Com a grande onda de remakes, remasters e relançançamentos de jogos consagrados para a atual geração de videogames, é claro que a franquia God Eater não ficaria de fora. A nova da vez é o RPG de Ação “God Eater Resurrection”, que tivemos o prazer de testar em um evento da Bandai Namco voltado para a imprensa. O título em questão se trata de uma versão atualizada que compila tanto o primeiro game quanto a primeira expansão da série, “God Eater” e “God Eater Burst”, respectivamente, ambos lançados em 2010/2011 exclusivamente para PlayStation Portable.

E por atualizado, significa que não apenas as mecânicas foram melhoradas e adaptadas para casar bem com as configurações atuais, como também a história do primeiro jogo e da primeira expansão foram integradas, de forma a se acasalarem e serem contadas como uma só. Além disso, há diversas novidades nessa nova versão do título; segundo o que nos foi explicado por um dos gerentes da empresa.

Mas antes de começar a falar sobre tais adições, creio que cabe explicar um pouco sobre como God Eater funciona, já que é um game de mais sucesso em terras nipônicas do que no ocidente propriamente dito e, portanto, menos conhecido para o público das Américas…

Trazendo elementos de role playing game com uma jogabilidade mais dinâmica voltada para a ação, e com uma premissa pós-apocalíptica onde a civilização sobrevive batalhando contra monstros gigantes; God Eater pode ser a princípio bastante semelhante à franquia Monster Hunter, por exemplo, mas o título da Bandai Namco possui suas peculiaridades em relação ao game produzido pela Capcom. A principal delas é o cenário futurista onde o jogo se ambienta, o que por sua vez abre margem para a utilização das armas high-tech que o seu time de guerreiros utiliza, as chamadas “God Arcs”. Estes instrumentos de batalhas são altamente customizáveis, e podem ser usadas tanto a curta quanto a longa distância, já que se transformam em uma arma de fogo (Pistol, Shotgun, Sniper, dentre outros) ou em uma lâmina afiada (Blade, Spear, Scythe, dentre outros). A variação das armas é escolhida pelo jogador e pode ser ativada a qualquer momento, quando este apertar um botão de comando específico, o que deixa as batalhas muito mais ativas e de certa forma até estratégicas.

O domínio dos deuses violentos

A história de God Eater é situada no Extremo-Oriente no ano de 2071, cerca de 20 anos depois de um fenômeno que começou a consumir descontroladamente toda a vida na Terra: a chegada de formas de vida desconhecidas, chamadas de “Células Oráculo”. Estes seres possuem um apetite voraz e uma notável capacidade de se adaptar à sociedade, simulando até mesmo a maneira como os humanos convivem em sociedade, isto é, seguindo um líder e/ou governante. Além disso, eles ainda conseguem assumir formas de vida que variam desde plantas e animais, a orgânicos e artificiais e até mesmo seres reais e míticos. Todo esse desenvolvimento rapidamente fez com que eles se tornassem temidos e logo, também admirados. A partir disso, passaram a serem chamados de “Aragami”, que em japonês significa algo como “deus violento”.

Com esse rápido avanço dos Aragami na Terra, não tardou até que a civilização urbana começasse a ser destruída e, a cada dia que passava, a humanidade chegava mais e mais perto da extinção. O que a humanidade poderia fazer para deter estes seres, completamente imunes a armas convencionais? Foi aí que surgiram as “God Arcs”, armas mecânicas infundidas com as próprias Células Oráculo que deram origem ao inimigo. Este armamento é, portanto, um Aragami também, mas por ter um núcleo artificial desenvolvido para incorporar as Células Oráculo, acabam se tornando uma arma viva, a única capaz de derrotar os Aragami, e também de alternar sua forma de acordo com a necessidade do combatente.

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Os guerreiros que empunham as God Arcs são chamados de God Eaters (hã, hã, sacou agora, hã, hã?!), e servem a humanidade como uma espécie de força de elite, regidos por uma organização de pesquisa biotécnica e de proteção à humanidade intitulada “Fenrir”.

Uma das coisas que mais me chamavam atenção quando eu joguei God Eater no portátil da Sony pela primeira vez, é como as God Arcs são poderosas e ainda assim falhas, de modo que a princípio elas nem eram capazes de se transformar. Na história do primeiro jogo, por exemplo, os God Eaters eram enviados para as missões em campo escolhendo um tipo de armamento apenas (ou a pistola ou a lâmina). E o ponto inicial da trama é justamente a chegada do seu personagem no jogo, que é um dos primeiros guerreiros a empunhar esta “New-Type God Arc”, capaz de se transformar e alternar sua forma para curto ou longo alcance, durante a batalha. Outro detalhe que também me fisgou de vez para o game na época é um pequeno aspecto das God Arcs: o ataque carregado delas, onde elas assumem uma forma bestial para “devorar” o inimigo atordoado e/ou caído e assim, tirar um bocado a mais de sua energia.

Nada mais justo, já que se tratam de Aragamis no fim das contas. Todavia, esta habilidade “Devour” é mais tarde explorada no jogo em um arco muito interessante, onde o jogador descobre que, se permanecer muito tempo armazenada, a God Arc vai ficar especialmente faminta e, tão logo apresentará um comportamento mais agressivo. Além disso, a God Arc possui uma conexão de sangue com o guerreiro que a empunha, o que pode causar severas conseqüências a quem utilizar o armamento de outro God Eater – e isto também é explorado durante o enredo do título.

Devorando de um novo jeito

Dadas as devidas explicações e os comentários pessoais, creio que seja hora de apresentar as novidades dessa nova versão, que possui muito além de gráficos caprichados – praticamente refeitos do zero de tão bonitos que estão.

Uma das principais adições em “God Eater Resurrection” é o “Predator Style”, uma expansão da já existente função “Devour”. A diferença é que a nova característica permitirá mais opções na hora que a God Arc assumir a forma bestial para, literalmente devorar o inimigo. Desta forma, ao invés de apenas utilizar essa função em solo durante a batalha carregando o golpe (Charge) como de praxe, será possível também fazer a God Arc abocanhar rapidamente (Quick), ou enquanto anda (Step), durante uma seqüência de ataques (Combo) ou ainda em pleno ar (Air).

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Outra novidade é que os Aragamis terão novos ataques, e serão adicionados em “God Eater Resurrection” inimigos e também armamentos que fazem parte da seqüência do game e sua devida expansão, “God Eater 2” e “God Eater 2 Rage Burst”, respectivamente.

Haverá ainda o sistema “Operational Support”, que permitirá ao jogador envolver-se em missões de personagens que não estão presentes no seu grupo, porém, atuando apenas como um suporte.

E por fim, a novidade que mais atice os fãs da série seja uma história extra que fará parte dessa versão atualizada, a qual será situada após os eventos da expansão “GOD EATER Burst”, conectando a trama com o que acontece em “God Eater 2”.

Sem uma previsão exata de lançamento, “God Eater Resurrection” já foi lançado no Japão em outubro de 2015, e desembarcará no restante do mundo em meados deste ano de 2016, para PlayStation 4, PlayStation Vita e Steam. O game terá dublagem e legendas em inglês, e por enquanto não há nada confirmado sobre uma localização nacional. E caso esteja muito ansioso para jogar ou ainda curioso para conhecer universo de God Eater, existe um anime em desenvolvimento de nome homônimo, já disponível no Crunchyroll (www.crunchyroll.com).

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