Algumas normas parecem ser obrigatórias para jogos de RPG, por exemplo, campanha com longa duração, mapa grande, dificuldade alta e enredo complexo. Porém, parece que a desenvolvedora onebitbeyond resolveu jogar o livro de regras pela janela ao criar The Swords of Ditto.
No RPG de ação, single player ou cooperativo, o protagonista é acordado por Puku, um besouro estranho e sem papas na língua, falando que você é o destinado a deter a bruxa malvada Mormo, que acorda a cada 100 anos e tenta dominar a cidade de Ditto (que muda de nome a cada nova rodada). Assim como o Rei Arthur, quando tiramos a espada de Ditto da pedra, descobrimos que nós somos a própria arma. A primeira batalha não acontece do jeito que queríamos, mas a história não para por aí.
100 anos depois, uma nova “espada” acorda e descobre que o mundo já está dominado. Puku resume toda a sua futura jornada com a seguinte frase: “Você precisa deter a bruxa Mormo, aí volta para sua vida normal e blá blá blá”. Ele também comenta que a Espada tem apenas cinco dias para se preparar para a grande batalha.
O game pode parecer curto, mas não se engane. Caso você morra, voltará desde o início, com uma nova “espada” e tudo modificado, apresentando novos desafios.
O enredo, porém, não é o foco do jogo e o importante é a jogatina. Os gráficos são bonitos, no estilo cartoon, e a trilha sonora é bem executada para a simplicidade do game. Os controles são simples e de fácil execução, com o jogador podendo escolher entre três dificuldades: Descontraído, Regular e Heroico.
Apesar de não ter dublagem, o jogo está todo legendado em português. O único, porém, grave, defeito é que algumas vezes o a personagem trava e você não consegue movê-la de jeito algum. Dá para entrar no menu, ver o mapa, usar itens de cura, mas, infelizmente, a única maneira de se livrar do bug é sair do jogo e voltar. Por fim, não existe customização de personagem e nem nas armaduras, com tudo já definido.
No caminho, você conhecerá pessoas e seres sagrados que te ajudarão nas batalhas, vendendo suprimentos, adesivos para upgrade e melhorias, além de brinquedos, ou seja, as armas, habilidades especiais e até o poder de voltar no tempo. Farmar será bem importante para juntar bastante coisa, pois em algumas dungeons, você só poderá entrar se estiver em um nível específico. O grau dos inimigos estará indicado na barra de HP, então é importante que o personagem fique bem forte antes de enfrentar os oponentes com níveis mais altos.
Por se passar em cinco dias, pode parecer que The Swords of Ditto é curto, mas não se engane. Caso morra, o jogador deverá voltar desde o início, com uma nova “espada”, aos moldes de Rogue Legacy. Além disso, somente o nível do personagem permanece, com os adesivos, brinquedos e recursos desaparecendo.
O grande acerto de The Swords of Ditto é a mudança que pode ocorrer a cada rodada. Quando acordar em um novo jogo, todo o mapa, inimigos e puzzles mudam de lugar, além de alterações no ambiente que acontecem quando se derrota Mormo ou não. Vai ser difícil enjoar do game tão cedo, principalmente quando se explora todo o mapa e as variações ao lado de um amigo.
O jogo foi testado no PS4, em cópia cedida pela Devolver Digital.