O começo do ano está sendo bem agitado, mas quem chega tímido e sem muito alarde é The Council, game focado em sua narrativa, reaproveitando uma fórmula muito usada pela Telltale. Mas aqui, porém, há um diferencial, pois cada escolha efetivamente muda o rumo da história como um todo.
O game começa na França, no dia 10 de dezembro de 1792, quando Sara De Richet e seu filho Louis, protagonista e portador de uma habilidade especial, são sequestrados por Von Borchert, que deseja o ter a posse de um livro que pertence ao Sr. Mortimer, alguém tão misterioso quanto o próprio item. Logo no início, o jogador deverá escolher entre agir por si só ou confiar na astúcia da mãe. Acredite, a escolha deixará marcas que vão além de levar uma bronca.
A história de The Council começa, mesmo, no dia 20 de janeiro de 1793, quando o protagonista e mais cinco personalidades ilustres, incluindo Napoleão Bonaparte e George Washington, recebem um convite inusitado do Sr. Mortimer. Alguns convidados veem como uma reunião entre políticos e nobres, mas, para Louis, é a chance de reencontrar sua mãe, que desapareceu nessa mesma mansão, meses depois do incidente com Von Borchert.
O grande acerto de The Council é sua história, no mínimo, curiosa. É um jogo que merece ser visto além da parte gráfica, quesito em que deixa bastante a desejar.
Assim como em um RPG, o jogador poderá escolher entre Diplomata, voltado para etiqueta e política; Ocultista, voltado para manipulação, eventos sobrenaturais e ciência; e, por fim, Detetive, questionador, lógico e ágil. A escolha da profissão é muito importante, pois influenciará diretamente na história e no modo como se interage com alguns personagens.
Existem situações que acontecem, ou não, de acordo com as seleções. Alguns eventos se mantém, como o sumiço da Sra. Richet, mas mesmo aqui existem diferenças, como a dificuldade ou o modo como o protagonista conversa com os personagens em relação a esse assunto.
À primeira vista, porém, você pode até pensar que está jogando um título de PS3 ou Xbox 360. Os gráficos deixam bem a desejar, com tudo tendo um aspecto artificial e plástico, por mais que exista um trabalho com as texturas nos objetos, ambiente e, principalmente, personagens, com destaque para os idosos. Já vimos gráficos melhores nos primeiros Assassin’s Creed, por exemplo.
O tempo todo, dá para perceber serrilhados nas sombras, além da falta de sincronização entre a fala e a boca de alguns personagens. O caminhar é robótico e pode causar estranheza, pois já vimos isso ser feito de forma quase perfeita em outros títulos. A trilha sonora é genérica, como a vista em diversos filmes de aventura e detetive, mas cumpre bem sua função, não comprometendo a jogatina.
Apesar destas falhas, porém, o grande acerto de The Council é sua história, no mínimo, curiosa. As variações de opções e a forma como o jogo reage ao caminho escolhido pode tornar tudo mais fácil ou difícil, desde conversas até a exploração dos locais. Acredite, o que o jogador fizer durante o jogo vai afetar o enredo até o último capítulo.
Assim como em outros títulos episódicos, vamos ter que esperar um pouco mais para saber o que vai acontecer a seguir. Jogadores que não falam inglês terão dificuldades, pois não há legendas em português, mas este é um jogo que vale a pena pegar o dicionário para entender a apreciar a história.
O jogo foi analisado no PlayStation 4, em cópia cedida pela Focus Home Interactive.