferente do que vemos no game.
Sem querer dar spoiler, uma dessas cenas é exatamente a que fecha o episodio. Ela acontece em um momento até plausível, mas é abruptamente cortada pela tela de créditos, tentando assim criar um gancho para o próximo episódio. Lamentável…
De todos os capítulos das séries recentes de point and click da Telltale, “In Harm’s Way” é o pior já lançado. Isso pode ser um indício preocupante de que a empresa e seus roteiristas não estejam dando conta de criar e dar vida a tantos games simultâneos.
Este jogo foi analisado no PlayStation 3.