Bem antes de existir essa guerra trouxa sobre qual plataforma de celular é melhor, coisa que hoje aparenta ter dado uma reduzida ou então tenho escolhido melhor meus feeds de notícia, numa época em que os celulares explodiram lá em 2000, a Nokia trazia sua máquina de destruição em massa, o Nokia 3310. Destes tempos, me recordo de uma coisa.
Tinhamos o PlayStation no seu auge, com Vagrant Story, o saudoso Dreamcast lançando Shenmue (vai rolar o 3, tá sabendo?) e o início da caminhada do PlayStation 2, o videogame mais vendido desse mundão de meu Deus. E mesmo assim, todos estavam pirando num jogo de uma cobrinha monocromática. Curioso.
Naquela época, possuíamos opções de jogatina com muito mais imersão, qualidade em absolutamente tudo e ainda assim, qualquer novidade referente aos tipos de jogos que aqueles pequenos visores coloridos e sua resolução pífia poderiam apresentar era notada com alguma atenção. Eram inovações em termos de joguinhos mais casuais, cabiam no mesmo aparelho que você era obrigado a ter do lado e não em um portátil, que nem era tão simples de carregar por aí.
Há quem diga que desde aquela época já não gostava de jogar no celular, o que é uma pena, pois estes deixaram de se divertirem jogando Space Impact. Mas quem gostava soube aproveitar uma espécie de jogo onde a história era secundária, ou até inexistente, mas nem por isso deixava de ser um bom divertimento, mais ou menos como foi o Atari.
Então agora, com os smarthphones mais parrudos que os computadores que levaram o homem à Lua, uma cacetada de games melhores em jogabilidade, gráficos e divertimento do que na época do Nokia tijolo e com preços extremamente acessíveis, por que diabos não continuar aproveitando essa dualidade? É aí que está a ideia desta coluna.
Xenowerk
Durante a E3 2015, a Nintendo deixou todos os fãs de Metroid um tanto irritados pelos novos jogos apresentados da franquia. Quando vasculhava algo legal pra jogar e me deparei com a imagem que abre esse post, uma protagonista com o jeitão de Samus Aran, já me interessei em jogar. Poderia ter sido uma péssima ideia, mas valeu a pena arriscar.
Lançado para o iOS e para o Android, Xenowerk lembra vagamente um Metroid isométrico, por assim dizer. O jogo não traz os elementos de exploração do cenário como um metroidvania, mas a jogabilidade me remeteu às partidas com a Samus, algo até um tanto proposital junto à aparência da personagem.
E não só isso, os elementos de iluminação do jogo, que são excelentes para um mobile, junto aos adversários mutantes, me lembraram aos fofos e dóceis Necromorphs de Dead Space, obviamente sem os essenciais desmembramentos. Para avançar dentro das 50 fases de Xenowerk (sim, coisa pra caramba), o jogador possui cerca de 24 armas para escolher com qual melhor se encaixa na sua estratégia.
Quanto às armaduras disponíveis, cada uma possui elementos que asseguram a sobrevivência, que vai do aumento da velocidade de movimento ao anulador de calor gerado pelos monstros. Algo que poderia ser melhor é o quesito história. Essa é nula. Há apenas um blábláblá do tipo: “olha vai lá, resolve e boa sorte!”, o que é uma pena. Quanto ao cenário do jogo, boa parte dele é destruível e com áreas onde pode-se agrupar monstros e explodir um tanque de gás, por exemplo, e jogar seus amiguinhos verdes pelos ares.
Com o tempo, ele se torna um tanto repetitivo, mas até chegar nesse momento, o preço do aplicativo, custando bem menos do que aquele milkshake, certamente terá valido a pena, pelo divertimento apresentado. Se houvesse um enredo melhor, ou se tivesse algum, Xenowerk figuraria entre os melhores games mobile desse ano. Mas, com o que ele entrega, já está entre os quais posso recomendar, pois é um bom jogo.
