Quem gosta de video game provavelmente conhece uma das sagas mais queridas pelos “Sonystas”, God of War. Tudo começou quando Kratos, no meio de uma batalha contra os bárbaros, vendeu sua alma a Ares, deus da guerra, em troca da destruição dos seus inimigos. Nesse tempo em que esteve à serviço da divindade, foi destruindo todos que eram opostos aos ideais do Ares, mas não contava com a traição dele, ainda tendo que pagar por isso.
Em uma de suas missões, Kratos tinha que destruir uma cidade que era devota a Athena, mas não esperava que sua esposa e filha estivessem ali. Por não querer perder seu lacaio favorito, Ares arma uma arapuca e o espartano acaba matando sua família, um erro que vai marcá-lo e atormentá-lo por anos. Kratos pede aos deuses que acabem com esses pesadelos e faz um acordo. Assim como Hércules, ele tinha que fazer algumas missões, essas mostradas em Chains of Olympus, e a última era destruir Ares. Sua recompensa seria o fim desses pesadelos.
Quem jogou o primeiro game da saga, sabe que essa recompensa nunca veio. Kratos fez seu serviço e seu prêmio foi ocupar o lugar de Ares como o novo deus da guerra, mas essas visões e pesadelos nunca iriam deixá-lo. Kratos não ficou feliz, e sabemos que isso foi um grande erro dos deuses.
Entendendo Kratos
Como todos sabem, Kratos é movido por vingança, mas seria somente essa a treta contra o Ares? Lógico que não! E para explicar isso, em novembro de 2010, a Ready at Dawn lança God of War: Ghost of Sparta, para o PSP. O game mostra que o problema do protagonista com os deuses não começaram na batalha contra os bárbaros. Logo após os acontecimentos do primeiro game, Kratos descobre que seu irmão caçula não só está aprisionado nos Domínios da Morte, mas como foi torturado durante anos por Thanatos. Então, ele sai ao resgate do irmão, mesmo quando Athena diz para ele que isso iria provocar os deuses.
Anos atrás, os deuses foram informados pelo Oráculo que a destruição do Olimpo não seria causada pelos Titãs, que haviam sido aprisionados por Zeus, mas sim por um guerreiro marcado. Ares e Zeus concluíram que esse guerreiro seria Deimos, caçula de Kratos, por ele ter marcas de nascença pelo corpo. Inclusive, a tatuagem vermelha que Kratos tem é em homenagem ao irmão. Ares e Athena vão até a aldeia onde os espartanos viviam e sequestram Deimos. Kratos tenta socorrer o irmão, mas é golpeado por Ares, e só não é morto porque Athena o impede.
É nesse jogo que entendemos que os deuses estão ferrando com a vida de Kratos há muito tempo. Contra Ares, nós sabíamos que era por causa da traição do deus. Mas em Ghost of Sparta, descobrimos que o irmão também dele estava sofrendo por causa deles, além do fato de que a mãe dele, por tentar contar a verdade ao filho, sofre as consequências de uma maldição feita pelo próprio Zeus. Você pode até não aceitar o que o Kratos faz, porque ele não foi chamado de Destruidor de mundos à toa, mas em Ghost of Sparta, dá para compreender toda a raiva dele.
Dê uma chance a Ghost of Sparta
O enredo, somado aos gráficos bonitos e a jogabilidade bem fluída, fez Ghost of Sparta um sucesso de crítica. Mas pelo fato de que se tratava de um jogo para portátil, muitos o tratam apenas como um spin-off. Além disso, todos os olhos estavam voltados para God of War 3, que foi lançado no mesmo ano. Ninguém estava se importando com uma história que fosse diferente da grande batalha – Kratos versus Zeus. Claro que isso mudou graças à remasterização para o PlayStation 3, lançada em 2011.
Aqui conhecemos um Kratos humano, conseguimos entender sua raiva e até ter um pouco de empatia por ele, e também vimos o maior erro dos deuses. Inclusive, se perguntarem à maioria das pessoas que jogaram Ghost of Sparta, muitos dirão que a jogabilidade foi algo que nunca foi problema em God of War, mas o enredo pesa muito para a escolha pelo game para portáteis ser um dos melhores da franquia. O encontro do Kratos com o irmão é emocionante, e a parte em que o personagem enfrenta Midas é sensacional.
Infelizmente, sabemos que o novo jogo do God of War não virá em 2017, quem tem PSP ou PlayStation 3 tem que aproveitar a oportunidade de jogar Ghost of Sparta, que está disponível na PSN e também em mídia física, e conhecer um outro lado de Kratos, e não apenas a máquina de matar que sempre vimos. E você, já jogou Ghost of Sparta? Deixe sua opinião nos comentários!